Motores Motores Elétricos
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1.5.2 Velocidade síncrona ( n s<br />
)<br />
A velocidade síncrona do motor é definida pela velocidade de<br />
rotação do campo girante, a qual depende do número de pólos<br />
(2p) do motor e da freqüência (f) da rede, em hertz.<br />
Os enrolamentos podem ser construídos com um ou mais pares<br />
de pólos, que se distribuem alternadamente (um “norte” e um<br />
“sul”) ao longo da periferia do núcleo magnético. O campo girante<br />
percorre um par de pólos (p) a cada ciclo. Assim, como o<br />
enrolamento tem pólos ou “p” pares de pólos, a velocidade do<br />
campo será:<br />
60 . f 120 . f<br />
n s<br />
= = ( rpm )<br />
p<br />
2 p<br />
Exemplos:<br />
a) Qual a rotação síncrona de um motor de 6 pólos, 50Hz<br />
120 . 50<br />
n s<br />
= = 1000 rpm<br />
6<br />
b) Motor de 12 pólos, 60Hz<br />
120 . 60<br />
n s<br />
= = 600 rpm<br />
12<br />
Note que o número de pólos do motor terá que ser sempre par,<br />
para formar os pares de pólos. Para as freqüências e<br />
“polaridades” usuais, as velocidades síncronas são:<br />
Nº de pólos<br />
Rotação síncrona por minuto<br />
60 Hertz 50 Hertz<br />
2 3.600 3.000<br />
4 1.800 1.500<br />
6 1.200 1.000<br />
8 900 750<br />
10 720 600<br />
Tabela 1.3 - Velocidades síncronas<br />
Para motores de “dois pólos”, como no item 1.5.1, o campo<br />
percorre uma volta a cada ciclo. Assim, os graus elétricos<br />
equivalem aos graus mecânicos.<br />
Para motores com mais de dois pólos, de acordo com o número<br />
de pólos, um giro “geométrico” menor.<br />
Por exemplo: Para um motor de seis pólos teremos, em um ciclo<br />
completo, um giro do campo de 360 o x 2/6 = 120 o geométricos.<br />
Isto equivale, logicamente, a 1/3 da velocidade em dois pólos.<br />
Conclui-se, assim, que:<br />
Graus geométricos = Graus mecânicos x p<br />
1.5.3 Escorregamento (s)<br />
Se o motor gira a uma velocidade diferente da velocidade<br />
síncrona, ou seja, diferente da velocidade do campo girante, o<br />
enrolamento do rotor “corta” as linhas de força magnética do<br />
campo e, pelas leis do eletromagnetismo, circularão nele correntes<br />
induzidas.<br />
Quanto maior a carga, maior terá que ser o conjugado necessário<br />
para acioná-la. Para obter o conjugado, terá que ser maior a<br />
diferença de velocidade para que as correntes induzidas e os<br />
campos produzidos sejam maiores. Portanto, à medida que a<br />
carga aumenta cai a rotação do motor. Quando a carga é zero<br />
(motor em vazio) o rotor girará praticamente com a rotação<br />
síncrona. A diferença entre a velocidade do motor n e a velocidade<br />
síncrona n s<br />
chama-se escorregamento s, que pode ser expresso<br />
em rpm, como fração da velocidade síncrona, ou como<br />
porcentagem desta<br />
n s<br />
- n<br />
n s<br />
- n<br />
s (rpm) = n s<br />
- n ; s = ; s ( % ) = . 100<br />
n s<br />
n s<br />
Para um dado escorregamento s(%), a velocidade do motor será,<br />
portanto<br />
S ( % )<br />
n = n s<br />
. ( 1 - )<br />
100<br />
Exemplo: Qual o escorregamento de um motor de 6 pólos, 50Hz,<br />
se sua velocidade é de 960 rpm<br />
1000 - 960<br />
s ( % ) = . 100<br />
1000<br />
s ( % ) = 4%<br />
1.5.4 Velocidade nominal<br />
É a velocidade (rpm) do motor funcionando à potência nominal,<br />
sob tensão e freqüência nominais. Conforme foi visto no item<br />
1.5.3, depende do escorregamento e da velocidade síncrona.<br />
s %<br />
n = n s<br />
. ( 1 - ) ( rpm)<br />
100<br />
1.6 Materiais e Sistemas de Isolação<br />
Sendo o motor de indução, uma máquina robusta e de construção<br />
simples, a sua vida útil depende quase exclusivamente da vida útil<br />
da isolação dos enrolamentos. Esta é afetada por muitos fatores,<br />
como umidade, vibrações, ambientes corrosivos e outros. Dentre<br />
todos os fatores, o mais importante é sem dúvida a temperatura<br />
de trabalho dos materiais isolantes empregados.<br />
Um aumento de 8 a 10 graus acima do limite da classe térmica na<br />
temperatura da isolação pode reduzir a vida útil do bobinado pela<br />
metade. Para uma maior vida do motor elétrico recomendamos a<br />
utilização de sensores térmicos de proteção do bobinado.<br />
Quando falamos em diminuição da vida útil do motor, não nos<br />
referimos às temperaturas elevadas, quando o isolante se queima<br />
e o enrolamento é destruído repentinamente. Vida útil da isolação<br />
( em termos de temperatura de trabalho, bem abaixo daquela em<br />
que o material se queima ), refere-se ao envelhecimento gradual<br />
do isolante, que vai se tornando ressecado, perdendo o poder<br />
isolante, até que não suporte mais a tensão aplicada e produza o<br />
curto-circuito.<br />
A experiência mostra que a isolação tem uma duração<br />
praticamente ilimitada, se a sua temperatura for mantida abaixo<br />
do limite de sua classe térmica. Acima deste valor, a vida útil da<br />
isolação vai se tornando cada vez mais curta, à medida que a<br />
temperatura de<br />
trabalho é mais alta. Este limite de temperatura é muito mais baixo<br />
que a temperatura de “queima” do isolante e depende do tipo de<br />
material empregado.<br />
Esta limitação de temperatura refere-se ao ponto mais quente da<br />
isolação e não necessariamente ao enrolamento todo.<br />
Evidentemente, basta um “ponto fraco” no interior da bobina para<br />
que o enrolamento fique inutilizado.<br />
1.6.1 Material Isolante<br />
O material isolante impede, limita e direciona o fluxo das correntes<br />
elétricas. Apesar da principal função do material isolante ser de<br />
impedir o fluxo de corrente de um condutor para terra ou para um<br />
potencial mais baixo, ele serve também para dar suporte<br />
mecânico, proteger o condutor de degradação provocada pelo<br />
meio ambiente e transferir calor para o ambiente externo.<br />
Gases, líquidos e sólidos são usados para isolar equipamentos<br />
elétricos, conforme as necessidades do sistema. Os sistemas de<br />
isolação influenciam na boa qualidade do equipamento e o tipo e<br />
a qualidade da isolação afetam o custo, o peso, o desempenho e<br />
a vida do mesmo.<br />
1.6.2 Sistema Isolante<br />
Uma combinação íntima e única de dois ou mais materiais isolantes<br />
usados num equipamento elétrico denomina-se sistema<br />
isolante. Essa combinação num motor elétrico consiste do fio<br />
magnético, isolação de fundo de ranhura, isolação de fechamento<br />
de ranhura, isolação entre fases , verniz e/ou resina de<br />
impregnação, isolação do cabo de ligação, isolação de solda.<br />
Qualquer material ou componente que não esteja em contato com<br />
a bobina é considerado não fazendo parte do sistema de isolação.<br />
<strong>Motores</strong> Elétricos de Corrente Alternada D-9