Perfis e percepções acerca da consulta ginecológica em ... - UFMG
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E: E se você fosse atendi<strong>da</strong> num posto de saúde, você acha que faria<br />
diferença? Porque você falou que foi no consultório, né?<br />
Silvia: Haham.<br />
E: Caso você fosse no posto você acha que faria diferença?<br />
Silvia: No posto de saúde não é tão [meticuloso] assim. Você não é... Não<br />
t<strong>em</strong> uma atenção. Então assim, não é dedica<strong>da</strong> uma atenção. Porque é...<br />
Linha de montag<strong>em</strong>, né? Então você senta ali, despeja o básico. Eu acho<br />
que é diferente sim.<br />
(12 anos ou mais de estudo, 35 anos)<br />
Das participantes entrevista<strong>da</strong>s, apenas algumas, e to<strong>da</strong>s com escolari<strong>da</strong>de entre<br />
8 e 11 anos de estudo, não acharam que, necessariamente, há diferenças entre<br />
as duas <strong>consulta</strong>s. Para estas mulheres, isto depende de ca<strong>da</strong> profissional.<br />
E: Você acha que existe diferença no tratamento de um ginecologista, por<br />
ex<strong>em</strong>plo: no posto de saúde e num clínico particular?<br />
Nádia: Acho que depende do profissional. T<strong>em</strong> uns que deve ter alguma<br />
diferença sim, mas aí vai <strong>da</strong> ética de ca<strong>da</strong> um.<br />
(8 a 11 anos de estudo, 23 anos)<br />
Percebe-se que, apesar do quase consenso quanto à superiori<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s <strong>consulta</strong>s<br />
ginecológicas realiza<strong>da</strong>s por plano de saúde/particular <strong>em</strong> relação ao SUS, há<br />
uma divisão na caracterização destas diferenças. Uma parte <strong>da</strong>s mulheres atribui<br />
esta pior quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>consulta</strong> ao atendimento médico <strong>em</strong> si, ou seja, estas<br />
mulheres acreditam que, numa <strong>consulta</strong> particular, o médico atende as pacientes<br />
melhor do que numa <strong>consulta</strong> realiza<strong>da</strong> pelo SUS. Assim, esta diferença se dá<br />
devido à conduta do médico ginecologista.<br />
Já outra parte <strong>da</strong>s mulheres, principalmente as de alta escolari<strong>da</strong>de, acreditam<br />
que a <strong>consulta</strong> realiza<strong>da</strong> pelo SUS seria pior porque é mais rápi<strong>da</strong>, ou seja, o<br />
médico t<strong>em</strong> menos t<strong>em</strong>po para atender a paciente e, assim, ele é menos<br />
meticuloso e t<strong>em</strong> menos t<strong>em</strong>po pra explicações. Neste caso, não<br />
necessariamente o culpado por esta diferença é o médico, já que este atende<br />
rapi<strong>da</strong>mente porque a d<strong>em</strong>an<strong>da</strong> pelos serviços do SUS é maior do que a oferta, e<br />
isto não é culpa dele.<br />
Como as entrevista<strong>da</strong>s agiriam se foss<strong>em</strong> elas as ginecologistas? Estas falas são<br />
apresenta<strong>da</strong>s a seguir.