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revista motricidade

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52 | R. Mendes, P.M. Silva, V.M. Reis<br />

A inatividade física foi identificada como o<br />

quarto principal fator de risco para a<br />

mortalidade global, logo após a pressão arterial<br />

elevada, o consumo de tabaco e os níveis<br />

elevados de glicose sanguínea (World Health<br />

Organization, 2009). Os níveis de inatividade<br />

física estão a aumentar, especialmente nos<br />

países desenvolvidos, com grandes implicações<br />

na saúde global e na prevalência de doenças<br />

não transmissíveis como as doenças<br />

cardiovasculares, diabetes e cancro (Andersen<br />

et al., 2009). Estão bem documentados os<br />

benefícios da atividade física e do exercício<br />

regular na redução do risco de doenças das<br />

artérias coronárias, acidentes vasculares<br />

cerebrais, diabetes, hipertensão, cancro do<br />

cólon e cancro da mama (World Health<br />

Organization, 2010). Na população geral o<br />

volume mínimo de atividade física necessário<br />

para atingir benefícios significativos para saúde<br />

representa cerca de 1000 kcal despendidas por<br />

semana (Garber et al., 2011). Se o objetivo for<br />

perder peso, o dispêndio energético semanal<br />

em atividade física aumenta para as 2000 kcal<br />

(Donnelly et al., 2009). Para maximizar os<br />

benefícios, estes volumes de atividade física<br />

devem ser distribuídos pela maior parte dos<br />

dias da semana e devem ser atingidos pela<br />

realização de exercício aeróbio de intensidade<br />

moderada ou vigorosa, ou por uma combinação<br />

de ambas (Haskell et al., 2007). Para<br />

prescrever exercício de forma efetiva parece ser<br />

assim importante conhecer e controlar o<br />

dispêndio energético e a intensidade dos<br />

exercícios e atividades propostas, especialmente<br />

em programas de controlo de peso<br />

(Hall, Figueroa, Fernhall, & Kanaley, 2004). A<br />

marcha e a corrida são dos modos de exercício<br />

mais recomendados no contexto da promoção<br />

da saúde devido à sua simplicidade técnica,<br />

baixo custo, por serem facilmente aceites pela<br />

população em geral e por utilizarem grandes<br />

grupos musculares, o que resulta num<br />

aumento do dispêndio energético (Thompson,<br />

Gordon, & Pescatello, 2010). No entanto, está<br />

bem estabelecido que a velocidade possui uma<br />

influência considerável sobre o dispêndio<br />

energético e sobre a intensidade da marcha e<br />

da corrida (Greiwe & Kohrt, 2000). Este<br />

trabalho teve por objetivo determinar o<br />

dispêndio energético da marcha a 5.8 km/h e<br />

da corrida a 8.4 km/h em tapete rolante<br />

horizontal, assim como caracterizar a sua<br />

intensidade e calcular o volume total de<br />

atividade necessário para se cumprirem as<br />

recomendações mínimas de atividade física<br />

associadas a benefícios para a saúde.<br />

MÉTODO<br />

Amostra<br />

Participaram neste estudo 38 jovens adultos<br />

(22.39 ± 2.63 anos) do sexo masculino,<br />

voluntários, fisicamente ativos [pontuação do<br />

International Physical Activity Questionaire ≥ 600<br />

MET-min por semana (Bauman et al., 2009)],<br />

aparentemente saudáveis e sem contraindicações<br />

para a prática de exercício. A massa<br />

corporal, a estatura, o índice de massa corporal<br />

e a massa gorda [determinada através de um<br />

protocolo de 3 pregas cutâneas – peito,<br />

abdómen e coxa (Jackson & Pollock, 1985)]<br />

eram de, respectivamente: 73.67 ± 11.35 kg,<br />

1.75 ± .08 m, 24.09 ± 3.26 kg/m 2 e 10.20 ±<br />

4.69%. Todos os participantes foram<br />

esclarecidos sobre os objetivos e o protocolo<br />

experimental deste estudo e assinaram um<br />

consentimento livre e informado.<br />

Instrumentos e Procedimentos<br />

O protocolo experimental foi realizado no<br />

Laboratório de Fisiologia do Esforço do<br />

Departamento de Ciências do Desporto,<br />

Exercício e Saúde, da Universidade de Trás-os-<br />

Montes e Alto Douro (Vila Real, Portugal) com<br />

uma temperatura entre 16 a 20 ºC e uma<br />

humidade entre 50 a 55%. Foi pedido aos<br />

sujeitos que não realizassem esforços intensos<br />

durante os três dias anteriores.<br />

Durante todo o protocolo, os gases<br />

respiratórios foram analisados com um<br />

analisador portátil de gases Cosmed K4b2. O<br />

consumo de oxigénio (VO 2 ) foi determinado<br />

em ml/kg/min e registado em intervalos de 20<br />

segundos. Antes de cada sessão de recolha de

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