Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
(CAMPBELL et al, 2002). Os autores<br />
também observaram que o KO para<br />
IL-12, <strong>com</strong> “background” de C57BL/<br />
6, quando infectado <strong>com</strong> 100 oocistos,<br />
apresentou alta susceptibilidade,<br />
liberando grandes quantidades de<br />
oocistos, em relação às outr<strong>as</strong><br />
linhagens knockout. Após du<strong>as</strong><br />
seman<strong>as</strong> o KO para IL-12 foi capaz<br />
de controlar a infecção, sugerindo que<br />
a IL-12 é um importante indutor de<br />
IFN-γ.<br />
Os camundongos nude<br />
mostraram controle parcial da infecção.<br />
Nossos resultados encontram respaldo<br />
nos trabalhos de R<strong>as</strong>mussen & Healey,<br />
1992, foi demonstrado que a ausência<br />
de linfócitos T em modelos animais<br />
estabelece a infecção pelo<br />
Cryptosporidum parvum. Conforme<br />
descrito pelos autores, os<br />
camundongos CD4 - apresentam<br />
perfil de infecção semelhante aos<br />
camundongos nude.<br />
Ungar et al, 1991, avaliaram o<br />
papel de INF-γ, célul<strong>as</strong> CD4 e CD8<br />
em camundongos adultos BALB/c<br />
nude submetidos a tratamento <strong>com</strong><br />
anticorpo monoclonal. Os autores<br />
demonstraram que o controle da<br />
infecção requer a produção de IFN-γ<br />
e contribuição do linfócito CD4. Na<br />
defesa do hospedeiro contra a<br />
infecção pelo Criptosporidium sp,<br />
também é acionado um mecanismo<br />
independente de linfócitos T, no qual<br />
os macrófagos ativados induzem a<br />
secreção de IFN-γ, pel<strong>as</strong> célul<strong>as</strong> NK<br />
(BANCROFT & KELLY, 1994).<br />
A análise estatística da eliminação<br />
de oocistos no decorrer da infecção<br />
evidenciou que a linhagem KO para<br />
IFN-γ apresentou significativamente<br />
maior liberação de oocistos em todos<br />
os períodos. A linhagem nude superou<br />
a linhagem controle apen<strong>as</strong> no 6º<br />
dia após infecção, apresentando diferenç<strong>as</strong><br />
significativ<strong>as</strong> em relação à linhagem<br />
scid. No 15º dia após infecção,<br />
houve diferença significativa<br />
entre <strong>as</strong> linhagens de camundongos<br />
bg e scid <strong>com</strong>parada aos respectivos<br />
controles. É importante destacar que<br />
a linhagem imuno<strong>com</strong>petente mais<br />
refratária à infecção foi C57BL/6/Uni,<br />
que apresentou oocistos apen<strong>as</strong> no 9º<br />
dia, enquanto a linhagem BALB/c/Uni<br />
apresentou oocistos no 6º, 9º e 12º<br />
di<strong>as</strong> após a infecção.<br />
A literatura relata que <strong>as</strong> linhagens<br />
de Cryptosporidium sp estudad<strong>as</strong> até<br />
o momento, mesmo <strong>as</strong> de origem<br />
humana, são mantid<strong>as</strong> em bezerros,<br />
por vários anos. No estudo de Griffiths<br />
et al, 1998, utilizando o camundongo<br />
KO para IFN-γ <strong>com</strong> “background”<br />
C57BL/6, o pico de eliminação<br />
de oocistos aconteceu no 9º dia<br />
após a infecção. Em nossos resultados,<br />
a linhagem MMC de Cryptosporidium<br />
sp, no mesmo modelo evidenciou<br />
maior eliminação de oocistos no 6º dia<br />
após a infecção, uma característica que<br />
sugere tratar-se genótipo humano.<br />
Foi possível constatar que não<br />
houve controle da infecção pela linhagem<br />
KO, enquanto a linhagem bg<br />
apresentou uma resposta tardia quanto<br />
à eliminação dos oocistos <strong>as</strong>sociada<br />
a significativa perda de peso no 15º<br />
dia após a infecção (dados não mostrados).<br />
A análise conjunta da mortalidade<br />
dos camundongos imunodeficientes<br />
infectados pelo Cryptosporidium sp<br />
e da eliminação de oocistos (Fig.2)<br />
indica que o perfil de resistência à<br />
infecção n<strong>as</strong> linhagens estudad<strong>as</strong> obedece<br />
o seguinte padrão: C57BL/6/Uni<br />
> BALB/c/Uni > scid >bg > nude > KO.<br />
Os resultados indicam a importância<br />
do interferon-gama, linfócitos T e<br />
célul<strong>as</strong> NK na resistência à infecção<br />
pelo Cryptosporidium sp.<br />
5. Referênci<strong>as</strong> Bibliográfic<strong>as</strong><br />
BANCROFT, G.J. & KELLY, J.P. Macrophage<br />
activation and innate resistance<br />
to infection in SCID mice.<br />
Immunobiology, v.191, p.424-<br />
31, 1994.<br />
BRITTO, M.H.S, ALVES, D.P. FREITAS,<br />
F.F.T. & GUARALDO, A.M.A. Isolamento<br />
de Cryptosporidium parvum<br />
de fezes de paciente HIV<br />
positivo e manutenção do isolado<br />
humano em camundongos. IN:<br />
Congresso Br<strong>as</strong>ileiro da Ciência de<br />
Animais de Laboratório, VII, 3-6/<br />
12/2000, Campin<strong>as</strong>.<br />
CAMPBELL, L.D., STEWART, J.N. &<br />
MEAD, J.R. Susceptibility to Cryptosporidium<br />
parvum infections in<br />
cytokine and chemokine-receptor<br />
knockout mice. The Journal<br />
of Par<strong>as</strong>itology, v.88, p.1014-<br />
16, 2002.<br />
CAREY, C.M., LEE, H. & TREVORS, J.T.<br />
Biology persistence and detection<br />
of Cryptosporidium parvum and<br />
Cryptosporidium hominis oocyst.<br />
Water Research. v.38, p.818-<br />
862, 2004.<br />
ENEMARK, H.L., BILLE-HANSEN,V. ,<br />
LIND P., HEEGAARD P.M., VI-<br />
GRE, H., AHRENS, P. & THAMS-<br />
BORG, S M. Pathogenicity of Cryptosporidium<br />
parvum- evaluation<br />
of an animal infection model. Veterinary<br />
Par<strong>as</strong>itology, v. 113<br />
p.35-37, 2003.<br />
ENRIQUEZ, F.J., & STERLING, C.R.<br />
Cryptosporidium Infections in<br />
inbred strains of mice. Journal<br />
Protozoology, v.38, p.100-02,<br />
1991.<br />
FALL, A., THOMPSON, R.C., HOBBS,<br />
R.P., MORGAN-RYAN, U. Morphology<br />
is not a reliable tool for delineating<br />
species within Cryptosporidium.<br />
The Journal of Par<strong>as</strong>itology,<br />
vol.89, p.399-402, 2003.<br />
FAYER, R., SPEER, C. & DUBEY, J. The<br />
general biology of Cryptosporidium,<br />
p.1-41. IN: R. Fayer ( ed),<br />
Cryptosporidium and Cryptosporidiosis.<br />
CRC Press, Inc., Boca<br />
Taton, Fla. 1997.<br />
FRANCO, R.B., ROCHA-EBERHARDT,<br />
R. & CANTUSIO NETO, R. Ocurrence<br />
of Cryptosporidium oocysts<br />
and Giardia cysts in raw water<br />
from the Atibaia River, Campin<strong>as</strong>,<br />
Brazil. Revista do Instituto de<br />
Medicina Tropical do Estado<br />
de São Paulo, v.43, p.109-111,<br />
2001.<br />
GILIOLI, R., SAKURADA, J.K., ANDRA-<br />
DE, L. A.G., KRAFT, V., MEYER, B.<br />
& RANGEL, H.A. Virus infection in<br />
rat and mouse colonies reared in<br />
Brazilian animal facilities. Laboratory<br />
Animal Science, v.46,<br />
p.582-84, 1996.<br />
GILIOLI, R., ANDRADE, L.A.G., PAS-<br />
SOS, L.A.C., SILVA, F.A., RODRI-<br />
<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento n.32 - janeiro/junho 2004 59