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Ed. 114 - NewsLab

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com o período do pico do βhCG que<br />

ocorre entre a 9ª e a 13ª semanas<br />

gestacionais. Desde o primeiro trimestre<br />

até o final da gestação, há<br />

um aumento na síntese da globulina<br />

carreadora de tiroxina (TBG), devido<br />

ao estímulo de estradiol, tendo como<br />

consequência o aumento das iodotironinas<br />

como o T 3<br />

(triiodotironina) e<br />

T 4<br />

(tiroxina) (2).<br />

O cortisol é um hormônio hiperglicemiante<br />

e, durante a gestação, pode<br />

alterar a função da placenta, fluxo<br />

sanguíneo uterino e controle do desenvolvimento<br />

do feto. Sua secreção<br />

está relacionada com fatores psicológicos,<br />

como exemplo, a ansiedade,<br />

esta é um estímulo para ativação do<br />

sistema adrenal através do estresse,<br />

já a diminuição de seus níveis ocorre<br />

abruptamente durante o parto (3).<br />

No início da gravidez, as células<br />

β-pancreáticas sofrem alteração<br />

em seu tamanho devido aos altos<br />

níveis de estradiol (E 2<br />

) e progesterona<br />

(P 4<br />

), aumentando o poder de<br />

ação pela insulina frente ao nível de<br />

glicose no sangue facilitando o processo<br />

de anabolismo do glicogênio,<br />

triglicerídeos e proteínas. Durante<br />

a segunda metade da gestação, o<br />

hormônio lactogênico placentário<br />

(HLP), um hormônio de atividade<br />

catabólica, estimula a lipólise e gliconeogênese<br />

e como produto final,<br />

aumento dos níveis de glicose. O<br />

HLP atua sobre a massa de células<br />

β-pancreáticas, influenciando tanto<br />

a produção quanto a secreção<br />

de insulina. A prolactina regula a<br />

produção de insulina através da<br />

transcrição do gene da insulina. A<br />

sensibilidade à insulina reduz progressivamente<br />

durante as últimas<br />

20 semanas de gestação (4-7).<br />

Os reguladores endócrinos para o<br />

crescimento fetal são a insulina e o<br />

fator de crescimento semelhante à insulina<br />

(IGF-1). Sendo que o IGF-1 está<br />

relacionado com o peso do bebê ao<br />

nascer e a insulina com o crescimento.<br />

A insulina pode atuar na regulação dos<br />

níveis de leptina (8).<br />

Conceito de Diabetes Mellitus<br />

Gestacional<br />

A intolerância à glicose com início<br />

durante a gestação é denominada<br />

diabetes mellitus gestacional (DMG)<br />

(9, 10). O diabetes mellitus é uma<br />

síndrome metabólica heterogênea que<br />

envolve desordens fisiopatológicas<br />

distintas no metabolismo dos carboidratos<br />

decorrentes de uma complexa<br />

interação de fatores genéticos e ambientais<br />

(11).<br />

Consequências para Mãe e Feto<br />

O diabetes em uma gestante pode<br />

ocasionar risco aumentado tanto para<br />

o feto quanto para a própria mãe. Durante<br />

os nove meses de gestação, para<br />

que ocorra o crescimento adequado<br />

do feto, é importante o transporte<br />

de nutrientes da mãe para o mesmo.<br />

Essa demanda cria uma sobrecarga<br />

metabólica para a mãe (12).<br />

O organismo materno durante a<br />

gestação sofre alterações circulatórias<br />

e metabólicas. A primeira está relacionada<br />

com o aumento da volemia<br />

e do débito cardíaco, sendo assim, é<br />

necessária a diminuição da resistência<br />

periférica para manter os níveis<br />

tensionais normais. Já as alterações<br />

metabólicas são caracterizadas pela<br />

resistência crescente à insulina, causada<br />

pela secreção e ação do HLP. A<br />

resistência à insulina está associada<br />

ao aumento do tecido adiposo que<br />

ocorre na fase inicial da gestação (13).<br />

Em diabéticas com controle glicêmico<br />

inadequado pré-gestacional,<br />

os abortos espontâneos ou a mortalidade<br />

fetal são mais frequentes,<br />

sendo comum também a ocorrência<br />

de hipoglicemia neonatal. Outra complicação<br />

importante é a síndrome do<br />

desconforto respiratório, tendo como<br />

fatores relevantes a hiperinsulinemia,<br />

hiperglicemia (11).<br />

A hiperglicemia materna pode<br />

acarretar várias morbidades que são<br />

denominadas “fetopatias diabéticas”.<br />

A macrossomia, policitemia, icterícia,<br />

hipocalcemia e aumento de duas a três<br />

vezes do risco de má formação congênita<br />

são as complicações neonatais<br />

mais comuns observadas no diabetes<br />

mellitus (14).<br />

Diagnóstico e Tratamento<br />

O TOTG é o teste mais utilizado no<br />

mundo para detecção do DG, sendo<br />

recomendado para todas as gestantes<br />

entre a 24ª e a 28ª semanas. Consiste<br />

na dosagem da glicemia duas horas<br />

após a descarga de 75g de glicose,<br />

preconizada pela Organização Mundial<br />

da Saúde (OMS) como único teste,<br />

tanto para rastreamento quanto para<br />

diagnóstico (9, 15).<br />

O tratamento do DG está relacionado<br />

com o controle glicêmico, mas<br />

com as falhas obtidas pela dieta,<br />

associada ou não a exercícios físicos,<br />

o mais indicado é a insulinoterapia<br />

(16, 17).<br />

Uma das formas recomendadas<br />

para a administração da insulina é a<br />

aplicação de múltiplas doses de insulina<br />

funcionando como uma tentativa<br />

de simulação do sistema fisiológico da<br />

paciente. A insulinoterapia é indicada<br />

tendo em vista que a presença do<br />

diabetes gestacional pode levar ao<br />

aumento do risco de morbimortalidade<br />

materna e fetal (18, 19).<br />

Objetivos<br />

Pesquisar, através de levantamento<br />

bibliográfico, as principais<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>114</strong> - 2012<br />

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