Questionando um mito - Organização Internacional do Trabalho
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Custos <strong>do</strong> trabalho e reprodução social em cinco países latino-americanos<br />
física e mental das crianças e das mães. Como já foi assinala<strong>do</strong>, a nova<br />
Convenção de Proteção à Maternidade (N. 183, 2000) mantém o direito à<br />
amamentação, tal como está estabeleci<strong>do</strong> na Convenção 103 e na maioria<br />
das legislações nacionais da América Latina.<br />
Também nesse senti<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s da pesquisa da OIT podem contribuir<br />
para situar em <strong>um</strong> terreno mais objetivo a discussão em torno da normativa<br />
e das políticas públicas de proteção à maternidade e ao cuida<strong>do</strong> infantil e,<br />
n<strong>um</strong> senti<strong>do</strong> mais amplo, das políticas de promoção da igualdade de<br />
oportunidades entre homens e mulheres. Tais resulta<strong>do</strong>s mostram que o custo<br />
desse benefício é muito reduzi<strong>do</strong> para o emprega<strong>do</strong>r: representa menos de<br />
1% da remuneração bruta mensal das mulheres nos cinco países analisa<strong>do</strong>s:<br />
Brasil (0,8%), Chile (0,5%), Uruguai (0,2%) e Argentina e México (0,1%).<br />
No caso <strong>do</strong> Uruguai, existem duas particularidades importantes. Em primeiro<br />
lugar, as trabalha<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> setor bancário conseguiram obter, através da<br />
negociação coletiva, o direito de usar meia jornada de trabalho para a<br />
amamentação durante seis meses a partir <strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> filho (ou seja,<br />
durante 4, 5 meses após o final da licença-maternidade). Em segun<strong>do</strong> lugar,<br />
a legislação estabelece que todas as mulheres empregadas têm <strong>um</strong> dia anual<br />
de licença para a prevenção <strong>do</strong> câncer gênito-mamário. Este fator foi também<br />
considera<strong>do</strong> no cálculo <strong>do</strong>s custos diretos para o emprega<strong>do</strong>r de contratação<br />
das mulheres, e demonstrou ser ínfimo, já que representa 0,3% da<br />
remuneração bruta das assalariadas.<br />
3.4. Custos de substituição da trabalha<strong>do</strong>ra durante a licençamaternidade<br />
A pesquisa procurou também determinar os custos relaciona<strong>do</strong>s à substituição<br />
de <strong>um</strong>a mulher que se afasta <strong>do</strong> trabalho durante a licença-maternidade.<br />
Como já foi assinala<strong>do</strong>, essa licença tem <strong>um</strong>a duração que varia, nos países<br />
analisa<strong>do</strong>s, entre 12 e 15 semanas e seu financiamento (as remunerações<br />
das trabalha<strong>do</strong>ras durante esse perío<strong>do</strong>) provém diretamente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ou<br />
<strong>do</strong> sistema de previdência.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s da pesquisa indicam que os custos monetários diretos de<br />
substituição das trabalha<strong>do</strong>ras que usam essas licenças representam menos<br />
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