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arquivo .PDF - Jornalismo da UFV

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universi<strong>da</strong>de, para que a construção de um novo conhecimento inclua as partes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

que antes era excluí<strong>da</strong>s. Foi assim, que aos poucos surgiu a Troca de Saberes, com o intuito<br />

de promover esse diálogo que já existia. É difícil precisar quando começou a Troca de<br />

Saberes, mas o encontro com esse nome surgiu em 2009. Hoje, a Troca de Saberes é um<br />

encontro que acontece anualmente na Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa, durante a realização<br />

<strong>da</strong> Semana do Fazendeiro, no mês de julho. A idéia não é trazer essas pessoas como um<br />

objeto de estudo ou uma experiência, a idéia é aprender, trocar e adquirir conhecimentos que<br />

muitas vezes a ciência não possui, e também que o conhecimento científico sirva para<br />

melhorar a vi<strong>da</strong> dessas pessoas. A ideia é <strong>da</strong>r voz a quem não tinha voz, presença a quem<br />

estava ausente para gerar o novo com o novo. Boaventura de Sousa Santos defende a idéia<br />

de utilizar a Sociologia <strong>da</strong>s Ausências, caracteriza<strong>da</strong> por ele como:<br />

muito do que não existe em nossa reali<strong>da</strong>de é produzido ativamente como não<br />

existente, e por isso a armadilha maior pra nós é reduzir a reali<strong>da</strong>de ao que existe.<br />

Assim, de imediato compartimos essa racionali<strong>da</strong>de preguiçosa, que realmente<br />

produz como ausente muita reali<strong>da</strong>de que poderia estar presente. A Sociologia <strong>da</strong>s<br />

Ausências é um procedimento transgressivo, uma sociologia insurgente para tentar<br />

mostrar que o que não existe é produzido ativamente como não existente, como<br />

uma alternativa não crível, como uma alternativa descartável, invisível á reali<strong>da</strong>de<br />

hegemônica do mundo. (idem, 2007, p.28-29)<br />

Envolvendo os movimentos sociais, os sindicatos e trabalhadores rurais e os<br />

estu<strong>da</strong>ntes do campo a Troca de Saberes traz temas que fazem parte do cotidiano dos<br />

participantes para que a interação e o diálogo seja mais convi<strong>da</strong>tivo e horizontalizado.<br />

Estando familiarizado com esses temas conseguem debatê-los e contribuir ativamente. Os<br />

temas centrais dessa edição <strong>da</strong> Troca de Saberes foram economia popular solidária, gênero,<br />

saúde integral, cultura, educação do campo e soberania alimentar, todos discutidos numa<br />

perspectiva agroecológica.<br />

A colocação <strong>da</strong> proposta <strong>da</strong> Troca de Saberes dentro do contexto <strong>da</strong> Semana do<br />

Fazendeiro tem por objetivo realizar uma crítica a <strong>UFV</strong>. Tradicionalmente agrária, a <strong>UFV</strong><br />

forma profissionais voltados para o trabalho em grandes latifúndios e sem conhecer outra<br />

reali<strong>da</strong>de de quem vive <strong>da</strong> terra e pratica a agroecologia, modelo de agricultura sustentável,<br />

que trabalha agricultura e meio ambiente juntos, respeitando todos os seres vivos que vivem<br />

naquele lugar de forma mais saudável. Grande parte dos participantes <strong>da</strong> Troca de Saberes<br />

são trabalhadores e trabalhadoras rurais, donos de pequenas proprie<strong>da</strong>des de terra, alguns<br />

ligados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, integrantes do Movimento dos<br />

Trabalhadores Rurais Sem- Terra- MST, do Movimento dos Atingidos pelas Barragens-<br />

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