arquivo .PDF - Jornalismo da UFV
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dito, para muitas pessoas a agroecologia é considera<strong>da</strong> um movimento social, pois significa<br />
a luta pela vi<strong>da</strong>, a luta por um mundo mais justo, por uma agricultura sustentável que não se<br />
embase no ganho do capital e político. Nesse sentido, a agroecologia é pratica<strong>da</strong> pelos<br />
agricultores familiares que tiram <strong>da</strong> natureza apenas o que precisam para seu sustento, e<br />
assim não esgotam todos os recursos <strong>da</strong> natureza como é realizado na agricultura<br />
convencional. O conhecimento técnico aju<strong>da</strong> muitos os camponeses a praticarem a<br />
agroecologia, que os auxilia em situações de risco <strong>da</strong> lavoura, portanto<br />
Subestimar a capaci<strong>da</strong>de criadora e recriadora dos camponeses, desprezar seus<br />
conhecimentos, não importa o nível em que se achem, tentar “enchê-los” com o<br />
que aos técnicos lhe parece certos são expressões, em última análise, <strong>da</strong> ideologia<br />
dominante. Não queremos, contudo, com isto dizer que os camponeses devam<br />
permanecer no estado em que se encontram com relação a seu enfrentamento com<br />
o mundo natural e á sua posição em face <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> política do país. Queremos<br />
afirmar que eles não devem ser considerados como “vasilhas” vazias nas quais se<br />
vá depositando o conhecimento dos especialistas, mas, pelo contrário, sujeitos,<br />
também, do processo de sua capacitação. (FREIRE, 2001, p. 36)<br />
Outro tema de grande importância foi saúde integral, entendido como sendo a saúde<br />
<strong>da</strong>s águas, dos animais, <strong>da</strong> terra, <strong>da</strong>s plantas, do meio ambiente e <strong>da</strong>s pessoas que vivem<br />
naquele espaço. O assunto está ligado a agroecologia, pois é muito comum hoje no campo o<br />
número de pessoas doentes, principalmente com câncer, devido o uso de agrotóxicos e<br />
insumos agrícolas. Isso traz ain<strong>da</strong> uma mu<strong>da</strong>nça cultural, pois antigamente as pessoas se<br />
curavam mais através de medi<strong>da</strong>s naturais como chás, homeopatia e florais e, devido a<br />
invisibili<strong>da</strong>de e preconceito <strong>da</strong><strong>da</strong> a estes meios de cura as pessoas recorrem mais aos<br />
remédios alopáticos deixando de acreditar nas curas alternativas.<br />
A soberania alimentar também foi um tema recorrente dentro <strong>da</strong> Troca de Saberes,<br />
pois o modelo latifundiário-hegemônico pelo qual a agricultura tem se desenvolvido não<br />
leva em consideração a quali<strong>da</strong>de em que os alimentos chegam a população e apenas no<br />
ganho econômico. Para Laércio Meirelles<br />
O conceito foi inicialmente postulado pela Via Campesina e pode ser intitulado<br />
como “o direito dos povos a alimentos nutritivos e culturalmente adequados,<br />
acessíveis, produzidos de forma sustentável e ecológica, e o direito de decidir seu<br />
próprio sistema alimentar e produtivo.” Apesar deste direito ser incontestável e<br />
exigível, o modelo de desenvolvimento adotado de maneira hegemônica pouco<br />
tem colaborado para seu alcance. (MEIRELLES, 2008, p.1)<br />
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