Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG
Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG
Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
85<br />
relação sexual com alguma certeza se o parceiro se recusasse a usar camisinha.<br />
Este perfil esteve presente <strong>em</strong> cerca de 20% <strong>da</strong> população.<br />
Foi positivo perceber que os perfis mais favorecidos foram aqueles mais<br />
prevalentes na população. No entanto, mais de 30% <strong>da</strong>s mulheres não realizaram<br />
uma <strong>consulta</strong> nos 12 meses anteriores à pesquisa e cerca de 80% não tinha<br />
acompanhamento ginecológico regular. Este ultimo número se mostrou alto e<br />
preocupante. Esta preocupação se dá porque várias doenças, se diagnostica<strong>da</strong>s<br />
cedo, são passíveis de tratamento e não causam maiores <strong>da</strong>nos. No entanto, se<br />
não acontece um acompanhamento ginecológico regular, o diagnostico pode não<br />
acontecer no momento ideal.<br />
Em linhas gerais, percebe-se que os resultados encontrados corroboram a<br />
literatura estu<strong>da</strong><strong>da</strong>. Nota-se que, no que diz respeito ao acesso a <strong>consulta</strong><br />
ginecológica, as mulheres com escolari<strong>da</strong>de mais baixa e negras não t<strong>em</strong> tiveram<br />
o acesso desejado a esta <strong>consulta</strong>. Percebe-se que são estas mulheres que não<br />
possu<strong>em</strong> plano de saúde. Logo, são as mulheres que, provavelmente, buscam a<br />
<strong>consulta</strong> <strong>em</strong> posto de saúde que não a realizaram nos 12 meses anteriores à<br />
pesquisa.<br />
Sobre as percepções destas mulheres <strong>acerca</strong> desta <strong>consulta</strong>, percebe-se que<br />
independente <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, escolari<strong>da</strong>de, raça/cor e de qualquer outra característica,<br />
é atribuí<strong>da</strong> grande importância a ela. No entanto, a vergonha que elas sent<strong>em</strong><br />
nesta <strong>consulta</strong> é grande e inversamente proporcional à escolari<strong>da</strong>de. As mulheres<br />
entrevista<strong>da</strong>s indicaram também que, para que a <strong>consulta</strong> seja a melhor possível<br />
é necessário que haja bastante diálogo e paciência por parte do médico. As<br />
entrevista<strong>da</strong>s indicaram, ain<strong>da</strong>, que não se importam com a raça/cor do<br />
ginecologista – para elas, tanto faz se ele é preto, pardo ou branco. No que diz<br />
respeito à i<strong>da</strong>de ou sexo deste médico, não houve um padrão. Há aquelas que<br />
prefer<strong>em</strong> médicos jovens aos mais velhos, como há aquelas que prefer<strong>em</strong> os<br />
homens às mulheres.<br />
Foi interessante perceber que as mulheres com escolari<strong>da</strong>de mais alta foram pela<br />
primeira vez ao ginecologista buscando informação e prevenção. Já as mulheres<br />
com escolari<strong>da</strong>de mais baixa buscaram o ginecologista porque estavam grávi<strong>da</strong>s.