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Dispêndio energético da marcha e da corrida | 53<br />
dados foram seguidos todos os procedimentos<br />
de calibração do analisador de gases, após 45<br />
minutos de aquecimento do aparelho, na<br />
seguinte ordem: calibração do ar ambiente;<br />
calibração do gás de referência (16% de<br />
oxigénio e 5% de dióxido de carbono);<br />
calibração do tempo de transição do gás;<br />
calibração do fluxómetro com uma seringa de<br />
3000 mL.<br />
Cada indivíduo foi submetido a dois<br />
períodos de 5 minutos de deslocamento em<br />
tapete rolante horizontal a diferentes<br />
velocidades: 5.8 km/h (marcha) e 8.4 km/h<br />
(corrida). O tempo de recuperação entre os 2<br />
períodos de exercício foi determinado de forma<br />
individual e baseado nas medições do VO 2<br />
durante a recuperação. Os sujeitos podiam<br />
avançar para o segundo período quando a<br />
diferença para o VO 2 observado no início do<br />
primeiro período era inferior a 2 ml/kg/min,<br />
ao longo de 1 minuto (Reis, Van den Tillaar, &<br />
Marques, 2011).<br />
RESULTADOS<br />
O VO 2 da marcha foi 18.96 ± 2.68<br />
ml/kg/min, o dispêndio energético de 6.91 ±<br />
1.03 kcal/min e a intensidade de 5.42 ± .77<br />
METs. O VO 2 da corrida foi 31.23 ± 5.10<br />
ml/kg/min, o dispêndio energético de 11.37 ±<br />
1.93 kcal/min e a intensidade de 8.92 ± 1.46<br />
METs. De acordo com estes dados, para se<br />
obter um dispêndio energético de 1000 kcal<br />
semanais na amostra estudada, são necessários<br />
cerca de 145 minutos de marcha a 5.8 km/h ou<br />
cerca de 88 minutos de corrida a 8.4 km/h. O<br />
resultado do teste t de Student para amostras<br />
emparelhadas traduziu diferenças significativas<br />
no dispêndio energético entre a marcha e a<br />
corrida (t = −23.85, p < .001). A diferença<br />
média registada entre a marcha e a corrida foi<br />
de 4.46 kcal/min com um intervalo de<br />
confiança de 95% de [−4.84, −4.08]. Esta<br />
tendência pode ser constatada no diagrama de<br />
extremos e quartis representado na Figura 1.<br />
Tratamento dos dados<br />
Para o tratamento dos dados recolhidos<br />
pelo analisador de gases respiratórios foi<br />
utilizado o software do Cosmed K4b2 versão<br />
7.4b. Foi utilizada a média do VO 2 dos últimos<br />
2 minutos de cada período de 5 minutos. O<br />
dispêndio energético por minuto foi calculado<br />
em kilocalorias tendo em conta que há um<br />
gasto calórico aproximado de 5 kcal para cada<br />
litro de oxigénio consumido (McArdle, Katch,<br />
& Katch, 2009). Foram ainda calculados os<br />
equivalentes metabólicos (METs) tendo em<br />
conta que 1 MET corresponde a 3.5 ml/kg/min<br />
de oxigénio consumido (McArdle et al., 2009).<br />
Foi realizado um teste t de Student para<br />
amostras emparelhadas no sentido de<br />
averiguar a existência de diferenças no<br />
dispêndio energético entre os dois níveis de<br />
velocidade de deslocamento – marcha e<br />
corrida. Sendo n > 30, assumiu-se a existência<br />
de normalidade assintótica. O valor de prova<br />
foi definido em 5%. Os dados foram analisados<br />
com o software SPSS 19.0. Os resultados são<br />
apresentados em médias ± desvios padrão.<br />
Figura 1. Diagrama de extremos e quartis do<br />
dispêndio energético (kcal/min) da marcha e da<br />
corrida<br />
DISCUSSÃO<br />
As recomendações atuais (Haskell et al.,<br />
2007; World Health Organization, 2010)<br />
indicam que para promover e manter a saúde,<br />
todos os indivíduos necessitam de acumular,<br />
no mínimo, 150 minutos por semana de<br />
atividade física aeróbia de intensidade<br />
moderada, distribuídos pela maior parte dos