Edinei Arakaki GuskumaFigura 3 - Estrutura Organizacional da CMSP em 2012Fonte: http://www2.camara.sp.gov.br/DCE/organograma_CMSP.pdf, Elaboração <strong>do</strong> autor.Chiavenato (2004) e Daft (2007) elencam algumas limitações da estrutura burocráticafuncional, tais como a subobjetivação, em que cada <strong>de</strong>partamento possuiseus próprios objetivos táticos e <strong>de</strong>partamentais com diferentes priorida<strong>de</strong>s, favorecen<strong>do</strong>o isolamento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais órgãos, o que ocasiona o surgimento <strong>de</strong> barreiras econflitos; cada <strong>de</strong>partamento se torna introversivo, volta<strong>do</strong> para si mesmo, fazen<strong>do</strong>com que os objetivos gerais da organização fiquem relega<strong>do</strong>s a um plano secundário,não existin<strong>do</strong> uma responsabilização pelos resulta<strong>do</strong>s globais; a integração é impostapela hierarquia, ou seja, raramente existe a cooperação ou comunicação mais estreitaentre as unida<strong>de</strong>s funcionais; <strong>de</strong>cisões concentradas no topo, geran<strong>do</strong> uma respostamais lenta às mudanças externas; visão limitada <strong>do</strong>s objetivos gerais organizacionais;as ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> coman<strong>do</strong> são separadas abaixo <strong>do</strong> topo da organização, fazen<strong>do</strong>com que as <strong>de</strong>cisões que envolvam mais <strong>de</strong> um <strong>de</strong>partamento se acumulem no topo;a ênfase na especialização <strong>do</strong> trabalho e a divisão <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra po<strong>de</strong> gerar tarefasrotineiras, que não motivam os funcionários; os funcionários ten<strong>de</strong>m a focar os objetivos<strong>de</strong>partamentais em <strong>de</strong>trimento das metas organizacionais.A organização burocrática produz uma estrutura organizacional mecanicista,possuin<strong>do</strong> como características a ênfase na especialização funcional, um claro <strong>de</strong>senhohierárquico piramidal, alto caráter formal das relações por meio <strong>de</strong> normas eregulamentos, processos metodicamente <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s, resultan<strong>do</strong> no surgimento <strong>do</strong>saspectos relativos às disfunções da burocracia.108 RPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.98-111 jul./<strong>de</strong>z. 2012
Aspectos teóricos sobre a estrutura organizacional da Câmara Municipal <strong>de</strong> São <strong>Paulo</strong>Gareth Morgan, no seu livro Imagens da Organização, ao analisar o fenômenoda mecanização, se utilizou <strong>do</strong> termo máquina como metáfora das organizações burocráticasque possuem limitações intrínsecas ao seu mo<strong>de</strong>lo estrutural em relação àsresponsabilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s cargos.Definições mecanicistas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s cargos po<strong>de</strong>m encorajar muitosmembros da organização a a<strong>do</strong>tar atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso e <strong>de</strong> não-questionamento<strong>do</strong> tipo “Não é minha obrigação preocupar-me com isso”, “Isso é responsabilida<strong>de</strong>sua, não minha”, ou “Estou aqui para cumprir or<strong>de</strong>ns”. Emboraestes problemas sejam muitas vezes vistos como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> má execução ou<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s “trazidas para o trabalho” pelos emprega<strong>do</strong>s, elas, na realida<strong>de</strong>, sãoinerentes à abordagem mecanicista. (Morgan, 2006, p. 52)O mo<strong>de</strong>lo burocrático <strong>de</strong> organização é inerente às organizações públicas, nãosen<strong>do</strong> característica particular <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo, mas sim, herda<strong>do</strong>, em parte, daadministração patrimonialista e principalmente da administração burocrática que,durante muitas décadas, norteou as escolhas feitas por aqueles que seriam responsáveispela estruturação organizacional das instituições públicas. Abaixo segue umtrecho em que Chiavenato <strong>de</strong>monstra que é comum a burocracia <strong>de</strong> máquina serencontrada em organizações governamentais:Burocracia <strong>de</strong> máquina. É comum em organizações <strong>de</strong> produção em massa eagências governamentais, cujos membros executam tarefas especializadas e padronizadaspara acompanhar estratégias programadas. Existe uma hierarquia <strong>de</strong>autorida<strong>de</strong> e um nível intermediário bastante amplia<strong>do</strong>. A <strong>de</strong>partamentalizaçãoé geralmente funcional, e o pessoal <strong>de</strong> linha é assessora<strong>do</strong> por muitos componentes<strong>de</strong> staff. A autorida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>cidir é geralmente concentrada na cúpula ea <strong>de</strong>scentralização é mínima. (Chiavenato, 2004, p. 358)6 Consi<strong>de</strong>rações FinaisA estrutura da CMSP, <strong>de</strong> forte inspiração burocrática, é <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> uma visãomecanicista <strong>de</strong> organização, enfatizada pela estrutura hierárquica formal e funcionalmente<strong>de</strong>partamentalizada, em que os órgão componentes dispõem <strong>de</strong> certa autonomiagerencial, fazen<strong>do</strong> com que cada área atue, em alguns momentos, <strong>de</strong> formaisolada <strong>do</strong> contexto organizacional. A divisão <strong>do</strong> trabalho é baseada em um eleva<strong>do</strong>grau <strong>de</strong> especialização, prevalecen<strong>do</strong> o formalismo cuja rigi<strong>de</strong>z se dá por meio <strong>do</strong>estrito cumprimento das regras e regulamentos, além da existência <strong>de</strong> uma estruturavertical tradicional, em formato piramidal.A dimensão estratégica influenciou a dimensão administrativa-organizacionalda CMSP, ou seja, a estratégia <strong>de</strong>limitada pelas funções típicas e atípicas, legislativase administrativas respectivamente, foram consi<strong>de</strong>radas quan<strong>do</strong> da construção da suaRPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.98-111 jul./<strong>de</strong>z. 2012 109
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