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Ed. 114 - NewsLab

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saudáveis e aquelas com diabetes gestacional;<br />

entretanto, há uma diferença<br />

entre a liberação de leptina entre<br />

gestantes saudáveis e mulheres com<br />

diabetes gestacional. Em gestações<br />

normais ocorre a hiperglicemia e<br />

resistência à insulina; e o aumento da<br />

liberação do hormônio resistina pela<br />

ação da insulina está relacionado à resistência<br />

à insulina durante a gestação.<br />

Há uma diferença na liberação de leptina<br />

pelo feto, pelos tecidos maternos<br />

de mulheres com diabetes gestacional<br />

e pelas gestantes saudáveis. Uma alteração<br />

no metabolismo da leptina e/<br />

ou função da placenta pode implicar<br />

na patogênese do diabetes mellitus<br />

gestacional. A liberação da resistina é<br />

fortemente afetada pela variedade de<br />

mediadores da inflamação e também<br />

dos hormônios (25).<br />

Retnakaran et al., 2004 (26), ao<br />

contrário de Lappas et al., 2005 (25),<br />

afirmam que diabetes mellitus gestacional<br />

é caracterizado pelo aumento<br />

das concentrações de PCR (Proteína<br />

C Reativa) e baixos níveis de adiponectina<br />

durante gravidez e pós-parto.<br />

A diminuição da adiponectina resulta<br />

na resistência à insulina após o parto,<br />

disfunção das células β e aumento da<br />

glicemia. Essa hipoadiponectenemia<br />

passa a ser um potencial para fisiopatologia<br />

do diabetes mellitus gestacional<br />

com grande chance da mãe<br />

apresentar diabetes mellitus tipo 2<br />

após o parto.<br />

Ng et al., 2000 (23) e Reis et al.,<br />

2002 (20) afirmam que recém-nascidos<br />

de mães diabéticas em tratamento<br />

com insulina apresentam maiores<br />

concentrações de leptina sérica.<br />

O aumento na produção de insulina<br />

pelo feto deve-se pelo excesso de glicose<br />

materna que atravessa a placenta.<br />

A insulina fetal regula a expressão<br />

do gene ob do adipócito estimulando a<br />

produção de leptina por essas células.<br />

A leptina atua na inibição de insulina<br />

através da ativação dos canais de potássio<br />

nas células β-pancreáticas (23).<br />

Considerações finais<br />

Através do levantamento bibliográfico<br />

concluímos que há uma grande<br />

evidência de malformação fetal correlacionada<br />

com alterações endócrinas<br />

decorrentes do diabetes gestacional.<br />

Dentre essas alterações endócrinas<br />

podemos ressaltar a resistência insulínica,<br />

as IGFs, a leptina e a resistina.<br />

A resistência insulínica em mulheres<br />

com diabetes gestacional, as<br />

quais ainda exibem um aumento dos<br />

níveis de HLP no terceiro trimestre<br />

de gestação, leva a macrossomia<br />

fetal e estimula também as células<br />

β-pancreáticas a produzirem insulina<br />

sendo que o excesso residual leva<br />

à hipoglicemia neonatal. Os níveis<br />

de -hCG, em mães diabéticas,<br />

apresentam-se normais.<br />

Tanto as IGFs e leptina produzidas<br />

pela mãe quanto pelo feto, resultam na<br />

macrossomia fetal e seus níveis estão<br />

aumentados no cordão umbilical de<br />

recém-nascidos de mães diabéticas.<br />

A leptina aumenta os índices de massa<br />

corporal nas gestantes diabéticas;<br />

a diminuição da mesma ocorre com<br />

redução de peso. A hiperglicemia materna<br />

ocorre pelo aumento de leptina e<br />

inibição da insulina pela própria leptina<br />

num processo de feedback negativo.<br />

O aumento da produção de resistina<br />

estimulada pela insulina acarreta<br />

na resistência à insulina durante a<br />

gestação e a permanência desse<br />

quadro é refletida pela diminuição<br />

dos níveis de adiponectina, aumento<br />

da PCR, disfunção de células<br />

β-pancreáticas e hiperglicemia.<br />

Correspondências para:<br />

Francisco Ferreira de Araujo Neto<br />

netim120@hotmail.com<br />

Referências Bibliográficas<br />

1. Medeiros SF, Norman RJ. Formas moleculares da gonadotrofina coriônica humana: características, ensaios e uso clínico. Revista Brasileira<br />

de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, 28(4). 2006.<br />

2. Netto LS et al. Estudo longitudinal do eixo hipófise-tireóide durante a gravidez. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia,<br />

São Paulo, 48(4). 2004.<br />

3. Rondó PHC et al. The relationship between salivary cortisol concentrations and anxiety in adolescent and non-adolescent pregnant<br />

women. Brazilian Journal of Medical Biology and Res, Ribeirão Preto, 37(9). 2004.<br />

4. Basso NAS et al. Insulinoterapia, controle glicêmico materno e prognóstico perinatal: diferença entre o diabetes gestacional e o clínico.<br />

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, 29(5). 2007.<br />

5. Nadal A et al. The role of oestrogens in the adaptation of islets to insulin Resistance. Journal of Physiology, Spain, 587(21). 2009.<br />

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<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>114</strong> - 2012

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