anatomia do lenho e dendrocronologia de lianas da famÃlia ...
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
Lianas<br />
Historicamente a presença e a importância <strong>da</strong>s <strong>lianas</strong> têm fascina<strong>do</strong> biólogos e<br />
naturalistas. As primeiras publicações, que <strong>de</strong>screvem o hábito lianescente são <strong>do</strong> século XIX.<br />
Mirbel (1828 apud Obaton, 1960) relatou a presença <strong>de</strong> feixes vasculares auxiliares surgin<strong>do</strong><br />
a partir <strong>do</strong> sistema vascular principal em Calycanthus; Gaudichaud (1833 apud Obaton, 1960)<br />
estu<strong>do</strong>u <strong>lianas</strong> brasileiras <strong>de</strong> cinco famílias; e Decaisne (1839 apud Obaton, 1960) <strong>de</strong>screveu<br />
a aparição <strong>de</strong> zonas sucessivas <strong>de</strong> crescimento em Menispermaceae. Merecem <strong>de</strong>staque na<br />
segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX: o trabalho <strong>de</strong> Darwin (1867) intitula<strong>do</strong> “On the movement<br />
and habits of climbing plants”, em que o autor investigou a estrutura e o comportamento <strong>do</strong>s<br />
vegetais escala<strong>do</strong>res; Westermeier & Ambronn (1881 apud Carlquist, 1991) que <strong>de</strong>screveram<br />
aspectos anatômicos <strong>do</strong> caule em que as plantas escala<strong>do</strong>ras diferem <strong>da</strong>s auto-suportantes; e<br />
os estu<strong>do</strong>s clássicos <strong>de</strong> Schenck (1892, 1893), que focou suas pesquisas principalmente na<br />
<strong>anatomia</strong> <strong>do</strong> caule <strong>da</strong>s <strong>lianas</strong>, mas também incluiu investigações taxonômicas e geográficas e<br />
realizou um excelente registro gráfico.<br />
No inicio <strong>do</strong> século XX foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s vários trabalhos com <strong>lianas</strong>, a exemplo<br />
<strong>de</strong>: Solere<strong>de</strong>r (1908) que trata <strong>da</strong> <strong>anatomia</strong> compara<strong>da</strong> <strong>de</strong> dicotiledôneas e inclui as <strong>lianas</strong> em<br />
suas análises; Shirley & Lambert (1918), que investigaram a <strong>anatomia</strong> <strong>de</strong> 53 espécies <strong>de</strong><br />
plantas escala<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> 23 famílias com a intenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a família pelo exame <strong>da</strong><br />
estrutura interna; Dastur & Kapadia (1931) que estu<strong>da</strong>ram a <strong>anatomia</strong> <strong>de</strong> vegetais escala<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong> 35 espécies. Estes trabalhos, cita<strong>do</strong>s neste parágrafo, enfatizaram as variações cambiais<br />
encontra<strong>da</strong>s.<br />
Na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX, ocorreu um aumento na investigação a respeito <strong>da</strong>s<br />
<strong>lianas</strong> e mais pesquisa<strong>do</strong>res passaram a <strong>da</strong>r atenção ao hábito (Putz, 2006). Mas somente há<br />
poucos anos, com o reconhecimento <strong>do</strong> importante papel <strong>da</strong>s <strong>lianas</strong> nas muitas áreas <strong>da</strong><br />
ecologia vegetal, houve uma explosão <strong>do</strong>s relatos <strong>de</strong> pesquisas com <strong>lianas</strong> (Schnitzer &<br />
Bongers, 2002). Mesmo assim, as <strong>lianas</strong> são menos estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong>s a outros<br />
hábitos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> muito negligencia<strong>da</strong>s por coletores e pesquisa<strong>do</strong>res, possivelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />
às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> obtenção <strong>da</strong>s amostras (Gentry, 1991). Bamber & Ter Welle (1994)<br />
referem que os estu<strong>do</strong>s anatômicos <strong>da</strong>s <strong>lianas</strong>, assim como os <strong>da</strong> casca, foram negligencia<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a interesses econômicos. Os estu<strong>do</strong>s concentravam-se no estu<strong>do</strong> anatômico <strong>do</strong> <strong>lenho</strong><br />
<strong>de</strong> árvores, que proveriam <strong>da</strong><strong>do</strong>s para i<strong>de</strong>ntificação e utilização <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira.