26.12.2014 Views

Download - Seminário Concórdia

Download - Seminário Concórdia

Download - Seminário Concórdia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o dilema hcrmenêutico<br />

163<br />

Quanto a reações modernas ante essa história, Walther<br />

Künneth, em estudo :r;ecente, depois de inspecionar<br />

quatro modos de tratar de Jesus (todos seculares em sua<br />

abordagem), chega à seguinte conclusão: "Na consideração<br />

de Jesus de um ponto-de"vista profano sempre há ...<br />

um ponto em que os tradicionais métodos racionais, psicológicos<br />

ou históricos não mais bastam como meio para<br />

alcançar a realidade. Remanesce no quadro total uma<br />

perspectiva inexplorada e inexplorável (oHener Punkt), um<br />

coeficiente de incerteza enigmática, um elemento do inanalisável<br />

misterioso.""<br />

tsse caráter falante da ação de Deus não pode ser<br />

minimizado ou ignorado, como ocorre, aparentemente, na<br />

declaração de Frar. Mas também não deve ser aumentado,<br />

como acontece em algumas modernas concepções<br />

da revelação. Esta fala dos atos de Deus é palavra imperiosa,<br />

que desafia o homem e o torna responsável. Per~<br />

manece, contudo, de algum modo, misteriosamente indefinida.<br />

Não é nem a primeira nem a derradeira palavra<br />

de Deus ao homem. E seguramente não é sua palavra tôda.<br />

2 - A Palavra Agente de Deus<br />

Até aqui temos falado da ação criadora de Deus na<br />

história per se. Do ponto de mira bíblico, há algo de artificial<br />

e teorético nesta maneira de falar. Pois a ação<br />

criadora de Deus não ocorre per se ~ pelo menos não para<br />

o povo de Deus, para a igreja e para o teólogo historiador.<br />

O aspecto mais importante, mais significativo e decisivo<br />

da ação criadora de Deus na história ainda não foi<br />

tomado em consideração, a saber, a Palavra de Deus, a­<br />

quela palavra que precede e anuncia sua ação, que a<br />

acompanha e interpreta, e também segue e lembra sua<br />

ação passada. Se se deixa a Palavra de Deus consistentemente<br />

fora de consideração em sua ação criadora na<br />

história, é quase certo que se entenderá mal a ação e se<br />

interpretará: mal o registro profético e apostólico da ação.<br />

O erudito veterotestamentário H. W. WolH deu uma<br />

definição da concepção profética da história que lida a­<br />

dequadamente com o que é essencial ao nosso debate:<br />

"Para os profetas, história é o trato, Íina])sticamente orientado,<br />

do Senhor do futuro com Israel." 10 Em tal concepção<br />

da história os homens da "igreja confessante e audiente"<br />

podem reconhecer o que é nativo e básico a sua<br />

9. vValther Künneth, Glauben an Jesus (Hamburgo, Friedrich<br />

Wittig Vcrlag, 1962), página 35.<br />

10. Wolff, pág. 338.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!