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o dilema. hermenêutico 157<br />
Mas sabemos que esta não é a realidade da igreja. A realidade<br />
da igreja é o que Bengel diz do "povo de Deus<br />
em Corinto": um magnum et Iaetum paradoxon. A realidade<br />
da igreja é puro milagre em meio à história, A igreja<br />
é as doze tribos escatológicas na diáspora, composta<br />
de homens realizados pela palavra da verdade, para serem<br />
as primícias da nova criação de Deus (Tiago 1. 1,18).<br />
Mais uma vez é a palavra de Deus que realizou o milagre.<br />
A palavra de Deus é a realidade determinativa. É<br />
a palavra da verdade, a palavra do próprio Deus, que produziu<br />
as novas doze tribos. O grande e alegre paradoxo<br />
de um povo de Deus em Corinto é devido ao fato de que<br />
a palavra de Deus alcançou os corintios e os chamou para<br />
serem santos (I Caríntios 1.2). É devido ao fato de que<br />
"o testemunho a favor de Cristo foi confirmado" entre êles<br />
(I Coríntios 1.6). Há uma igreja porque a grande luz da<br />
qual falou Isaías resplandeceu aos que viviam na região<br />
da sombra da morte (Isaías 9.2; Mateus 4. 16), porque<br />
Jesus, o Cristo, chamou os homens. A voz do Bom Pastor<br />
foi ouvida e suas ovelhas ouvem a sua voz (João 10.3-5).<br />
Por esta palavra a igreja chegou a existir; por ela a igreja<br />
é sustentada e vive. O nôvo povo de Deus recebe com<br />
humildade a palavra implantada em seu meio, a palavra<br />
que tem o poder de salvar suas almas (Tiago l. 21). Os<br />
santos chamados de Corinto "estão" na palavra do evangelho,<br />
e devem apegar-se com ela se querem ser salvos<br />
(I Coríntios 15.!, 2). Os filhos reunidos de Deus vivem,<br />
como o filho de Deus viveu, de cada palavra que sai da<br />
bôca de Deus (Mateus 4.4).<br />
Esta palavra do evangelho deita raízes na ação passada<br />
de Deus, a morte ea ressurreição de Cristo, mas<br />
orienta a igreja totalmente para o futuro.<br />
É ela que em derradeira análise, dá à igreja seu caráter<br />
e determina sua existência. Sem êste futuro aberto a igreja<br />
simplesmente é mais uma associação humana que pode ser<br />
alinhada e nivelada com outras associações humanas. E<br />
sem êste futuro aberto a igreja não tem razão real para agir<br />
de maneira diversa da de homens que se agarram, enquanto<br />
podem, a qualquer prazer ao seu alcance: "Se os mortos<br />
não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos"<br />
(I Corinhos 15.32). Mas o futuro pertence à igreja.<br />
As novas doze tribos são, mesmo agora, as primícias<br />
do nôvo mundo de Deus. Nelas a grande mudança dos<br />
eons por assim dizer já se realizou. Os santos chamados<br />
de Corinto exercitàm seus dons espirituais na tensa expectação<br />
da revelação escatológica "de nosso Senhar Jesus<br />
Cristo" (I Coríntios 1.7). O Espírito de Deus, êle mesmo<br />
a "garantia de nossa herança",· como o Espírito de sa-