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Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG

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Outro importante ponto aqui se refere ao poder <strong>da</strong> mulher. As entrevista<strong>da</strong>s<br />

menos escolariza<strong>da</strong>s e menos <strong>em</strong>podera<strong>da</strong>s possu<strong>em</strong> uma relação de poder<br />

extr<strong>em</strong>amente desfavorável com o médico. Isto se dá não apenas pela<br />

escolari<strong>da</strong>de, mas também pelo tipo de atendimento, o qual para essas mulheres,<br />

na grande maioria <strong>da</strong>s vezes, acontece via SUS. No outro extr<strong>em</strong>o, as mais<br />

escolariza<strong>da</strong>s têm atendimento via plano de saúde, o que lhes confere mais poder<br />

<strong>em</strong> relação ao médico, além <strong>da</strong> própria escolari<strong>da</strong>de, a qual por si só é um fator<br />

de <strong>em</strong>poderamento, devido ao maior conhecimento e ao maior acesso a<br />

informação.<br />

A quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>consulta</strong> foi trazi<strong>da</strong> à tona por to<strong>da</strong>s as entrevista<strong>da</strong>s. A<br />

importância do diálogo durante a <strong>consulta</strong> é afirma<strong>da</strong> aqui tanto por mulheres de<br />

baixa escolari<strong>da</strong>de como por mulheres com alta escolari<strong>da</strong>de. As entrevista<strong>da</strong>s<br />

pontuam que, muitas vezes, o médico pensa que a paciente já sabe de tudo e não<br />

explica as coisas como deveria. Neste mesmo sentido, é indicado que, além <strong>da</strong><br />

conversa, é necessário que haja uma relação entre o médico e a paciente, ou<br />

seja, o ginecologista deve olhar para a paciente e trocar idéias com ela, não<br />

apenas proceder com a <strong>consulta</strong> como se a paciente não tivesse opinião e<br />

sentimentos.<br />

E: E durante as suas <strong>consulta</strong>s Tereza... Nessa última <strong>consulta</strong> que você<br />

fez, que foi a mais recente, vocês chegaram a conversar especificamente<br />

sobre esse exame? Sobre câncer? Sobre a forma de prevenção? Em<br />

algum momento?<br />

Tereza: Não. Eu acho que às vezes o profissional parte muito do<br />

pressuposto que você já sabe. Até pela sua postura. Mas não chegamos a<br />

conversar não.<br />

E: Humhum.<br />

Tereza: O que chegamos conversar é que seria necessário fazer, como é<br />

s<strong>em</strong>pre necessário to<strong>da</strong> vez que você vai lá. E que aguar<strong>da</strong>r, aguar<strong>da</strong>r o<br />

resultado. Mas explicar que... Todo esse tipo de procedimento, não.<br />

(12 anos ou mais de estudo, 45 anos)

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