Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Figura 4. T-DNA da A. tumefaciens (pTiAch5) e da A. rhizogenes (pRiA4). Ambos possuem genes codificadores de hormônios<br />
vegetais (iaaM, iaaH, ipt e tml) e de síntese de opin<strong>as</strong> (ocs, ags, m<strong>as</strong>1 e m<strong>as</strong>2). Somente a A. rhizogenes possui os genes responsáveis<br />
pela indução da formação de raízes (rolA, rolB, rolC e rolD).<br />
do inativado, produz tumores <strong>com</strong><br />
raízes. Este locus contém apen<strong>as</strong> um<br />
gene o ipt, também conhecido <strong>com</strong>o<br />
gene4, tmr ou roi que catalisa a síntese<br />
da citocinina iso-penteniladenosina 5`monofosfato<br />
a partir de dimetilalilpirofosfato<br />
e 5`AMP (Akiyoshi et<br />
al.,1984; Barry et al., 1984; Buchmann<br />
et al., 1985). Aparentemente, enzim<strong>as</strong><br />
da planta hospedeira convertem isopenteniladenosina<br />
5`-monofosfato na<br />
citocinina zeatina. As citocinin<strong>as</strong> são<br />
hormônios que regulam o desenvolvimento<br />
vegetal de forma antagônica às<br />
auxin<strong>as</strong>. Dois outros genes, encontrados<br />
no T L<br />
-DNA do pl<strong>as</strong>mídeo Ti, são<br />
também responsáveis pela formação<br />
da galha de coroa: o gene5 ou ila, que<br />
é responsável pela síntese do <strong>com</strong>posto<br />
indol-3-lactato, um antagonista<br />
da auxina (Körber et al., 1991) e, o<br />
gene6b ou tml, que confere <strong>as</strong> célul<strong>as</strong><br />
transformad<strong>as</strong> um aumento de sensibilidade<br />
à auxina, por um mecanismo<br />
ainda não identificado (Hooyka<strong>as</strong> et<br />
al., 1988; Tinland et al., 1992). No T L<br />
-<br />
DNA também existem genes responsáveis<br />
pelo metabolismo d<strong>as</strong> opin<strong>as</strong>.<br />
Um deles é o gene ocs, que codifica a<br />
enzima octopina sint<strong>as</strong>e, responsável<br />
pela condensação do piruvato <strong>com</strong><br />
quatro aminoácidos básicos, arginina,<br />
lisina, histidina ou ornitina, dando origem<br />
opin<strong>as</strong> octopina, lisopina,<br />
histopina ou ácido octopínico, respectivamente<br />
(De Greve et al., 1982).<br />
Outro gene caracterizado é o nos, que<br />
codifica uma proteína responsável pela<br />
secreção d<strong>as</strong> opin<strong>as</strong> (Messens et al.,<br />
1985) (Figura4).<br />
No T R<br />
-DNA deste pl<strong>as</strong>mídeo Ti<br />
foram identificados três outros genes<br />
responsáveis pela produção d<strong>as</strong> opin<strong>as</strong><br />
são eles o m<strong>as</strong>2’, cujo produto é o<br />
responsável pela condensação do ácido<br />
glutâmico <strong>com</strong> a glicose formando<br />
o precursor desoxifrutosilglutamina, e<br />
o m<strong>as</strong>1’, responsável pela redução do<br />
precursor, formando a opina manopina<br />
(Dessaux et al., 1998). O outro gene<br />
é o ags, cujo produto catalisa a<br />
lactonização da manopina resultando<br />
na agropina (Dessaux et al., 1998;<br />
Hong et al., 1997). Dois outros possíveis<br />
genes foram identificados no T L<br />
-<br />
DNA da família octopina, o gene 3 e o<br />
gene 4, cuj<strong>as</strong> funções ainda não foram<br />
determinad<strong>as</strong>. Portanto, os pl<strong>as</strong>mídeos<br />
do tipo octopina produzem diferentes<br />
tipos de opin<strong>as</strong>.<br />
No c<strong>as</strong>o da A. rhizogenes, em<br />
contr<strong>as</strong>te <strong>com</strong> o A. tumefaciens, ocorre<br />
a indução de um tecido neoplásico<br />
organizado na forma de raízes adventíci<strong>as</strong><br />
(Figura 1). Não obstante, existe<br />
uma significante homologia do T R<br />
-<br />
DNA do pl<strong>as</strong>mídeo Ri <strong>com</strong> o T-DNA<br />
do pl<strong>as</strong>mídeo Ti, <strong>com</strong>o por exemplo,<br />
os genes de síntese de auxina iaaM e<br />
iaaH e, os genes m<strong>as</strong>1’, m<strong>as</strong>2’ e ags,<br />
responsáveis pela síntese d<strong>as</strong> opin<strong>as</strong><br />
(White et al., 1985). Em contr<strong>as</strong>te, o<br />
T L<br />
-DNA do pl<strong>as</strong>mídeo RiA4, possui 18<br />
regiões abert<strong>as</strong> para leitura (ORFs)<br />
(Slightom et al., 1986) <strong>com</strong> baixa<br />
homologia <strong>com</strong> o pl<strong>as</strong>mídeo Ti da<br />
família octopina (Nilsson & Olsson,<br />
1997). Quatro destes genes, específicos<br />
dos pl<strong>as</strong>mídeos Ri, são considerados<br />
responsáveis pela indução d<strong>as</strong><br />
raízes em cabeleira (White et al.,1985,<br />
Spena et al., 1987) (Figura 4). Esse<br />
locus foi denominado de locus de raiz<br />
(root locus) cujos genes foram designados<br />
de rolA, rolB, rolC e rolD (White<br />
et al.,1985), correspondendo <strong>as</strong> ORFs<br />
10, 11, 12 e 15, respectivamente<br />
(Slightom et al., 1986).<br />
Diferentemente dos tumores, <strong>as</strong><br />
raízes neoplásic<strong>as</strong> provêm de uma<br />
única célula transformada e podem<br />
regenerar plant<strong>as</strong> férteis, quando<br />
cultivad<strong>as</strong> in vitro. Ess<strong>as</strong> plant<strong>as</strong><br />
apresentam fenótipo alterado, cujos<br />
principais sintom<strong>as</strong> são: nanismo,<br />
enrugamento foliar, formação de raízes<br />
adventíci<strong>as</strong> e plagiotrópic<strong>as</strong>,<br />
dominância apical reduzida, alteração<br />
na morfologia floral, redução do<br />
número de sementes, entre outros<br />
(Tepfer, 1984). Assim <strong>com</strong>o a<br />
descoberta da transferência do T-DNA<br />
para a célula vegetal levou ao<br />
desenvolvimento d<strong>as</strong> plant<strong>as</strong><br />
transgênic<strong>as</strong>, o entendimento dos<br />
mecanismos pelos quais <strong>as</strong><br />
agrobactéri<strong>as</strong> alteram a morfologia da<br />
planta pode ser útil nos estudos de<br />
Biologia do Desenvolvimento e<br />
Fisiologia Vegetal, bem <strong>com</strong>o na<br />
manipulação de característic<strong>as</strong><br />
agronômic<strong>as</strong> de interesse.<br />
Os oncogenes rolA, rolB,<br />
rolC e rolD<br />
Como os genes rol participam da<br />
estratégia de colonização, estabelecida<br />
no decorrer da evolução planta/<br />
patógeno? Qual é o papel de cada<br />
gene na síndrome de raiz em cabeleira?<br />
As respost<strong>as</strong> para est<strong>as</strong> pergunt<strong>as</strong><br />
ainda não são totalmente conhecid<strong>as</strong>.<br />
<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento n.32 - janeiro/junho 2004 19