A JAZIDA DE CRIOLITA DA MINA PITINGA (AMAZONAS) - ADIMB
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A Jazida de Criolita da Mina Pitinga (Amazonas)<br />
A gagarinita inicial de Pitinga formou-se anteriormente<br />
à criolita do DCM. Não foi possível, entretanto, precisar<br />
em que estágio exato da evolução do albita granito<br />
ela se formou. Pode ser mineral magmático, da fase<br />
pegmatóide ou representar mineral precoce já do estágio<br />
de formação do DCM. Pela sua distribuição, as duas últimas<br />
possibilidades seriam as mais prováveis. Considerando-se<br />
que sua característica principal é o alto conteúdo<br />
de ETRL, a gagarinita da literatura à qual ela mais se<br />
assemelha também ocorre em granitos albitizados, associada<br />
em veios de quartzo-microclínio. Em Pitinga, esta<br />
paragênese é mais típica da auréola pegmatóide do DCM.<br />
O único fluoreto que tem composição química semelhante<br />
à da fase exsolvida é a fluocerita. Assim, o cálculo<br />
da fórmula estrutural da fase exsolvida foi efetuado na<br />
base do somatório de cátions igual a 1 (Tabela 13). A<br />
variação da fórmula estrutural da fase exsolvida assim<br />
calculada é:<br />
Ce 0,53-0,66<br />
La 0,09-0,26<br />
Nd 0,08-0,26<br />
Sm 0,01-0,04<br />
Eu 0,01<br />
Y 0-0,03<br />
F 3,3-4,14<br />
Comparativamente a fluocerita da literatura, a composição<br />
da fase exsolvida é similar à descrita por Clark<br />
(1993) (apud Minerology Database) cuja fórmula é<br />
Ce 0,9<br />
La 0,1<br />
F 3<br />
. As demais fórmulas definidas para fluocerita<br />
distinguem-se bastante. Algumas contêm muito mais La,<br />
do que Ce, como LaF 3<br />
(Maximov & Schulz 1985; Zalkin<br />
& Templeton 1985, apud Mincryst) ou La 0,9<br />
Ce 0,1<br />
F 3<br />
(Clark<br />
1993, apud Minerology Database). Outras contêm quantidade<br />
significativa de Gd ou Sr, como Gd 0,8<br />
Ca 0,2<br />
F 2,8<br />
(Ostrochenko et al. 1985, apud Mincryst) e<br />
La 0,85<br />
Sr 0,15<br />
F 2,85<br />
(Radaev et al. 1991, apud Mincryst), ou<br />
não contém La, como CeF 3<br />
(Wyckoff 1964, apud<br />
Mincryst). Comparando com fluocerita de diferentes procedências<br />
descritas por Styles & Young (1983), verificase<br />
que os conteúdos de ETR da fase exsolvida situam-se<br />
dentro dos intervalos mínimo e máximo já quantificados,<br />
porém sua composição não é idêntica a nenhum caso.<br />
Por outro lado, as composições de fluocerita são todas<br />
diferentes entre si.<br />
Do ponto de vista da estrutura do mineral, observa-se<br />
que, embora as constantes paramétricas calculadas para<br />
gagarinita sejam semelhantes às obtidas por Voronkov et<br />
al. (1962) e Kabalov et al. (1993) (apud Mincryst) e<br />
Hugues & Drexler (1994), nas análises por DRX não<br />
apareceu qualquer pico de fluocerita, o que deveria ocorrer,<br />
considerando a existência de cerca de 25% de fase<br />
exsolvida na amostra. Conseqüentemente, não se pode<br />
aqui definir que a fase exsolvida seja fluocerita, pois não<br />
tem a estrutura deste mineral. Por outro lado, há que se<br />
considerar que os parâmetros cristalográficos calculados<br />
para gagarinita, provavelmente não correspondam exclusivamente<br />
a este mineral, pois as posições dos picos de<br />
DRX, bem como a largura e meia altura, que são variáveis<br />
consideradas pelo programa utilizado para este tipo<br />
de cálculo, podem ter sido levemente modificadas por influência<br />
da presença da fase exsolvida. Finalmente, a<br />
possibilidade da fase exsolvida ter estrutura semelhante<br />
à de gagarinita é problemática por serem compostos com<br />
razões cátions/F distintas (1/2 para gagarinita e 1/3 para<br />
a fase exsolvida). Como as propriedades ópticas descritas<br />
não são diagnósticas, a questão permanece em aberto<br />
e somente poderá ser definida pelos estudos que serão<br />
subseqüentemente realizados.<br />
IX. WAIMIRITA E ATROARITA<br />
Durante o mapeamento do albita granito, foram encontradas<br />
em superfície ocorrências de minerais não reconhecidos<br />
macroscopicamente, que foram trazidos pela<br />
equipe para identificação nos laboratórios da UFRGS. Os<br />
estudos por difração de raios X e análises semiquantitativas<br />
por EDS em microscópio eletrônico de varredura<br />
(Minuzzi et al. 2003) conduziram à descoberta de dois<br />
novos minerais, sendo propostos os nomes waimirita e<br />
atroarita (etimologias referentes à tribo Waimiri Atroari<br />
da região de Pitinga).<br />
Waimirita (encontrada por O. Minuzzi) ocorre em<br />
vênulas de espessuras centimétricas e comprimento da<br />
ordem de 3 m, que cortam o AGN. Macroscopicamente,<br />
Figura 48 – Espectro de energia dispersada (EDS) de<br />
waimirita.<br />
Figura 49 – Espectro de energia dispersada (EDS) de<br />
atroarita.<br />
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