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A JAZIDA DE CRIOLITA DA MINA PITINGA (AMAZONAS) - ADIMB

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A Jazida de Criolita da Mina Pitinga (Amazonas)<br />

fórmula estrutural foi recalculada considerando tratar-se<br />

deste mineral, e o melhor resultado obtido foi aquele com<br />

somatório de cátions igual a 1.<br />

A figura 46 apresenta comparação entre os conteúdos<br />

médios de ETR de gagarinita e da fase exsolvida,<br />

respectivamente. Os dois minerais apresentam comportamentos<br />

opostos. Gagarinita é caracterizada por empobrecimento<br />

em ETRL e enriquecimento em ETRP e anomalia<br />

negativa em Eu; a fase exsolvida é enriquecida em<br />

ETRL, empobrecida em ETRP e tem anomalia positiva<br />

em Eu.<br />

Correlações entre os ETR foram testadas em<br />

gagarinita e na fase exsolvida. No primeiro mineral a única<br />

correlação positiva significativa de elementos isolados<br />

ocorre entre Sm e Nd (+0,80). Foram constatadas correlações<br />

negativas com valores menos significativos (>-0,74),<br />

que permitiram definir dois grupos de elementos: i) Σ(La,<br />

Ce, Nd, Sm e Eu) e ii) Σ(Gd, Y, Er e Yb). Isso indica que<br />

os ETRL + ETRM competem pelo mesmo sítio<br />

cristalográfico que os ETRP. Dy é exceção, o que deve<br />

ser investigado em trabalhos futuros. Na fase exsolvida<br />

Nd, Sm e Eu têm correlações positivas entre si (+0,72 a<br />

+0,92). Verifica-se também que ΣETRL (La + Ce)<br />

correlaciona negativamente com ΣETRM (-0,92). Porém,<br />

ETRP têm comportamento complexo, apenas Gd<br />

correlacionando positivamente com Sm (+0,79).<br />

Os difratogramas de raios X (Figura 47) apresentam<br />

unicamente picos correspondentes aos da gagarinita. O<br />

cálculo dos parâmetros cristalográficos (Burnham 1993)<br />

foi efetuado, assumindo que a gagarinita estudada pertence<br />

ao grupo espacial P6(3)/m. Os parâmetros obtidos<br />

são compatíveis com os da literatura (Tabela 14).<br />

Discussão<br />

As texturas interpretadas como de exsolução são similares<br />

a alguns dos padrões comumente descritos na literatura,<br />

como nos casos das exsoluções de hiperstênio<br />

em magnetita, de bravoíta em esfalerita, de ilmenita em<br />

hematita e de lepidocrocita em hematita (Augustithis<br />

1995). Em silicatos o caso clássico é o da formação das<br />

pertitas (Smith 1974). Entretanto, cabe avaliar sucintamente<br />

as possibilidades alternativas, pois o caso aqui apresentado<br />

possivelmente representa o primeiro descrito em<br />

fluoreto, pelo menos na literatura ocidental. A idéia de<br />

tratar-se de inclusão mineral, com a cristalização primeiro<br />

da “fase exsolvida” e, posteriormente, de gagarinita,<br />

não explicaria a orientação dos grãos da “fase exsolvida”<br />

e nem o fato de gagarinita ser a única fase hospedeira.<br />

Outra possibilidade, a de substituição de um mineral pelo<br />

outro, ocorreria principalmente na borda dos grãos de<br />

gagarinita e não formaria os cristais subédricos da “fase<br />

exsolvida”. Registra-se, ainda, que não há evidências desta<br />

Figura 46 – Padrão de distribuição de ETR comparando<br />

gagarinita inicial calculada com a fase hospedeira e a fase<br />

exsolvida.<br />

Figura 47 – Difratograma de raios X de gagarinita do albita<br />

granito.<br />

Tabela 14 – Fórmula mineral, grupo espacial e parâmetros<br />

cristalográficos de gagarinita com diferentes composições.<br />

1)Voronkov et al. (1962) apud Mincryst; 2) Kabalov et al. (1993) apud<br />

Mincryst; 3) Kamenetskaya e Kamenetskii (1994) apud Mincryst; 4)<br />

Hugues e Drexler (1994); 5) Gagarinita inicial; 6) Gagarinita (fase hospedeira<br />

após a exsolução).<br />

textura ser de alguma forma ligada ao aporte do fluido<br />

responsável pela formação de criolita, a qual é nitidamente<br />

posterior à formação da fase exsolvida e não interfere<br />

na distribuição homogênea desta, mesmo nos grãos de<br />

gagarinita com as bordas corroídas por criolita. Assim, o<br />

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