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Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG

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E: E como você se sente no ginecologista? Assim, você t<strong>em</strong> algum tipo de<br />

vergonha? Inibição?<br />

Beatriz: Ah, ter têm. A gente s<strong>em</strong>pre teve. A gente s<strong>em</strong>pre tenta evitar,<br />

não t<strong>em</strong> jeito. Se é com mulher, ou com hom<strong>em</strong>, é ruim. Se não<br />

precisasse de fazer o exame, não faria, né?<br />

(12 anos ou mais de estudo, 36 anos)<br />

E: E o que você sente indo ao ginecologista hoje?<br />

Letícia: Tranqüilo.<br />

E: Não sente mais vergonha, inibição?<br />

Letícia: Não. Mas não é uma coisa assim agradável também.<br />

E: Mas você não sente mais tanta vergonha como você sentiu <strong>da</strong><br />

primeira?<br />

Letícia: Não. Da primeira não.<br />

(12 anos ou mais de estudo, 39 anos)<br />

E: E como que você se sente indo ao ginecologista?<br />

Liliane: Pra mim é uma rotina, normal (...)<br />

E: Sentimento de vergonha? Constrangimento?<br />

Liliane: Não, não tenho.<br />

(12 anos ou mais de estudo, 39 anos)<br />

E: E como que você se sente indo ao ginecologista?<br />

Silvia: Ué, [**], mas é natural.<br />

E: Aquela vergonha que você tinha na primeira <strong>consulta</strong> não veio mais?<br />

Silvia: Não tenho. Agora sim, com esse eu já falei, né? Que era a primeira<br />

vez que eu <strong>consulta</strong>va com hom<strong>em</strong>, no início eu fiquei meio assim, mas é<br />

a mesma coisa. A gente foi conversando [**] e tal.<br />

(12 anos ou mais de estudo, 35 anos)<br />

Fica claro, ao longo <strong>da</strong>s falas, o desconforto que a mulher sente no momento <strong>da</strong><br />

<strong>consulta</strong> ginecológica. Entretanto, pod<strong>em</strong>os perceber que este desconforto vai se<br />

atenuando na medi<strong>da</strong> que a escolari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s entrevista<strong>da</strong>s aumenta. Enquanto<br />

mulheres com baixa escolari<strong>da</strong>de não gostam n<strong>em</strong> de falar no assunto, as<br />

mulheres mais escolariza<strong>da</strong>s se mostram mais tolerantes com esta <strong>consulta</strong>,<br />

mesmo admitindo que ela ain<strong>da</strong> gera um certo constrangimento. Nota-se que o<br />

conhecimento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> <strong>consulta</strong> ginecológica na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher pode<br />

estar atuando como um atenuante <strong>da</strong> vergonha que a mulher sente. Nota-se,<br />

também, que não há uma tendência b<strong>em</strong> defini<strong>da</strong> por i<strong>da</strong>de. Neste caso, a<br />

escolari<strong>da</strong>de acaba sendo mais determinante do que a i<strong>da</strong>de.

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