26.10.2014 Views

anatomia do lenho e dendrocronologia de lianas da família ...

anatomia do lenho e dendrocronologia de lianas da família ...

anatomia do lenho e dendrocronologia de lianas da família ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

70<br />

INTRODUÇÃO<br />

Des<strong>de</strong> o final <strong>do</strong> século 19 são conheci<strong>do</strong>s trabalhos na região tropical, que<br />

comprovam a periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> anual <strong>de</strong> crescimento secundário e aplicam méto<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>ndrocronológicos em espécies arbóreas (Worbes, 2002). Na Mata Atlântica as pesquisas são<br />

mais recentes, mas também foram observa<strong>da</strong>s espécies que expressam a periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> anual<br />

<strong>de</strong> crescimento e ressaltam o potencial para se <strong>de</strong>senvolver este tipo <strong>de</strong> pesquisa neste bioma<br />

(Calla<strong>do</strong> et al., 2001).<br />

A análise <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento tem-se mostra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s melhores méto<strong>do</strong>s<br />

para estimar a i<strong>da</strong><strong>de</strong> e o crescimento <strong>de</strong> espécies arbóreas (Worbes & Junk, 1999). Através <strong>da</strong><br />

largura <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento é possível extrair informações sobre o crescimento, i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e relações com as condições ambientais (Worbes, 2002; Brienem e Zui<strong>de</strong>ma, 2006).<br />

As <strong>lianas</strong> representam aproxima<strong>da</strong>mente 25% <strong>da</strong> riqueza e <strong>da</strong> abundância nas florestas<br />

tropicais (Schnitzer & Bongers, 2002). De forma discrepante po<strong>de</strong>m contribuir com 5% <strong>da</strong><br />

biomassa total acima <strong>do</strong> solo e com até 40% <strong>da</strong> área foliar <strong>da</strong> floresta (Putz, 2006). Elas<br />

competem com as espécies arbóreas por nutrientes, luz e água (Gentry, 1991). Devi<strong>do</strong> a seus<br />

caules finos e o <strong>lenho</strong> <strong>de</strong> pouca <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, as <strong>lianas</strong> seqüestram menos carbono que as<br />

espécies arbóreas. Infestações <strong>de</strong> <strong>lianas</strong> inibem a regeneração <strong>da</strong> floresta por árvores o que<br />

reduz a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono que seria assimila<strong>da</strong> na biomassa (Schnitzer & Bongers, 2002).<br />

Conhecem-se <strong>do</strong>is estu<strong>do</strong>s que aplicam a análise <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento em<br />

<strong>lianas</strong>. Um realiza<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> século 20, que estima a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Clematis vitalba L.<br />

(Kanngiesser, 1906 apud Schweingruber & Poschlod, 2005) e outro recente que compara o<br />

crescimento <strong>de</strong> uma espécie que se apresenta como <strong>lianas</strong> e auto-suportantes (Ceccantini &<br />

Bran<strong>de</strong>s, <strong>da</strong><strong>do</strong>s não publica<strong>do</strong>s). Um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Bran<strong>de</strong>s & Barros (<strong>da</strong><strong>do</strong>s não<br />

publica<strong>do</strong>s), <strong>de</strong>talha a <strong>anatomia</strong> <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> quatro espécies <strong>de</strong> <strong>lianas</strong> <strong>da</strong><br />

família Leguminosae, Senegalia tenuifolia (L.) Britton & Rose, Pipta<strong>de</strong>nia adiantoi<strong>de</strong>s<br />

(Spreng.) J.F. Macbr., Pipta<strong>de</strong>nia micracantha Benth. e Dalbergia frutescens (Vell.) Britton<br />

var. frutescens, que serão as <strong>lianas</strong> trata<strong>da</strong>s no presente estu<strong>do</strong>. Alguns outros relatos <strong>da</strong><br />

ocorrência <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento distintas em <strong>lianas</strong> são reporta<strong>do</strong>s em Baas &<br />

Schweingruber (1987), Gasson & Dobbins (1991), Carlquist (1995), Araque et al. (2000) e<br />

<strong>de</strong>monstram que a <strong><strong>de</strong>ndrocronologia</strong> neste hábito é um campo <strong>de</strong> pesquisas a ser explora<strong>do</strong>.<br />

Em plantas herbáceas existem relatos antigos <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento,<br />

mas foram negligencia<strong>do</strong>s até recentemente serem re<strong>de</strong>scobertos e mostrarem as diversas<br />

aplicações nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ecologia e <strong>de</strong> biologia <strong>da</strong> conservação (Schweingruber & Poschlod,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!