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arquivo .PDF - Jornalismo da UFV

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mostre a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>quela imagem e som, na ver<strong>da</strong>de é a re-apresentação do real. Para Bill<br />

Nichols<br />

Se o documentário fosse uma reprodução <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, esses problemas seriam<br />

bem menos graves. Teríamos simplesmente a réplica ou cópia de algo já existente.<br />

Mas ele não é uma reprodução <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, é uma representação do mundo em<br />

que vivemos. Representa uma determina<strong>da</strong> visão do mundo, uma visão com a qual<br />

talvez nunca tenhamos deparado antes, mesmo que os aspectos do mundo nela<br />

representados nos sejam familiares. (NICHOLS, 2005, p. 47)<br />

O gênero documentário é o que mais se aproxima <strong>da</strong> reprodução do real, pois<br />

diferente do gênero ficção, em que os atores são dirigidos e já têm dimensão do que vão<br />

representar, no documentário as pessoas dão depoimentos <strong>da</strong> sua reali<strong>da</strong>de, nos seus<br />

ambientes e portanto,<br />

As “pessoas” são trata<strong>da</strong>s como atores sociais: continuam a levar a vi<strong>da</strong> mais ou<br />

menos como fariam sem a presença <strong>da</strong> câmera. Continuam a ser atores culturais e<br />

não artistas teatrais. Seu valor para o cineasta consiste não no que promete uma<br />

relação contratual, mas no que a própria vi<strong>da</strong> dessas pessoas incorpora. Seu valor<br />

reside não nas formas pelas quais disfarçam ou transformam comportamento e<br />

personali<strong>da</strong>de habituais, mas nas formas pelas quais comportamento e<br />

personali<strong>da</strong>de habituais servem às necessi<strong>da</strong>des do cineasta. (idem, 2005, p.31)<br />

O documentário possui um caráter informativo que muito se aproxima do modelo<br />

<strong>da</strong>s reportagens televisivas, porém com mais detalhes e mais vozes retrata<strong>da</strong>s e envolvi<strong>da</strong>s,<br />

não apenas uma visão de determinado fato, acontecimento ou reali<strong>da</strong>de. Assim, como uma<br />

reportagem deve mostrar diversas visões de um fato, o documentário também possui essa<br />

característica de retratar um fato e documentar a história. O documentário “Fé na Terra”<br />

mostra claramente esta característica, pois exibe a percepção do encontro não só do ponto de<br />

vista de quem o elabora, mas também dos participantes, autori<strong>da</strong>des políticas envolvi<strong>da</strong>s, e o<br />

que ca<strong>da</strong> um desses “personagens” pensa dos temas que permeiam o encontro <strong>da</strong> Troca de<br />

Saberes. Isso fica bem claro nos capítulos temáticos do documentário que intercala as falas<br />

dos agricultores e agricultoras com as falas dos militantes de diversos movimentos sociais,<br />

dos técnicos, professores, estu<strong>da</strong>ntes e pesquisadores que fazem parte desse processo.<br />

Porém, uma grande diferença <strong>da</strong>s reportagens televisivas e os documentários é a<br />

aproximação que um documentário exige entre quem filma e os envolvidos. Numa<br />

reportagem televisiva, pela efemeri<strong>da</strong>de que a caracteriza, e mesmo sendo um produto<br />

também audiovisual que exige certo aprofun<strong>da</strong>mento, pelo tempo e rapidez que é feito não<br />

consegue estabelecer uma relação tão profun<strong>da</strong>. O documentário exige uma relação mais<br />

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