Aprendendo com as agrobacterias - Biotecnologia
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Pesquisa<br />
Cultivares e genes<br />
Pesquisa<br />
Entidades distint<strong>as</strong> e essenciais à agricultura<br />
Aluízio Borém<br />
Eng. Agrônomo, M.S. Ph.D., Professor da<br />
Universidade Federal de Viçosa e Presidente da<br />
Sociedade Br<strong>as</strong>ileira de Melhoramento de Plant<strong>as</strong><br />
borem@ufv.br<br />
Imagens cedid<strong>as</strong> pelo autor<br />
Figura 01<br />
Até por volta do ano 1900 não se<br />
entendia a razão da semelhança entre<br />
pais e filhos ou entre parentes. Alguns<br />
acreditavam que o sangue era responsável<br />
pela semelhança entre indivíduos<br />
aparentados. Intrigado por esta<br />
questão Gregor Mendel, em 1865, realizou<br />
uma série de cruzamentos entre<br />
ervilh<strong>as</strong> <strong>com</strong> diferentes tipos de grãos<br />
e cor de flor. Estudando os resultados<br />
dos seus trabalhos Mendel concluiu<br />
que uma determinada estrutura presente<br />
nos órgãos reprodutivos eram<br />
responsáveis pela hereditariedade, os<br />
genes. Gene é a unidade física e<br />
funcional da hereditariedade que codifica<br />
uma proteína funcional ou molécula<br />
de RNA. Os botânicos e em geral<br />
a <strong>com</strong>unidade cientifica da época consideraram<br />
a argumentação de Mendel<br />
sem consistência e ele morreu sem ter<br />
seus trabalhos reconhecidos. Somente<br />
em 1900 que seus trabalhos foram<br />
descobertos, dando origem a ciência<br />
que hoje conhecemos <strong>com</strong>o genética.<br />
Gene é, portanto, uma seqüência<br />
de ácidos desoxirribonucléicos (DNA),<br />
que codifica <strong>as</strong> característic<strong>as</strong> herdáveis<br />
dos seres vivos. Cada gene sozinho, ou<br />
em muito c<strong>as</strong>os, <strong>as</strong>sociados a um ou<br />
mais genes determinam se uma variedade<br />
de milho apresenta elevado teor<br />
de proteína ou se é de ciclo precoce.<br />
Os genes encontram-se na estrutura<br />
constituída de uma hélice dupla denominada<br />
cromossomo. Cada espécie<br />
possui um número típico de<br />
cromossomos e, o conjunto de todos<br />
os genes, distribuídos nos<br />
cromossomos, constituem o genoma<br />
do indivíduo.<br />
As célul<strong>as</strong> não podem produzir uma<br />
proteína pelo simples alinhamento de<br />
aminoácidos ao longo do gene (DNA),<br />
e para isso usam o RNA; os aminoácidos<br />
não se aderem ao DNA. Adicionalmente,<br />
o uso de um molde intermediário<br />
(RNA) na síntese protéica reduz o risco<br />
de danos ao DNA. Novamente, o<br />
dogma central da genética postula que<br />
a molécula intermediária RNAm, uma<br />
cópia do DNA, é utilizada repetidamente<br />
para a síntese protéica,utilizando<br />
a maquinaria celular e resultando na<br />
expressão d<strong>as</strong> característic<strong>as</strong> dos indivíduos<br />
(Figura 01).<br />
Os genes são, portanto, a receita de<br />
cada indivíduo ser <strong>com</strong>o é. Neste<br />
sentido, os genes em seu conjunto, o<br />
genoma, são a receita de cada indivíduo.<br />
Embora um indivíduo não possa<br />
existir sem os genes, cada gene isoladamente<br />
não possui capacidade autônoma<br />
de reprodução e não pode se<br />
multiplicar por si só. A perpetuação de<br />
um gene só é possível se ele estiver<br />
<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento n.32 - janeiro/junho 2004 61