09.04.2014 Views

Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia

Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia

Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

toxin<strong>as</strong> sintetizad<strong>as</strong> pel<strong>as</strong> cep<strong>as</strong> de B.<br />

thuringiensis em estudo. A detecção<br />

propriamente dita corresponde a incubação<br />

dos tecidos, previamente desparafinados<br />

e reidratados, <strong>com</strong> <strong>as</strong> proteín<strong>as</strong><br />

Cry.<br />

N<strong>as</strong> análises <strong>com</strong> proteín<strong>as</strong> Cry<br />

biotinilad<strong>as</strong>, os cortes histológicos foram<br />

incubados à temperatura ambiente,<br />

durante 1h, <strong>com</strong> <strong>as</strong> proteín<strong>as</strong> biotinilad<strong>as</strong><br />

(10 µg/ml). As proteín<strong>as</strong> não<br />

ligad<strong>as</strong> aos sítios receptores foram removid<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong> TST (10 mM Tris; 150<br />

mM NaCl; 0,1% Triton X-100; pH 7,6).<br />

Em seguida, os tecidos foram tratados<br />

<strong>com</strong> estreptavidina conjugada a uma<br />

enzima (peroxid<strong>as</strong>e ou fosfat<strong>as</strong>e<br />

alcalina) ou fluorocromo<br />

(fluoresceína ou ficoeritrina),<br />

diluídos em tampão TST. O<br />

<strong>com</strong>plexo da reação “proteína-receptor”,<br />

usando o conjugado<br />

<strong>com</strong> enzim<strong>as</strong> foi revelado<br />

<strong>com</strong> substrato DAB para<br />

peroxid<strong>as</strong>e e BCIP/NBT para<br />

fosfat<strong>as</strong>e alcalina, sendo <strong>as</strong><br />

secções montad<strong>as</strong> <strong>com</strong> Pertex,<br />

entre lâmina e lamínula<br />

de vidro. N<strong>as</strong> revelações <strong>com</strong><br />

a fluoresceína ou ficoeritrina,<br />

<strong>as</strong> secções foram montad<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong> Mowiol e conservad<strong>as</strong> a<br />

4ºC.<br />

N<strong>as</strong> análises imunohistoquímic<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong> proteín<strong>as</strong> nativ<strong>as</strong> (não<br />

biotinilad<strong>as</strong>), os receptores foram revelados<br />

<strong>com</strong> o <strong>com</strong>plexo anticorpo<br />

primário (AC 1<br />

, específico contra a proteína<br />

Cry) e anticorpo secundário (AC 2<br />

,<br />

dirigido contra o AC 1<br />

) conjugado a uma<br />

enzima ou fluorocromo, os quais foram<br />

revelados e montados de acordo <strong>com</strong><br />

o método descrito anteriormente. Na<br />

imunodetecção, os cortes histológicos<br />

foram incubados <strong>com</strong> <strong>as</strong> proteín<strong>as</strong> nativ<strong>as</strong><br />

e na imunolocalização, <strong>as</strong> lagart<strong>as</strong><br />

foram previamente tratad<strong>as</strong> in vivo<br />

<strong>com</strong> <strong>as</strong> proteín<strong>as</strong> Cry e posteriormente<br />

foram preparados os tecidos e <strong>as</strong> reações<br />

imunohistoquímic<strong>as</strong>.<br />

Em ambos os métodos, <strong>as</strong> testemunh<strong>as</strong><br />

foram preparad<strong>as</strong> pela omissão<br />

alternada de cada etapa da reação,<br />

a fim de eliminar a hipótese de reações<br />

falso-positiv<strong>as</strong>. As amostr<strong>as</strong> revelad<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong> enzim<strong>as</strong>, tipo peroxid<strong>as</strong>e e fosfat<strong>as</strong>e<br />

alcalina, foram avaliad<strong>as</strong> em microscopia<br />

óptica de contr<strong>as</strong>te de f<strong>as</strong>e<br />

Nomarski (Leitz DMRB). Para <strong>as</strong> análises<br />

onde foram utilizados os fluorocromos<br />

foi utilizada a microscopia de<br />

varredura l<strong>as</strong>er (ACAS 570, Meridian).<br />

3. Resultados<br />

3.1. Localização de receptores<br />

<strong>com</strong> proteín<strong>as</strong> Cry biotinilad<strong>as</strong><br />

Os cortes histológicos d<strong>as</strong> lagart<strong>as</strong><br />

de Chilo suppressalis, tratados <strong>com</strong><br />

proteín<strong>as</strong> biotinilad<strong>as</strong> de Cry1Aa e<br />

Cry1Ac (Fig. 1A), revelaram uma marcagem<br />

uniforme ao longo d<strong>as</strong> microvilosidades<br />

intestinais. Na mesma espécie<br />

a marcagem de Cry1Ba (Fig. 1B)<br />

também foi intensa. Os tecidos de<br />

Figura 1: Detecção de receptores de proteína Cry1 de Bacillus<br />

thuringiensis em cortes longitudinais de lagart<strong>as</strong> de Chilo<br />

suppressalis (A e B), Heliothis armigera (C) e Plutella xylostella<br />

(D), analisados em microscopia óptica de contr<strong>as</strong>te de f<strong>as</strong>e<br />

Nomarski e Fluorescência.<br />

Heliothis armigera também apresentaram<br />

marcagem uniforme n<strong>as</strong> microvilosidades<br />

intestinais para a proteína<br />

Cry1Ac (Fig. 1C), sendo os mesmos<br />

resultados obtidos nos ensaios <strong>com</strong> <strong>as</strong><br />

lagart<strong>as</strong> de Plutella xylostella, quando<br />

tratad<strong>as</strong> <strong>com</strong> <strong>as</strong> proteín<strong>as</strong> Cry1Aa e<br />

Cry1Ac (Fig. 1D).<br />

No c<strong>as</strong>o dos tecidos tratados <strong>com</strong>o<br />

controle, representantes da omissão<br />

alternada dos diferentes <strong>com</strong>ponentes<br />

da reação, observou-se a ausência de<br />

coloração n<strong>as</strong> microvilosidades d<strong>as</strong> célul<strong>as</strong><br />

do epitélio intestinal dos insetos<br />

em estudo. As marcagens detectad<strong>as</strong><br />

na região d<strong>as</strong> microvilosidades d<strong>as</strong> célul<strong>as</strong><br />

do epitélio intestinal revelam a<br />

presença de receptores membranares<br />

às proteín<strong>as</strong> Cry, em estudo, n<strong>as</strong> referid<strong>as</strong><br />

espécies de insetos alvo.<br />

3.2. Imunodetecção de receptores<br />

<strong>com</strong> proteín<strong>as</strong> Cry nativ<strong>as</strong><br />

Os resultados d<strong>as</strong> análises de<br />

imunohistoquímica, utilizando os anticorpos<br />

policlonais, confirmam a detecção<br />

dos receptores membranares intestinais<br />

n<strong>as</strong> lagart<strong>as</strong> de: Chilo suppressalis<br />

às proteín<strong>as</strong> nativ<strong>as</strong> Cry1Aa,<br />

Cry1Ac e Cry1Ba; Heliothis armigera à<br />

proteína Cry1Ac; Plutella xylostella às<br />

proteín<strong>as</strong> Cry1Aa e Cry1Ac (Fig. 2).<br />

3.3. Imunolocalização de receptores<br />

<strong>com</strong> proteín<strong>as</strong> Cry nativ<strong>as</strong><br />

Ness<strong>as</strong> análises apen<strong>as</strong> a espécie<br />

Chilo suppressalis foi avaliada, demonstrando<br />

a localização de receptores<br />

intestinais às proteín<strong>as</strong> Cry1Aa,<br />

Cry1Ac e Cry1Ba nos tecidos d<strong>as</strong> lagart<strong>as</strong><br />

previamente intoxicad<strong>as</strong> in vivo,<br />

confirmando <strong>as</strong>sim os dados<br />

obtidos n<strong>as</strong> análises in vitro<br />

de receptores por imunodetecção<br />

e biotinilação de proteín<strong>as</strong>.<br />

3.4. Receptores membranares<br />

em microscopia<br />

de varredura<br />

l<strong>as</strong>er<br />

As amostr<strong>as</strong> de imunodetecção<br />

(Fig. 2) e biotinilação<br />

de proteín<strong>as</strong>, revelad<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong> fluorocromos, foram<br />

avaliad<strong>as</strong> em microscopia de<br />

varredura l<strong>as</strong>er, que permite<br />

uma análise semiquantitativa<br />

dos receptores através da<br />

varredura da totalidade d<strong>as</strong> secções<br />

longitudinais dos tubos digestivos d<strong>as</strong><br />

lagart<strong>as</strong>, podendo-se obter imagens:<br />

bidimensional (Fig. 2A), tridimensional<br />

(Fig. 2B) ou um gráfico que representa<br />

o pico de fluorescência numa linha<br />

imaginária do epitélio intestinal (Fig.<br />

2C).<br />

Nos estudos <strong>com</strong> Chilo suppressalis<br />

foi avaliada a distribuição dos<br />

receptores d<strong>as</strong> proteín<strong>as</strong> Cry1Aa e<br />

Cry1Ac ao longo do epitélio intestinal,<br />

cujos dados foram convertidos em valores<br />

numéricos correspondentes à intensidade<br />

de fluorescência e analisados<br />

estatisticamente pelo teste de homogeneidade<br />

de variância de Bartlett<br />

(Dagnelie, 1970), sendo <strong>as</strong> du<strong>as</strong> proteín<strong>as</strong><br />

<strong>com</strong>parad<strong>as</strong> pelo teste de Student–Neuwman-Keuls<br />

em três porções<br />

intestinais. Os resultados revelaram<br />

uma diferença significativa na intensidade<br />

de fluorescência detectada<br />

para Cry1Aa e Cry1Ac (Fig. 3), sendo<br />

a primeira mais intensa, representando<br />

86 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento n.32 - janeiro/junho 2004

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!