A JAZIDA DE CRIOLITA DA MINA PITINGA (AMAZONAS) - ADIMB
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Caracterização de Depósitos Minerais em Distritos Mineiros da Amazônia<br />
em relação às demais fácies do granito Madeira; entre as<br />
subfácies AGN e AGB; e a zonação do depósito<br />
polimetálico. A forma dômica verificada para o albita granito<br />
permite melhor compreensão destes aspectos, pois<br />
implica na presença de maiores volumes de fluidos residuais.<br />
Assim, sua ascensão principalmente pela zona central<br />
do AGN e seu envolvimento subseqüente em circuito<br />
convectivo podem explicar as zonações das paragêneses<br />
tardias e das secundárias, incluindo-se aí aquelas ligadas<br />
ao processo de columbitização, assim como parte das diferenças<br />
entre AGN e AGB. Entretanto, o conhecimento<br />
pleno da distribuição dos minerais (e suas variações<br />
composicionais) na escala do albita granito ainda está distante.<br />
Alcançá-lo acarretará novas perspectivas para a<br />
otimização da lavra e beneficiamento do minério e, principalmente,<br />
dos seus co-produtos e sub-produtos. Esta é<br />
a principal recomendação do projeto à mineradora.<br />
O caráter polimetálico do depósito: modelo<br />
metalogenético vs modelo petrogenético<br />
A discussão que permanece em aberto é a origem do<br />
magma do albita granito. Embora investigá-la não tenha<br />
sido o enfoque do presente estudo, algumas considerações<br />
finais fazem-se necessárias. Do ponto de vista<br />
metalogenético e considerando a classificação dos granitos<br />
portadores de metais raros (Pollard 1992), o albita<br />
granito enquadra-se entre os Nb(-Zr-ETR) granitos. Estes<br />
podem ser granitos peralcalinos, caracterizados por<br />
presença de piroxênio e/ou anfibólio sódicos, altos valores<br />
de Na 2<br />
O+K 2<br />
O, Fe, F, Nb, Zr, ETR, baixa razão Ta/<br />
Nb, e por terem pirocloro como principal mineral de minério,<br />
e granitos metaluminosos a peraluminosos. Estes<br />
últimos são caracterizados por Fe-Li-micas, altas concentrações<br />
de Rb, F, Sn, baixos valores de CaO, Ba, Sr, Eu e<br />
Ta/Nb e por terem columbita e cassiterita como principais<br />
minerais de minério. O albita granito reúne todas,<br />
sem exceção, as características metalogenéticas e<br />
mineralógicas que tipificam os dois casos. Mistura de dois<br />
magmas com tais características não explicaria, entretanto,<br />
a excepcional riqueza do albita granito em F e, conseqüentemente,<br />
a presença da mineralização de criolita.<br />
Haveria que se incluir um terceiro componente representado<br />
pelo aporte de fluido externo rico em F. Um modelo<br />
com 3 componentes exige uma coincidência temporal e<br />
espacial de processos muito grande, mas esta não seria<br />
incompatível com a excepcionalidade do caso de Pitinga.<br />
Um modelo com dois componentes poderia ser aventado<br />
a partir de uma das hipóteses apresentadas por Costi<br />
(2000): as quatro fácies do granito Madeira seriam<br />
comagmáticas; seus contrastes seriam devidos ao extremo<br />
enriquecimento em F e outros elementos capazes de<br />
causar a despolimerização e acentuada redução de viscosidade<br />
dos líquidos graníticos residuais, bem como a<br />
inversão do trend de evolução magmática de<br />
metaluminoso-peraluminoso com sílica crescente para<br />
peralcalino com sílica decrescente. Neste modelo, o autor<br />
não considerou a possibilidade do aporte externo de F.<br />
Incluir neste modelo de Costi (op. cit.) o aporte externo<br />
de F representa uma hipótese a ser investigada em trabalhos<br />
subseqüentes.<br />
Agradecimentos<br />
Os autores agradecem aos geólogos Dr. Onildo João<br />
Marini, Dr. Hardy Jost e Dr. Benedicto Waldir Ramos<br />
(<strong>ADIMB</strong>) pelo inestimável apoio ao longo de todo o<br />
desenvolvimento do trabalho. À gerência e corpo técnico<br />
da Mineração Taboca Ltda por todas as facilidades<br />
disponibilizadas. Ao Dr. R. A. Fuck (UnB) pela minuciosa<br />
revisão do manuscrito. Aos técnicos do Centro de Estudos<br />
em Petrologia e Geoquímica (CPGq) da UFRGS pelo<br />
apoio na preparação de amostras e análises. A.C. Bastos<br />
Neto, E.F. de Lima e N.F. Botelho são apoiados pelo CNPq<br />
através de bolsas de produtividade em pesquisa.<br />
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