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o dilema·hermenêutico<br />
173<br />
Na carta dirigido a Filadélfia Cristo dá 00 vencedor<br />
esta promesso: "Fá-lo-ei coluno no santuário do meu Deus"<br />
(Apocalipse 3. 12). Esta maneira de lalor otingia direta<br />
e relevantemente os homens de Filadélfia. Filadélfia, cidade<br />
de muitos templos, "tinha costume amável respeitante<br />
a êsses templos. Quando um homem havia servido bem<br />
ao Estado, quando havia deixado atrás de si memória<br />
nobre como magistrado, ou benfeitor público, ou sacerdote,<br />
o memorial que a cidade lhe dava consistia em erigir<br />
um pilar, em um dos templos, com seu nome inscrito<br />
nêle. Filadélfia honrova seus filhos ilustres, pondo os nomes<br />
déles nos pilores de seus templos. Assim o Cristo<br />
ressurreto promete ao vencedor: 'Fá-lo-ei coluna no santuário<br />
do meu Deus' (Apocalipse 3.12). O nome do fiel<br />
será inscrito não em algum templo pagão, mas na própria<br />
casa e famílía de Deus." 19<br />
Vale a pena citar a generalização de William Borday<br />
sôbre êsse tipo de inspiração: "Ao longo de tôda essa<br />
carta a Filadélfia vemos como a mensagem do Cristo ressurreto<br />
veio ao povo de Filadélfia em linguagem e ima'<br />
gens que êles puderam entender. Tomou sua história, os<br />
acontecimentos do dia a dia, as práticas cívicas de todos<br />
conhecidas, e a portir dessas coisas terrenas formou a<br />
mensagem celeste." 20<br />
Pode abusar-se dêsse modo de interpretação, e muitas<br />
vêzes dêle se abusou. Como, aliás, Se fêz mau uso de<br />
qualquer boa dádiva de Deus. A soberana liberdade do<br />
Espírito em confiscar tôda e qualquer faceta e experiência<br />
da história do homem para seus propósitos pode ser<br />
(e foi) mal interpretada como empréstimo servil. Assim<br />
as Escrituras vêm a ser encaradas como produto de seu<br />
ambiente, como mais um produto do espírito humano, não<br />
como o produto do Espírito. Em parecer recente (1963),<br />
o Deportamento de Teologia Exegética do Seminário Concórdia<br />
de SI. Louis advertiu contra êsse abuso do estudo<br />
histórico das Escrituras. Mostrou os pressupostos a que<br />
deve obedecer um estudo histórico. Ei-los: "1. Que ...<br />
o. estudo ... seja levado a eÍeito em submissão crente<br />
às Escrituras inspiradas como testemunhos de nosso Senhor<br />
Jesus Cristo, assim que estão excluídas considerações puramente<br />
racionais. 2. Que se dê consideração primacial<br />
à evidência da Escritura e que o emprêgo de evidência<br />
extrabíblica lhe fique subordinado_ 3. Que as Escrituras<br />
inspiradas sejam reconhecidas em sua imparidade e que<br />
analogias formais e substanciais com outros escritos sejom<br />
19. William Barclay. As Cartas às Sete Igrejas (Londres, SCM<br />
Press, 1957). página 98 e seguintes.<br />
20. Ibidem. pág. 99.