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CERCA DE 30% DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS DE LONDRINA ESTÃO NA INFORMALIDADE<br />
isso não trará grande impacto. “Então pode ser que cause num primeiro<br />
momento certa demissão, certo reajuste, mas eu não creio que cause<br />
desemprego”. Para ela, o que muda é a cultura de formalização que o<br />
empregador tem que ter, não muda muito financeiramente. “Eu não<br />
acho que foi majorado o ônus financeiro para o empregador, 8% do<br />
FGTS não é muito. O governo ainda fala em reduzir o percentual do<br />
INSS para compensar o aumento do fundo de garantia”. Ela acredita<br />
que as pessoas que podem vão manter a empregada doméstica. “Já as<br />
pessoas que tinham empregado por uma questão de status ou quase<br />
no mesmo nível social vão ter que abrir mão”.<br />
Vânia Queiroz acredita que cada família tem que ter em mente as suas<br />
necessidades. “Se realmente precisa de uma funcionária todos os dias,<br />
ou se pode ficar só com diarista e dividir a tarefa entre os membros<br />
da casa. Isso representa uma significativa mudança de conceito do<br />
londrinense”, explica Vânia.<br />
A advogada Maira Benetti, depois de cinco meses sem mensalista, está<br />
em fase de treinamento para a contratação de nova funcionária de<br />
acordo com a Lei das Domésticas. Durante os cinco meses, ela mesma<br />
lavava a roupa e utilizava serviços terceirizados como lavanderias para<br />
passar a roupa e restaurante. Para manter a casa em ordem recorreu ao<br />
serviço de diaristas ou empresa que terceiriza o trabalho de limpeza<br />
da casa. “Como a minha casa é grande, não deu certo, mas acho que<br />
se a família conseguir gerir a casa só com esses serviços terceirizados e<br />
alimentação fora, penso que sai mais barato”, explica a advogada.<br />
Maira acredita que no futuro os brasileiros sigam os moldes de países<br />
como Estados Unidos. Lá, se contratam diaristas e cada membro da<br />
família desempenha um papel nas tarefas da casa. “O que pressupõe<br />
que marido e filhos também ajudem. Essa é uma cultura que não<br />
existe no Brasil. As obrigações na maioria das vezes caem em cima da<br />
mulher”, explica.<br />
Maior exigência<br />
A assessora jurídica Maria Lucilda Santos acredita que com os<br />
benefícios o empregado será também mais cobrado. Ela conta que<br />
o Sindicato das Domésticas está preparado para trabalhar com a<br />
capacitação das empregadas. “Antes, como o ônus representado pela<br />
empregada doméstica não era grande, os patrões não exigiam tanto.<br />
Hoje a exigência vai ser maior. Então você paga, você vai querer uma<br />
contrapartida à altura, um serviço especializado”, completa.<br />
Para a farmacêutica Maria Roselice, a lei trouxe benefícios para ambos<br />
os lados ao estabelecer normas para empregados e empregadores.<br />
“Todo mundo tem direitos e deveres, então a empregada vai ter que<br />
seguir corretamente. Agora pela lei, o empregador tem como cobrar<br />
horários e conduta de atividade”, explica a farmacêutica.<br />
Informalidade<br />
A advogada Vânia Queiroz acredita que cerca de 30% dos empregados<br />
domésticos em Londrina estão na informalidade. Para a assessora<br />
jurídica Maria Lucilda Santos, que trabalha há 20 anos com o<br />
Sindicato das Domésticas, o quadro da informalidade em Londrina<br />
mudou com os anos. “Antes aparecia empregada com contrato de<br />
20 anos de trabalho sem registro. Agora não, eu vejo que a questão<br />
do reconhecimento tem sido constante. É claro que ainda existe<br />
uma grande gama de pessoas que não tem condições de manter o<br />
empregado doméstico e mesmo assim insistem e aí no final geram um<br />
déficit financeiro para o empregado. Mas agora a informalidade vai<br />
custar caro para o empregador.”<br />
Maria Lucilda Santos:<br />
“Pode haver alguma<br />
demissão, algum<br />
reajuste, mas não<br />
acredito que a nova lei<br />
cause desemprego. As<br />
pessoas que tinham<br />
empregado doméstico<br />
por uma questão de<br />
status vão ter que<br />
abrir mão disso.”<br />
NA PONTA DO LÁPIS<br />
Compare as novas despesas mensais com o empregado doméstico<br />
Despesas anteriores à lei<br />
INSS (12% para o patrão) R$97,41<br />
Férias e 13º (dividido pelos 12 meses) R$155<br />
Novas despesas<br />
FGTS (8%) R$64,95<br />
Seguro acidente de trabalho (de 1% a 3%) média de R$16,23<br />
Vale Transporte R$121,50<br />
Salário família R$23,23 para cada filho menor de 14 anos<br />
Auxílio creche para cada filho menor de 5 anos (valor ainda não<br />
estipulado)<br />
Total/ mês despesas anteriores: R$373,91 Total/mês novas despesas: média de R$130<br />
Somatória despesas = R$501<br />
* Com base no salário mínimo R$811,80<br />
Associação Comercial e Industrial de Londrina 19