Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Custos <strong>do</strong> trabalho e reprodução social em cinco países latino-americanos<br />
Os resulta<strong>do</strong>s da pesquisa indicam que os custos monetários para o<br />
emprega<strong>do</strong>r relaciona<strong>do</strong>s à contratação das mulheres são muito reduzi<strong>do</strong>s.<br />
Eles representam menos de 2% da sua remuneração bruta mensal.<br />
3. Componentes de custos associa<strong>do</strong>s à proteção à maternidade e<br />
ao cuida<strong>do</strong> infantil<br />
3.1. Licença-maternidade<br />
O primeiro elemento que cost<strong>um</strong>a ser associa<strong>do</strong> a <strong>um</strong> suposto "custo mais<br />
eleva<strong>do</strong>" das mulheres em relação aos homens é a licença-maternidade. Nos<br />
cinco países considera<strong>do</strong>s na pesquisa, a licença-maternidade varia de 12<br />
semanas (Argentina, México e Uruguai) a 18 (Chile). No Brasil a licença é<br />
de 16 semanas, e a nova Convenção da OIT de Proteção à Maternidade (N.<br />
183, 2000), estabelece que esta deva ser de, no mínimo, 14 semanas. Além<br />
disso, as legislações <strong>do</strong>s cinco países estabelecem que as mulheres devem<br />
receber, durante a licença-maternidade, <strong>um</strong> salário-maternidade que equivale<br />
a 100% <strong>do</strong> seu salário habitual. Também definem que as trabalha<strong>do</strong>ras têm<br />
direito a receber assistência médica durante a gravidez e o parto. A Convenção<br />
183 da OIT, por sua vez, também define que as mulheres devem receber<br />
assistência médica durante a gravidez e o parto, assim como pelo menos 2/<br />
3 de suas remunerações habituais durante to<strong>do</strong> o tempo em que dure a licençamaternidade,<br />
recomendan<strong>do</strong> o a<strong>um</strong>ento progressivo dessa proporção.<br />
A pesquisa revela, em primeiro lugar, <strong>um</strong>a baixa incidência anual de<br />
gestações, e, portanto, de licenças-maternidade e outras prestações a ela<br />
associadas entre as trabalha<strong>do</strong>ras assalariadas.<br />
Isso reflete a tendência à redução da taxa de fecundidade das mulheres nos<br />
países analisa<strong>do</strong>s, que é ainda mais acentuada entre as integrantes da força<br />
de trabalho. Em <strong>um</strong>a escala ascendente, a incidência anual de gestações<br />
entre as trabalha<strong>do</strong>ras assalariadas é de 2,8% na Argentina, 3% no Brasil,<br />
4,5% no Chile, 5,9% no Uruguai e 7,5% no México 9 . O cálculo é realiza<strong>do</strong><br />
9<br />
Esse da<strong>do</strong> foi determina<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> os registros disponíveis ou estima<strong>do</strong> a partir da<br />
combinação de cifras demográficas e ocupacionais.<br />
29