ACTAS DAS I JORNADAS as vias do Algarve da ... - Calçadinha
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Os miliários, evidentemente (e opto apen<strong>as</strong> por<br />
dizer ‘miliário’ – e não “marco miliário” – seguin<strong>do</strong><br />
a sugestão de Justino Mendes de Almei<strong>da</strong>, que<br />
atribui ao vocábulo miliário um valor substantivo<br />
e não adjectival 17 ), por terem letr<strong>as</strong>, por a sua<br />
mensagem carecer de decifração, arvoram-<br />
-se em grandes “senhores” no estu<strong>do</strong> d<strong>as</strong> vi<strong>as</strong><br />
roman<strong>as</strong>, inclusive porque, geralmente de granito<br />
e amiúde reutiliza<strong>do</strong>s e retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> seu local<br />
original, sofreram escoriações que, em regra, lhes<br />
<br />
<br />
<br />
é o próprio a digladiar-se consigo mesmo, len<strong>do</strong><br />
hoje uma coisa e propon<strong>do</strong> no ano seguinte uma<br />
<br />
Concomitantemente à decifração, a interpretação:<br />
a necessi<strong>da</strong>de de – numa visão ampla, a nível<br />
de província, <strong>da</strong> Hispânia, <strong>da</strong> parte ocidental <strong>do</strong><br />
Império… – se perceberem polític<strong>as</strong> administrativ<strong>as</strong>,<br />
gestões macro-económic<strong>as</strong>, pois a via é elo<br />
de cadeia e só <strong>as</strong>sim se pode cabalmente compreender,<br />
como se preconiza a propósito <strong>da</strong> obra de<br />
Elena Banzi, <br />
Storica (De Boccard, Paris, 1999):<br />
«A leitura crítica d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> inscrições, se se tiver<br />
<br />
sua situação e <strong>do</strong> meio político e cultural que os<br />
produziu, fornece, amiúde, elementos essenciais<br />
para a reconstituição e destino <strong>do</strong>s itinerários ao<br />
longo <strong>do</strong>s quais foram implanta<strong>do</strong>s. Poder-se-ão<br />
determinar, desta sorte, os perío<strong>do</strong>s de utilização<br />
mais intensa, eventuais f<strong>as</strong>es de aban<strong>do</strong>no, <strong>as</strong><br />
razões que induziram <strong>as</strong> autori<strong>da</strong>des roman<strong>as</strong> a<br />
“abrir” certos itinerários e a cui<strong>da</strong>r deles com mais<br />
atenção» 18 .<br />
A descoberta d<strong>as</strong> mansiones ou d<strong>as</strong> mutationes<br />
revela-se, por sua vez, de superior interesse, de to<strong>do</strong>s<br />
os pontos de vista. Não temos a pretensão de – como<br />
Figura 4<br />
Ara aos Lares Viales, de Braga.<br />
17<br />
Justino Mendes de ALMEIDA, «Vária terminologia epigráfica e arqueológica», Estu<strong>do</strong>s Arqueológicos 1 1974 221-225.<br />
18<br />
Ver, a este propósito, José María ÁLVAREZ MARTÍNEZ, «Calzad<strong>as</strong> de Hispania: planificación e ideología imperial», in Vittorio GALLIAZZO [coord.], Via<br />
Claudia Augusta – Un’arteria alle origini dell’Europa: ipotesi, problemi, prospettive (Feltre, 24-25.09.1999), Treviso, 2002, p. 375-395.<br />
60 AS VIAS DO ALGARVE