Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG
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Ficou muito claro, independente <strong>da</strong> entrevista<strong>da</strong> possuir plano de saúde ou não,<br />
que a <strong>consulta</strong> via plano ou particular é considera<strong>da</strong> muito superior àquela<br />
realiza<strong>da</strong> via SUS. As entrevista<strong>da</strong>s indicaram que as <strong>consulta</strong>s realiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />
posto de saúde são s<strong>em</strong>pre muito rápi<strong>da</strong>s, o que impossibilita o diálogo.<br />
Quando in<strong>da</strong>ga<strong>da</strong>s sobre como seria a <strong>consulta</strong> ideal, ou seja, como seria a<br />
<strong>consulta</strong> se elas foss<strong>em</strong> a médica ginecologista, as entrevista<strong>da</strong>s indicaram que a<br />
<strong>consulta</strong> aconteceria com bastante diálogo e paciência. As entrevista<strong>da</strong>s disseram<br />
que iriam explicar tudo com muito cui<strong>da</strong>dos para as pacientes. Foi indicado que o<br />
atendimento deveria ser bastante “humano”.<br />
Foi curioso perceber que muitas entrevista<strong>da</strong>s indicaram que a <strong>consulta</strong><br />
ginecológica é o momento onde a mulher irá aprender sobre o seu corpo e<br />
questões relaciona<strong>da</strong>s ao sexo. Percebe-se aí que é atribuído um papel que<br />
deveria ser des<strong>em</strong>penhado pela escola e pela família para o médico<br />
ginecologista. Esta opinião prevaleceu mais entre as mulheres menos<br />
escolariza<strong>da</strong>s. Isto deve ter ocorrido porque estas mulheres dev<strong>em</strong> ter uma<br />
dificul<strong>da</strong>de maior de dialogar com seus pais e filhos e porque apresentam um<br />
acesso mais difícil à informação.<br />
Nota-se, ain<strong>da</strong>, que as entrevista<strong>da</strong>s, principalmente aquelas que não possuíam<br />
plano de saúde, apresentavam algumas d<strong>em</strong>an<strong>da</strong>s no que diz respeito à <strong>consulta</strong>.<br />
O diálogo não tinha sido suficiente para que as pacientes se sentiss<strong>em</strong><br />
confortáveis diante do médico. Assim, elas não se sentiam à vontade para<br />
perguntar<strong>em</strong> tudo o que gostariam ao médico e muitas vezes saíam s<strong>em</strong> entender<br />
os procedimentos a que foram submeti<strong>da</strong>s. O t<strong>em</strong>po de duração <strong>da</strong> <strong>consulta</strong><br />
também foi indicado também como um ponto que t<strong>em</strong> deixado a desejar segundo<br />
as entrevista<strong>da</strong>s. Elas indicaram que devido a falta de médicos nos postos de<br />
saúde, estes ficam sobrecarregados e o atendimento às pacientes teria sido muito<br />
rápido.<br />
Um ponto muito importante levantado por algumas entrevista<strong>da</strong>s se refere ao<br />
horário de funcionamento dos postos de saúde. Estas mulheres indicaram que o<br />
fato de eles funcionar<strong>em</strong> apenas <strong>em</strong> horário comercial torna o acesso mais difícil,<br />
já que elas também trabalham neste horário. Além disso, o fato de ter<strong>em</strong> que