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Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia

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padrão), foram <strong>as</strong><br />

seguintes: <strong>com</strong>primento<br />

4,91 ±0,44µm e largura<br />

5,85 ±0,35µm. O índice<br />

de forma (C/L) obtido<br />

foi 0,84.<br />

Foi possível estabelecer<br />

a manutenção<br />

do cultivo “in vivo” da<br />

linhagem humana MMC<br />

de Cryptosporidium sp<br />

em camundongos neonatos<br />

imuno<strong>com</strong>petentes,<br />

e camundongos<br />

adultos C57BL/6 KO<br />

para IFN-g. Esta linhagem<br />

de Cryptosporidium<br />

sp encontra-se na<br />

67º p<strong>as</strong>sagem da infecção e mantém<br />

alta infectividade .<br />

Para a implantação e manutenção<br />

do cultivo “in vivo” do<br />

Cryptosporidium sp, correspondente<br />

ao período de Dezembro/1999 a fevereiro/2004,<br />

foram utilizados 1265<br />

animais, entre camundongos neonatos<br />

d<strong>as</strong> linhagens BALB/c/Uni, C57BL/6/<br />

Uni, CBA/Uni, C.B-17 /Uni, Swiss/Uni,<br />

e camundongos adultos C57BL/6 KO<br />

para IFN-γ, em ambiente controlado<br />

(Fig.1).<br />

Considerando a taxa de mortalidade<br />

nos animais imunodeficientes<br />

e imuno<strong>com</strong>petentes (Tabela I), não<br />

houve morte na linhagem scid, <strong>as</strong>sim<br />

<strong>com</strong>o no controle. Os camundongos<br />

nude, KO e bg apresentaram mortalidade<br />

no 11º dia após infecção.<br />

O <strong>com</strong>portamento d<strong>as</strong> linhagens<br />

imunodeficientes e imuno<strong>com</strong>petentes,<br />

quanto a liberação de oocistos<br />

n<strong>as</strong> fezes, foi avaliado a partir do 6º<br />

dia até o 15º dia após a infecção<br />

(Figura 2).<br />

4. Discussão<br />

A manutenção da linhagem de<br />

origem humana de Cryptosporidium<br />

sp em camundongos SPF ainda não<br />

foi descrita no Br<strong>as</strong>il e tornou-se uma<br />

fonte de antígeno para diagnóstico da<br />

criptosporidiose.<br />

Um dos fatores limitantes para<br />

entender a biologia do C. parvum é<br />

a dificuldade de obtenção de amostr<strong>as</strong><br />

purificad<strong>as</strong> de vários estágios de<br />

desenvolvimento intracelular do par<strong>as</strong>ito.<br />

Conseqüentemente, muit<strong>as</strong><br />

Figura 2 - Dinâmica da eliminação de oocistos de Cryptosporidium sp em<br />

camundongos imunodeficientes: KO, nude, scid, bg e imuno<strong>com</strong>petentes<br />

BALB/c/Uni e C57BL/6/Uni no 6º, 9º, 12º e 15º dia após a infecção (d.a.i.)<br />

<strong>com</strong> 10 5 oocistos.<br />

pesquis<strong>as</strong> <strong>com</strong> o par<strong>as</strong>ito procuram<br />

caracterizar e identificar os antígenos<br />

expressos na superfície d<strong>as</strong> form<strong>as</strong><br />

inv<strong>as</strong>iv<strong>as</strong>, tais <strong>com</strong>o esporozoítos e<br />

merozoítos (WIDMER et al, 2002).<br />

O isolamento da linhagem<br />

MMC de Cryptosporidium sp em camundongo<br />

propicia a padronização<br />

de um genótipo, possivelmente humano<br />

<strong>com</strong>o fonte de antígenos para<br />

diagnóstico e infecção de cultura de<br />

célul<strong>as</strong>.<br />

Atualmente são reconhecid<strong>as</strong><br />

treze espécies de Cryptosporidium<br />

(XIAO et al, 2004). As medid<strong>as</strong> obtid<strong>as</strong><br />

dos oocistos da linhagem MMC,<br />

<strong>com</strong>primento 4,91 ±0,44µm e largura<br />

5,85 ±0,35µm sugerem que a<br />

linhagem MMC, de origem humana<br />

se enquadra dentro da espécie<br />

Cryptosporidium hominis, conforme<br />

CAREY et al, 2004. No entanto, o<br />

índice de forma (C/L) obtido foi de<br />

0,84, divergindo d<strong>as</strong> observações de<br />

XIAO et al, 2004, que indica para C.<br />

hominis índice de forma 1,15. Porém,<br />

a análise morfométrica não pode ser<br />

usada <strong>com</strong>o ferramenta para cl<strong>as</strong>sificação<br />

d<strong>as</strong> espécies de Cryptosporidium,<br />

pois além dos parâmetros biológicos,<br />

deve-se considerar principalmente<br />

<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> genétic<strong>as</strong> (MOR-<br />

GAN-RYAN et al, 2002; FALL et al,<br />

2003).<br />

A hipótese de se tratar de<br />

Cryptosporidium hominis, pode ser<br />

sustentada pelos resultados de<br />

Mclauchlin et al, 1999, quando <strong>com</strong>parado<br />

<strong>com</strong> C. parvum.<br />

Outra diferença entre C. hominis<br />

e C. parvum é quanto a liberação<br />

de oocistos. O estudo<br />

conduzido por Mclauchlin<br />

et al, 1999, em 218<br />

pacientes, <strong>com</strong> diagnóstico<br />

de diarréia,<br />

demonstrou que os pacientes<br />

que apresentaram<br />

infecção pelo C.<br />

hominis liberaram<br />

maior quantidade de oocistos,<br />

em relação aos<br />

pacientes que se infectaram<br />

pelo C. parvum.<br />

Todos os camundongos<br />

utilizados neste<br />

estudo foram cl<strong>as</strong>sificados<br />

na categoria VAF (Virus<br />

Antibody Free), pelos<br />

resultados de monitorização sanitária.<br />

Desta forma foi <strong>as</strong>segurada a infecção<br />

“in vivo” sem a interferência<br />

de outros patógenos murinos. Poucos<br />

são os relatos de interferência do<br />

Cryptosporidium na pesquisa experimental<br />

<strong>as</strong>sociado a outros patógenos<br />

em camundongos. Há autores que relataram<br />

o efeito sinérgico do<br />

Cryptosporidium parvum, isolado<br />

CPB-0, <strong>com</strong> rotavírus em leitões SPF<br />

(Enemark et al, 2003).<br />

Dentre <strong>as</strong> linhagens de camundongos<br />

imunodeficientes estudad<strong>as</strong>, a<br />

linhagem scid apresentou resistência<br />

à infecção pelo Cryptosporidium sp,<br />

quando <strong>com</strong>parada <strong>com</strong> <strong>as</strong> outr<strong>as</strong> linhagens<br />

imunodeficentes. Os nossos<br />

resultados corroboram <strong>com</strong> Hayard et<br />

al, 2000, que <strong>com</strong>provaram a importância<br />

do IFN-γ para a sobrevida<br />

do scid .<br />

Mead & You, 1998, investigaram<br />

à susceptibilidade frente a infecção<br />

pelo C. parvum entre du<strong>as</strong> linhagens<br />

diferentes de camundongos, amb<strong>as</strong><br />

KO para interferon-gama (BALB/c-<br />

Ifg (m)@ e C57BL/6J-Ifg (m)@ ). Os camundongos<br />

BALB/c-Ifg (m)@ desenvolveram<br />

infecção moderada <strong>com</strong> média de<br />

eliminação de oocistos 100 vezes<br />

menor em relação ao camundongo<br />

C57BL/6J-Ifg (m)@ .<br />

O estudo da ação de citocin<strong>as</strong><br />

durante a infecção pelo<br />

Cryptosporidium parvum em<br />

camundongos knockout (KO) para IL-<br />

4, IL-10, IL12 e CCR5, <strong>com</strong> background<br />

de BALB/c, evidenciou <strong>as</strong><br />

diferenç<strong>as</strong> entre <strong>as</strong> linhagens, pois os<br />

animais KO mostraram-se resistentes<br />

58 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento n.32 - janeiro/junho 2004

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