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o dilema hermenêutico<br />
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mas ao qual não superou. Nossa crítica não deve ser meramente<br />
metodológica; deve ser teológica.<br />
n - A SUPERACAO DO DUAI..•IS~fO NA<br />
INTERPRETAÇÃO DA BíBLIA<br />
Por que Fror não conseguiu superar o dualismo na<br />
interpretação bíblica que êle mesmo reconhece e lamenta<br />
Conforme licou dito, a falha não o é meramente em<br />
método como tal, e qualquer crítica justa de sua posição<br />
não deve ser meramente metodológica mas teológica.<br />
"Teológico", entretanto, não quer dizer que devemos a<br />
bandonar a história e tornar-nos a-históricos ou até antihistóricos<br />
em nosso entendimento e interpretação da Bíblia.<br />
Isto não seria genuinamente teológico, pois a Bíblia "pensa<br />
histàricamente". O Deus da Bíblia não é o Deus dos filósofos,<br />
ser eviterno, mas o Deus de Abraão, de Isaque e<br />
de Jacó, "der Ewig-tatige". E a mensagem fundamental<br />
e onicontroladora da Bíblia não é idéias eternas mas boas<br />
novas, notícias novas do que Deus fêz por nós e por nossa<br />
salvação. Fror está certo ao considerar "o contexto total<br />
da Escritura" quando procura superar o dualismo que<br />
atormenta a interpretação bíblica moderna. Também está<br />
certo ao insistir que devemos continuar a interpretar histàricamente.<br />
Além disso, a "igreja que ouve e confessa",<br />
igreja para cujo entendimento da Escritura Fror apela,<br />
também pensa histàricamente. Os credos da igreja, a extrema<br />
concentração da Palavra de Deus por que a igreja<br />
vive, são históricos - referem os poderosos atos de Deus,<br />
passados, presentes e futuros.<br />
O fracasso de Fror não é devido a sua insistência em<br />
pensar e agir histàricamente mas à sua tentativa de introduzir<br />
uma concepção essencialmente secular no todo<br />
do trabalho hermenêutico-teológico em tôrno dos textos bíblicos.<br />
Isto se evidencia quando diz, em sua avaliação<br />
positiva do método histórico:<br />
Os textos bíblicos estão conscientes do fato de serem<br />
testemunhos da ação criadora de Deus na história. Mas<br />
a presença eficiente de Deus na história é presença oculta,<br />
presença oculta sob a cruz. A história da ação criadora<br />
de Deus não pode, por isso, Ser distinguido objeti~<br />
vamente do restante dos eventos que ocorrem entre piedosos<br />
e ímpios. Esta história só pode ser reconhecida, confessada<br />
e proclamada na fé. Esta história, tal como a encontramos,<br />
é história inteiramente humana e terreno. Não<br />
há critérios exteriores pelos quais possamos determinar<br />
que o próprio DeUSestá em ação aqui. É, por conseguinte,<br />
função legítima da teologia investigar eSsa história com