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anatomia do lenho e dendrocronologia de lianas da família ...

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76<br />

DISCUSSÃO<br />

Foi observa<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento anuais. Tal<br />

constatação é reforça<strong>da</strong> pelo regime anual <strong>de</strong> precipitação na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, com uma estação<br />

seca com duração <strong>de</strong> três meses, on<strong>de</strong> a média mensal é menor que 30 mm. Segun<strong>do</strong> Worbes<br />

(1995), regiões com um perío<strong>do</strong> seco <strong>de</strong> três meses ou mais no ano e precipitação abaixo <strong>de</strong><br />

60 mm mensais neste perío<strong>do</strong>, favorecem a ocorrência <strong>de</strong> espécies que formam cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

crescimento anuais. A ocorrência <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento anuais também foram relata<strong>da</strong>s<br />

em espécies arbóreas <strong>da</strong> Mata Atlântica (Calla<strong>do</strong> et al., 2001) e em diversas espécies <strong>do</strong><br />

gênero Acacia na região tropical na África com um perío<strong>do</strong> seco anual (Gourlay, 1995). No<br />

presente estu<strong>do</strong>, tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> outro hábito que não o arbóreo, foi utiliza<strong>da</strong> a técnica <strong>de</strong><br />

lesões no câmbio para <strong>de</strong>monstrar a periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> crescimento secundário além <strong>da</strong>s<br />

evidências climatológicas e anatômicas.<br />

O crescimento em diâmetro observa<strong>do</strong> nas <strong>lianas</strong> no presente trabalho foi bem superior<br />

aos observa<strong>do</strong>s em outros estu<strong>do</strong>s (Nabe-Nielsen, 2002; Putz,1990; Gerwing, 2004; Ewers et<br />

al., 1991). Observou-se um incremento médio <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> 3,82 mm a 5,51 mm por ano, ou<br />

1,91 mm a 2,76 mm <strong>de</strong> incremento radial. Em <strong>lianas</strong> <strong>da</strong> espécie Machaerium cuspi<strong>da</strong>tum<br />

(Leguminosae), estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por Nabe-Nielsen (2002), foi observa<strong>da</strong> a taxa <strong>de</strong> crescimento no<br />

diâmetro <strong>de</strong> 1,4 mm por ano em indivíduos com caule <strong>de</strong> 31 mm a 50 mm <strong>de</strong> diâmetro, e em<br />

indivíduos com diâmetro <strong>de</strong> 51 mm a 100 mm foi 0,7 mm por ano. As maiores taxas <strong>de</strong><br />

crescimento observa<strong>da</strong>s por ele foram em <strong>lianas</strong> que se <strong>de</strong>senvolviam sob gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> luz. Entretanto poucas cresceram rapi<strong>da</strong>mente quan<strong>do</strong> estavam totalmente expostas ao sol.<br />

O valor médio <strong>de</strong> 1,4 mm por ano <strong>de</strong> crescimento também foi observa<strong>do</strong> por Putz (1990),<br />

estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> 15 espécies <strong>de</strong> <strong>lianas</strong> no Panamá, as que apresentavam maior taxa <strong>de</strong> crescimento<br />

pertenciam à família Leguminosae. Segun<strong>do</strong> o autor, Acacia hayessi (Britt. & Rose) Standl.<br />

apresentou incremento médio anual no diâmetro <strong>de</strong> 2,58 mm e Enta<strong>da</strong> monstachya DC. <strong>de</strong><br />

5,82 mm.<br />

Gerwing (2004) registrou o crescimento anual varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,3 mm a 2,2 mm por ano<br />

em seis espécies <strong>de</strong> <strong>lianas</strong> <strong>da</strong> Amazônia brasileira. Algumas <strong>da</strong>s espécies por ele estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

que pertenciam a família Leguminosae: Bauhinia guianensis, com incremento <strong>de</strong> 1,1 mm por<br />

ano, Bauhinia cupreonitans com 1,8 mm por ano e Acacia multipinnata com 1,9 mm por ano.<br />

Segun<strong>do</strong> o autor, as espécies com <strong>de</strong>senvolvimento mais lento estavam associa<strong>da</strong>s a florestas<br />

em estagio sucessional tardio ou maduras e as que se <strong>de</strong>senvolveram mais rapi<strong>da</strong>mente,<br />

associa<strong>da</strong>s à abertura <strong>de</strong> clareiras e a florestas em recente estágio sucessional. Ewers et al.

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