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ACTAS DAS I JORNADAS as vias do Algarve da ... - Calçadinha

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de Balsa (Luz de Tavira) e de Ossonoba (Faro). A<br />

esta estra<strong>da</strong>, ligavam-se outr<strong>as</strong> secundári<strong>as</strong>, uma<br />

del<strong>as</strong>, provavelmente a “Calçadinha”, atravessava<br />

o território onde hoje se localiza o Concelho de<br />

São Brás de Alportel e prosseguia em direcção<br />

às grandes ci<strong>da</strong>des roman<strong>as</strong>: Pax Iulia (Beja) e<br />

Olisipo (Lisboa).<br />

Por último, salientamos os resulta<strong>do</strong>s recentemente<br />

apresenta<strong>do</strong>s na obra de Sandra Rodrigues (2004)<br />

intitula<strong>da</strong> “As Vi<strong>as</strong> Roman<strong>as</strong> <strong>do</strong> <strong>Algarve</strong>”, onde a<br />

autora refere que parece “plausível a ideia de se<br />

tratar de uma via terrena, pelo menos até ao sítio<br />

de Hort<strong>as</strong> e Moinhos, onde existem <strong>do</strong>is troços<br />

de calça<strong>da</strong> cuj<strong>as</strong> característic<strong>as</strong> nos impelem à<br />

atribuição de uma cronologia romana, sobretu<strong>do</strong><br />

num deles (RODRIGUES, 2004:68).<br />

<br />

se encontrarem, ain<strong>da</strong> hoje, bem visíveis ao<br />

longo <strong>do</strong> troço B, não podemos esquecer que<br />

o conhecimento d<strong>as</strong> vi<strong>as</strong> roman<strong>as</strong> <strong>do</strong> <strong>Algarve</strong> se<br />

encontra limita<strong>do</strong> devi<strong>do</strong>, em parte, às afectações<br />

e reutilizações a que est<strong>as</strong> estrad<strong>as</strong> estiveram<br />

sujeit<strong>as</strong> ao longo <strong>do</strong>s séculos.<br />

considerações finais<br />

Consideran<strong>do</strong> <strong>as</strong> característic<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong> que a<br />

“Calçadinha” evidencia e os antigos <strong>do</strong>cumentos<br />

que apresentam os principais itinerários entre <strong>as</strong><br />

vári<strong>as</strong> ci<strong>da</strong>des, colocamos a hipótese deste antigo<br />

caminho fazer, originalmente, parte <strong>do</strong> Itinerário<br />

XXI de Antonino, uma d<strong>as</strong> mais importantes vi<strong>as</strong><br />

roman<strong>as</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>da</strong> antiga província <strong>da</strong> Lusitânia.<br />

Assim, a “Calçadinha” seria uma via terrena<br />

(caminho de abertura fácil e que contemplaria<br />

grande parte <strong>do</strong> seu traça<strong>do</strong> em terra bati<strong>da</strong>),<br />

constituin<strong>do</strong>, provavelmente, uma ligação<br />

secundária entre a principal ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>Algarve</strong> e<br />

sede de ciuit<strong>as</strong> – Ossonoba (Faro) – e a capital<br />

conventual – Pax Iulia (Beja).<br />

Na falta de troços empedra<strong>do</strong>s, o seu provável<br />

trajecto pôde ser segui<strong>do</strong> a partir de uma análise<br />

toponímica e <strong>da</strong> localização de sítios arqueológicos<br />

conheci<strong>do</strong>s.<br />

Assim, a referi<strong>da</strong> via saía <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Ossonoba<br />

(Faro) pela estra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Penha, p<strong>as</strong>sava pela<br />

Conceição, por Milreu (Estói) e pelos Macha<strong>do</strong>s<br />

até ao sítio de Hort<strong>as</strong> e Moinhos, onde podemos<br />

encontrar os <strong>do</strong>is troços calceta<strong>do</strong>s.<br />

A “Calçadinha” começou a ser gradualmente<br />

“aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>” a partir de 1860, <strong>da</strong>ta em que foi<br />

construí<strong>da</strong> a estra<strong>da</strong> moderna, sen<strong>do</strong> apen<strong>as</strong><br />

utiliza<strong>da</strong> como caminho rural, por p<strong>as</strong>tores e alguns<br />

habitantes de sítios circun<strong>da</strong>ntes.<br />

To<strong>do</strong>s os factores menciona<strong>do</strong>s, apesar de tod<strong>as</strong><br />

<strong>as</strong> dúvid<strong>as</strong> que sempre enformam uma pesquisa<br />

desta natureza – a atribuição de uma cronologia<br />

mais antiga para esta via, nomea<strong>da</strong>mente romana<br />

– são o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> investigação que, por agora,<br />

nos foi possível apresentar.<br />

68 AS VIAS DO ALGARVE

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