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o dilema hermenêutico<br />

177<br />

relatos bíblicos sôbre o fim do mundo de serem diagrac<br />

màtÍcamente claros e consistentes, que teólogos ortodoxos<br />

ficaram indecisos entre a concepção de um aniquilamento<br />

absoluto dêste mundo e uma criação de nóvo, de um<br />

lado, e uma restauração recriadora dêste mundo de outro<br />

lado, e, talvez sàbiamente, muitas vêzes deixaram aberta<br />

a questão. O que todos êsses relatos dizem a nossas consciências<br />

e a nossa esperança é abundante e abençoadac<br />

mente claro.<br />

Tomemos os dois relatos mais pormenorizados do JuízoFinal<br />

oferecidos pelo Nôvo Testamento: Mateus 25.31-46<br />

e Apocalipse 20.11-15. Teologicamente concordam de modo<br />

absoluto: ambos falam a nossas consciências e a nossaesperança<br />

da mesma maneira, pois ambos põem ênfase<br />

no fato de que nossa libertação no julgamento final<br />

é devido, só e inteiramente, aos eternos conselhos graciosos<br />

de Deus ("Bem-ditos de meu Pai", "o livro da vida"),<br />

e no fato de que nossas" vidas crentes decifraram o veredicto<br />

que ouviremos no último dia ("A mim o fizestes", julgados<br />

pelo que estava escrito nos livros, "segundo o· que<br />

haviam feito"). Mas nos pormenores os dois relatos diferem<br />

quase que em todos os pontos. Nem mesmo a pessoa<br />

do juiz é absolutamente idêntica (Filho do homem;<br />

Deus no trono), A inferência é clara. A linguagem, em<br />

ambos os relatos, é a dos símbolos profeticamente interpretativos.<br />

E símbolos não precisam ser idênticos para<br />

acordarem entre si.<br />

Todos somos perseguidos por um receio quando consideramos<br />

êsse modo de interpretação. Perguntamos: para<br />

onde nos levará isso Onde termina Acaso não nos<br />

levará a lógica de nossa metodologia até o ponto em que<br />

vamos rarefazer todos os grandes atos de Deus em benefício<br />

dos homens e por nossa salvação, transformando-os<br />

em princípios e abstrações, em idéias que podem ser intelectualmente<br />

excitantes mas que não podem sustentarnos<br />

agora em nossas tentações, nem ajudar-nos na hora<br />

da morte Acaso não chegaremos a concluir, afinal, que,<br />

por exemplo, o fato primacial, aquêle do qual depende o<br />

futuro todo da humanidade, o fato da ressurreição de Jesus<br />

Cristo, não passa de maneira simbólica de dizer que<br />

a influência e o poder de Jesus persistem de alg1)8 mOGO<br />

para além de sua morte e determinam as vidas de seus<br />

seguidores.<br />

Devem dar-se duas respostas a essa temível pergunta.<br />

l. a representação profético-interpretativa de um evento,<br />

com o emprê

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