Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Questionan<strong>do</strong></strong> <strong>um</strong> <strong>mito</strong>: custos <strong>do</strong> trabalho de homens e mulheres<br />
Com o objetivo de superar esta limitação, a OIT promoveu, entre 2001 e<br />
2002, <strong>um</strong>a pesquisa sobre o custo <strong>do</strong> trabalho de homens e mulheres em<br />
cinco países da América Latina. Os principais resulta<strong>do</strong>s dessa pesquisa,<br />
coordenada por Laís Abramo e Rosalba Todaro, e na qual participaram<br />
reconhecidas/os pesquisa<strong>do</strong>ras/es da Argentina, Brasil, Chile, México e<br />
Uruguai, foram publica<strong>do</strong>s originalmente em dezembro de 2002, com o<br />
título Cuestionan<strong>do</strong> un <strong>mito</strong>: costos laborales de hombres y mujeres en<br />
América Latina. Para a edição <strong>do</strong> livro que apresentamos agora, incluímos<br />
alguns <strong>do</strong>s capítulos dessa primeira publicação (a análise comparativa <strong>do</strong>s<br />
resulta<strong>do</strong>s da pesquisa nos cinco países, de autoria de Laís Abramo e Rosalba<br />
Todaro, e os <strong>do</strong>is capítulos referentes ao Brasil, escritos por Márcio<br />
Pochmann e Márcia Leite), além de <strong>um</strong> estu<strong>do</strong> sobre os custos <strong>do</strong> trabalho<br />
de homens e mulheres no Chile realiza<strong>do</strong> por Rosalba Todaro.<br />
As principais perguntas que se pretendeu responder com essa pesquisa são<br />
as seguintes: a) Os custos não-salariais <strong>do</strong> trabalho das mulheres assalariadas<br />
são mais altos que os <strong>do</strong>s homens, e, em caso afirmativo, isso constituiria<br />
<strong>um</strong> desestímulo para a sua contratação, ou para que elas tenham acesso a<br />
condições igualitárias de trabalho em comparação com os homens b) O<br />
absenteísmo das mulheres é ou não mais eleva<strong>do</strong> que o <strong>do</strong>s homens e, em<br />
caso afirmativo, constitui <strong>um</strong> desestímulo para a sua contratação c) Qual é<br />
o custo da reprodução biológica e social, e de que maneira esse custo incide<br />
sobre o trabalho d) Quem ass<strong>um</strong>e e quem deve ass<strong>um</strong>ir esse custo: as<br />
mulheres, as famílias, as empresas, o conjunto da sociedade<br />
A pesquisa chega a alg<strong>um</strong>as importantes conclusões, sintetizadas por Laís<br />
Abramo e Rosalba Todaro no primeiro capítulo desta publicação, que, por<br />
sua vez, provocam alg<strong>um</strong>as reflexões adicionais.<br />
Primeiro, o custo não-salarial para as empresas <strong>do</strong> trabalho das mulheres<br />
associa<strong>do</strong> diretamente à maternidade e ao cuida<strong>do</strong> infantil representa menos<br />
de 2% da remuneração bruta mensal da mulher assalariada, nos cinco países<br />
analisa<strong>do</strong>s. Esta constatação contradiz a crença de que os benefícios<br />
associa<strong>do</strong>s à maternidade tornam as mulheres mais caras para as empresas<br />
– <strong>um</strong> arg<strong>um</strong>ento freqüentemente utiliza<strong>do</strong> para justificar <strong>um</strong>a remuneração<br />
inferior ou menores oportunidades de capacitação, ascensão ou promoção.<br />
8