arquivo .PDF - Jornalismo da UFV

Tião Farinhada
Tião Farinhada canta
Gilmar
Tião Farinhada
Mestre Boi
Apresentação Congado
de Airões na Troca de
Saberes.
Mãe Dú
Tião Farinhada
O meu trabalho é desenvolvido em parceria com o
movimento social, com o sindicato, com as cooperativas. E o
movimento percebeu, no decorrer da história, a gente
começou a bancar isso também, dentro das agendas de luta
que não dá para trabalhar a organização do povo sem
trabalhar a cultura, sem trabalhar a arte. Então eu faço esse
trabalho. Toda a nossa pauta de luta a gente prioriza trabalhar
a cultura, o resgate da cultura, criar espaços e eventos para as
pessoas se apresentarem e acompanhar, também, as
manifestações culturais que existem no município.
Peneirei fubá, fubá caiu
Eu tornei peneirar, fubá subiu
Ai, ai, ai a nossa vez chegou
Ai, ai, ai que não te tem amor
Nós temos que potencializar isso que esse povo tá fazendo,
potencializar folias, congados, os clubes, o povo que trabalha
com artesanato, o povo que trabalha com as barracas na
festa, o povo que canta as músicas regionais.
Esse espaço que a gente vem construindo ia ser muito
importante para a gente fazer o debate, porque assim eu
acredito muito que a cultura é um elemento muito importante
pra transformação da sociedade. E ele tem que ser pros
grupos culturais também bandeira política.
Há uns anos atrás estava muito desligado o povo da roça com
o povo da cidade. Com o pequeno conhecimento, hoje, pela
terceira vez já desse encontro, alguém já tem conhecimento
do sofrimento do indivíduo da roça né. E é muito bom esse
Troca de Saberes, eu venho aqui e eu estou ouvindo vocês,
vocês também estão ouvindo o meu sofrimento e tem que ver
(entra imagem em off da apresentação do Congado de
Airões) os 'gravata' para eles observar o que pode fazer,
porque de papel todo mundo já está cheio de papel e a prática
não vê nada.
Música do Congado.
Cultura é solução nos nossos ancestrais. Que todo mundo
aqui, a maioria, é descendente de africano. Mesmo quem não
for brasileiro e de outros países também tem descendência
africana. Então isso aí é cultura. O que é nosso está ficando
para trás e as coisas novatas estão entrando. Então, quer
dizer, a gente está aceitando mais as culturas dos outros
países e esquecemos da nossa.
O mestre griô são essas personalidades que a gente encontra
nas comunidades e que têm o conhecimento popular. São
pessoas que não têm conhecimento acadêmico mas a sua
sabedoria vem sendo repassada de tradição a tradição, são
esses o mestre griô. É um dialeto da cultura popular mesmo,
indígena e africana.
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