A JAZIDA DE CRIOLITA DA MINA PITINGA (AMAZONAS) - ADIMB
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A Jazida de Criolita da Mina Pitinga (Amazonas)<br />
reforçando a possibilidade de seu caráter acidental, ao<br />
invés de saturação.<br />
Quartzo associado a criolita, observado apenas na<br />
ZCB, apresentou TH variando entre 100ºC e 200ºC.<br />
Fluorita, encontrada somente na base desta mesma zona,<br />
mostrou resultados mais restritos, entre 170ºC e 190ºC.<br />
Enquanto em quartzo disseminado no AGN (400N/500b)<br />
foram determinadas TH entre aproximadamente 110ºC e<br />
200ºC, o quartzo no AGB (PMR 22a) difere um pouco<br />
por suas TH atingirem o máximo de 270ºC (Figura 32).<br />
A figura 34 apresenta os diagramas de correlação entre<br />
temperatura de homogeneização e salinidade (em % peso<br />
equivalente NaCl) para todas as IF estudadas. A maioria<br />
dos diagramas evidencia a presença de dois grupos de<br />
salinidade, um em torno de 5% peso eq. NaCl e outro<br />
acima de 10% peso eq. NaCl. As exceções são o topo da<br />
ZCB e, principalmente, o meio da ZCB, onde o grupo de<br />
baixa salinidade é representado por apenas um resultado.<br />
No geral, as TH não parecem ser influenciadas pela localização<br />
das amostras.<br />
Discussão<br />
Em criolita da ZCA nota-se dois grupos de salinidade,<br />
um em torno de 5% peso eq. NaCl e outro acima de 10%<br />
peso eq. NaCl (Figura 34). A variação se reflete na aparência<br />
das inclusões, as de maior salinidade são mais densas<br />
e, portanto, possuem um índice de refração mais alto,<br />
permitindo visualizar as paredes da inclusão, enquanto nas<br />
de menor salinidade só é possível ver a bolha de gás. Na<br />
escala das amostras a distribuição dos dois grupos de<br />
salinidade é complexa. Em criolita maclada IF dos dois<br />
grupos ocorrem muito próximas e com características<br />
petrográficas tipicamente primárias. Já nas zonas em que<br />
a recristalização destrói a criolita maclada (Figura 31)<br />
aparentemente ocorrem apenas as IF do grupo de baixa<br />
salinidade. Por outro lado, é possível que parte das IF de<br />
baixa salinidade presentes em criolita maclada esteja associada<br />
a zonas de recristalização não perceptíveis ao<br />
microscópio petrográfico comum. Provavelmente, o sistema<br />
foi inicialmente dominado por fluido de alta salinidade<br />
ao qual se relaciona a formação de criolita caramelo. Em<br />
seguida, ocorreu o aporte episódico de fluido de baixa<br />
salinidade que, gradualmente, passou a predominar no sistema<br />
e a ele se relaciona a formação de criolita não<br />
maclada.<br />
A ampla variação de TH em criolita poderia ser devida<br />
à sua dureza baixa ou a processos de estrangulamento.<br />
Entretanto, as amostras com as mais amplas variações<br />
nas TH são aquelas em que se registrou, também,<br />
as maiores variações nas TF, parâmetro que não é<br />
influenciável por vazamento ou processos de estrangulamento.<br />
Grande parte das mudanças nas TH deve refletir,<br />
portanto, alterações nas condições físico-químicas do<br />
fluido e não processos posteriores. Neste sentido, destaca-se<br />
que a única criolita que apresenta tendência vertical<br />
na distribuição das TH é a da Zona Zero (Figura 34A),<br />
justamente a mais próxima à superfície, o que permite<br />
interpretar que esta tendência corresponde a resfriamento<br />
de 400ºC a 100ºC e não a efeito de estrangulamento.<br />
Assim, embora as TH sejam amplamente distribuídas entre<br />
100ºC e 300ºC e não apresentem correlação com a<br />
salinidade, considera-se que a presença de dois fluidos<br />
está bem caracterizada, sendo, inclusive, corroborada pelos<br />
resultados obtidos em quartzo e fluorita do DCM e nos<br />
minerais hidrotermais estudados na encaixante, nos quais<br />
os dois grupos de salinidade também são observados.<br />
A associação de IF, caracterizada pela ampla variação<br />
de salinidade e TH, com muito pouco ou nenhum de<br />
CO 2<br />
, encontrada na criolita de Pitinga é característica de<br />
eventos pós-magmáticos (Sheperd et al. 1985; Roedder<br />
& Bodnar 1997). A presença limitada de inclusões<br />
saturadas corresponde aos dados obtidos por Ronchi et<br />
al. (2003) para parte do depósito do Salobo, em Carajás.<br />
Corrobora-se, portanto, pró-parte, o estudo preliminar de<br />
Minuzzi et al. (2001). Entretanto, outras interpretações<br />
apresentadas neste trabalho devem ser revistas. Para os<br />
autores, o DCM poderia ter tido evolução inicial em estágio<br />
magmático, conforme os modelos de Lenharo (1998)<br />
ou de Costi (2000), mas as IF encontradas têm características<br />
de inclusões primárias em relação a eventos de<br />
cristalização de criolita. As baixas TH, tanto em criolita<br />
como em quartzo, e a ausência de deformação sobre o<br />
minério sugeririam que o depósito sofreu processos de<br />
remobilização/recristalização até temperaturas da ordem<br />
de 150ºC. Ou seja, consideraram que as IF magmáticas<br />
poderiam ter sido na sua maior parte eliminadas ou modificadas<br />
por processos de recristalização e que as IF analisadas<br />
seriam primárias em relação a estes processos.<br />
A amostragem bem mais ampla efetuada no presente<br />
trabalho permitiu evidenciar os fluidos altamente salinos<br />
anteriormente descritos, mas também deformação (vide<br />
IF associadas às fraturas, por exemplo), embora de baixa<br />
intensidade, afetando criolita e processos de<br />
recristalização também relacionados à deformação, mas<br />
concomitantes ao aporte de novo fluido. Além disso, constatou-se<br />
que a presença de maclas é muito comum no<br />
DCM e, neste sentido, observa-se que o maclamento de<br />
criolita de Ivigtut foi atribuído (Pauly 1978) a efeitos mecânicos,<br />
indicando diferentes estágios de reorientação em<br />
resposta a situações de tensão de tectônica rúptil, e que o<br />
mesmo pode ter ocorrido em Pitinga. A inexistência de<br />
inclusões magmáticas ou de TH mais altas, atribuíveis a<br />
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