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A JAZIDA DE CRIOLITA DA MINA PITINGA (AMAZONAS) - ADIMB

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A Jazida de Criolita da Mina Pitinga (Amazonas)<br />

em criolita de Pitinga é característica de eventos pósmagmáticos.<br />

A inexistência de inclusões magmáticas ou<br />

de TH mais altas, atribuíveis a ambiente magmático, em<br />

outros minerais do DCM, como quartzo e fluorita, permite<br />

afirmar que a formação do depósito ocorreu em ambiente<br />

hidrotermal. A ausência de CO 2<br />

nas IF pode ser<br />

explicada, no modelo de Lenharo et al. (2003), pela cristalização<br />

da rocha ao longo de 3 fases, associada ao fato<br />

de CO 2<br />

ter solubilidade muito menor do que a da H 2<br />

O.<br />

Como CO 2<br />

exsolveria antes, em estágios primitivos de<br />

solidificação do magma em profundidades maiores<br />

(Lowerstern 2001; Robb 2005), não é de se esperar sua<br />

presença nas fases fluidas formadas mais tardiamente,<br />

após descompressão em níveis crustais mais rasos. Neste<br />

caso, não seria necessária qualquer correção de pressão<br />

nos nossos dados microtermométricos, assim como<br />

não teria ocorrido boiling. Em suma, os dados de IF indicam<br />

que fluidos hidrotermais salinos residuais do albita<br />

granito, previamente desprovidos de CO 2<br />

, ascendentes<br />

das partes inferiores do corpo, formaram o DCM e enriqueceram<br />

o minério disseminado (formação de criolita<br />

disseminada hidrotermal). Ao longo do processo, o sistema<br />

hidrotermal passou a ter caráter convectivo, incorporando<br />

fluidos meteóricos re-aquecidos em profundidade,<br />

implicando diluições parciais do fluido mineralizador.<br />

Pirocloro e columbita, zonação do depósito<br />

polimetálico<br />

A mineralização de Nb e Ta do albita granito teve evolução<br />

mais complexa do que o anteriormente suposto.<br />

Iniciou-se em ambiente magmático, com a formação de<br />

uma variedade rara, U-Pb-pirocloro, rico em Sn, outro<br />

aspecto composicional incomum, mas coerente com a<br />

presença de cassiterita magmática. Pirocloro primário foi<br />

afetado por columbitização, ocorrendo perda de Pb e enriquecimento<br />

em U e Nb, formando uma série passando<br />

por Pb-U-pirocloro, U-pirocloro, até a formação de columbita<br />

com altas concentrações de Sn e U (herdadas de<br />

pirocloro) e de Fe 3+ , e com variação na razão FeO/Fe 2<br />

O 3<br />

espacialmente relacionada ao DCM. Nas variedades de<br />

pirocloro, paralelamente ao empobrecimento em Pb, ocorreu<br />

enriquecimento em Ca, F, Ce e Sn e empobrecimento<br />

em Fe. Na subfácies de transição entre AGN e AGB<br />

ocorre inversão nesta evolução relacionada à diminuição<br />

da atividade de flúor no fluido responsável pela columbitização.<br />

Os dados caracterizam, portanto, a existência de<br />

zonação mineral no albita granito relacionada a aporte de<br />

fluidos a partir da zona do DCM. Possivelmente, a zonação<br />

é ainda mais complexa, devendo incluir a formação<br />

de minerais de U (utilizando o excesso deste elemento<br />

não incorporado em columbita) e de parte da galena.<br />

Em Ivigtut não existe mineralização de Nb e Ta. Observa-se<br />

que as 5 unidades constituintes do depósito são<br />

dispostas verticalmente (Figura 52). Parte desta disposição<br />

foi relacionada a abatimentos que afetaram o corpo<br />

de protominério. As estruturas dos depósitos de Ivigtut e<br />

Pitinga são, portanto, totalmente distintas. Neste último a<br />

zonação até então reconhecida corresponde à subdivisão<br />

do albita granito em AGN e AGB que, segundo Costi (2000),<br />

é relacionada ao autometassomatismo do primeiro por fuidos<br />

residuais, com forte oxidação associada. É possível<br />

que parte das diferenças nas paragêneses do AGN e AGB<br />

se devem ao fluido formador do DCM e aos gradientes<br />

geoquímicos, como a diminuição gradual da atividade de F<br />

(e outros elementos), adquiridos pela formação do DCM<br />

e de minerais hidrotermais disseminados no AGN, implicando<br />

em composição já bastante modificada quando de<br />

seu aporte na borda do albita granito.<br />

Y-GAGARINITA<br />

Antes da exsolução, o sistema mineral formava uma<br />

solução sólida na qual as principais substituições eram<br />

regidas pela equação o + 2ETR 3+ ⇔ Na + + Ca 2+ + Y 3+ .<br />

Formou-se, assim, Y-gagarinita inicial excepcionalmente<br />

rica em ETRL, cátions relativamente grandes, cuja presença<br />

foi compensada por vacâncias no sítio de coordenação<br />

VI. Este mineral apresentava razões ETRL/ETRP<br />

e Y/ETR muito próximas daquelas do ambiente<br />

magmático, sugerindo que, a temperaturas mais altas, ele<br />

se comporta como amplificador linear da composição de<br />

ETR do fluido, semelhantemente à fluorita. A diminuição<br />

da temperatura desestabilizou a estrutura da Y-gagarinita<br />

inicial que exsolveu os cátions de ETR de raio iônico maior<br />

do que o do Sm. A gagarinita hospedeira preservou praticamente<br />

todos os conteúdos de Y, ETRP (com exceção<br />

do Sm que se repartiu entre ela e a fase exsolvida) e Na<br />

(e Ca), constituindo estrutura estável, menos afetada por<br />

vacâncias e com balanço de cargas mais equilibrado. A<br />

fase exsolvida é um fluoreto com razão cátions/flúor=1/<br />

3, essencialmente constituído por Ce e La, correspondendo<br />

a composição de fluocerita. Sua estrutura não pôde ser<br />

determinada: picos de fluocerita não foram identificados<br />

e estrutura semelhante à de gagarinita (razão cátions/<br />

flúor= 1/2) parece pouco provável.<br />

Entre os minerais que tiveram suas composições<br />

estudadas em detalhe no presente trabalho, Y-gagarinita<br />

é o único que teria sido formado na fase pegmatítica da<br />

evolução do albita granito, representada na zona do DCM<br />

pela auréola pegmatóide. A ausência de fluorita nesta zona<br />

pode ser devida ao fato de Y-gagarinita (que em Pitinga<br />

apresenta relação Na/Ca das mais baixas da literatura)<br />

ter incorporado as pequenas quantidades de Ca<br />

disponíveis.<br />

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