Fátima Elisabete Pereira | Thimoteo Fernanda Graziella |Car<strong>do</strong>so Leonar<strong>do</strong> Barbagallo | Roberto Eduar<strong>do</strong> Lamari | Roberto Ta<strong>de</strong>u Noritomifortalecimento <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo; e (ix) ser fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates em assuntos <strong>de</strong> relevâncianacional, e <strong>de</strong> interesses específicos das Escolas associadas.Apesar <strong>de</strong> as Escolas <strong>do</strong> Legislativo surgirem com o intuito <strong>de</strong> formação eaperfeiçoamento <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos, rapidamente acabam por assumir outrasfunções, <strong>de</strong>scritas nos seus atos <strong>de</strong> fundação, geralmente sob a forma <strong>de</strong> Resoluções. 6As referidas Escolas apresentam como objetivos: a produção e a divulgação <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>científico <strong>do</strong>s Legislativos, a promoção <strong>de</strong> intercâmbio com outras instituiçõese a socieda<strong>de</strong> civil, a prestação <strong>de</strong> assessoria qualificada a setores da Casa através<strong>de</strong> seus funcionários ou <strong>de</strong> seus parceiros e, por fim, promover ações concernentes à<strong>de</strong>mocracia, através da educação política para a cidadania.Embora o amparo constitucional possa oferecer mais segurança aos que <strong>de</strong>sejamcriar suas Escolas <strong>do</strong> Legislativo, este não seria estritamente necessário, porquea criação <strong>de</strong> uma Escola <strong>do</strong> Legislativo é uma <strong>de</strong>cisão que compete apenas às CasasLegislativas, bem como o estabelecimento <strong>de</strong> suas funções. E, conforme indica<strong>do</strong>anteriormente, as funções que as Escolas assumiram - e po<strong>de</strong>m vir a assumir - sãovariadas. No livro “Escolas <strong>do</strong> Legislativo, Escolas <strong>de</strong> Democracia”, <strong>de</strong> Ril<strong>do</strong> Cosson- um importante <strong>do</strong>cumento sobre as Escolas <strong>do</strong> Legislativo, o autor faz um levantamento<strong>de</strong>talha<strong>do</strong> das funções <strong>de</strong>ssas Escolas. Em suas palavras:A primeira <strong>de</strong>las é a capacitação <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res, que reúne os objetivos <strong>de</strong> formaçãoescolar e treinamento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res. A segunda éa produção, registro e divulgação <strong>de</strong> saberes legislativos, como também sãoincorpora<strong>do</strong>s os objetivos <strong>de</strong> promoção e intercâmbio com outras instituições e<strong>de</strong> prestar assessoria qualificada a setores da Casa. A terceira é a promoção da<strong>de</strong>mocracia ou aproximação <strong>do</strong> Legislativo com a socieda<strong>de</strong>, que compreen<strong>de</strong> osobjetivos <strong>de</strong> aproximação e integração, ambos <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s a justificar a existência<strong>do</strong> Parlamento. (COSSON, 2008, p. 33).Sem lugar à dúvida, as Escolas <strong>do</strong> Legislativo apresentam um gran<strong>de</strong> potencial<strong>de</strong> cooperar com a qualificação <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r público, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenharem umimportante trabalho na discussão <strong>de</strong>ste Po<strong>de</strong>r. O trabalho e a atuação <strong>de</strong>ssas Escolaspo<strong>de</strong>m ajudar a melhorar a produção legislativa, os processos administrativos e aprópria gestão interna, o que permitiria caracterizá-las como importantes centros <strong>de</strong>geração e irradiação <strong>de</strong> inovações na esfera legislativa.No entanto, duas missões das Escolas Legislativas merecem ser <strong>de</strong>stacadas: aprimeira é a <strong>de</strong> trazer instituições públicas ou privadas e a socieda<strong>de</strong> civil organizadapara participar <strong>do</strong> processo legislativo, qualifican<strong>do</strong> o <strong>de</strong>bate e legitiman<strong>do</strong> esteprocesso; a segunda é a promoção da educação para a <strong>de</strong>mocracia, que tem comoobjetivo principal oferecer educação política ao cidadão e formação para o exercício6 Enten<strong>de</strong>-se por proposições que têm por fim imediato regular - com eficácia <strong>de</strong> lei ordinária - matérias<strong>de</strong> competência privativa <strong>do</strong> Legislativo, <strong>de</strong> caráter político, processual, legislativo ou administrativo.160 RPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.158-181 jul./<strong>de</strong>z. 2012
A Escola <strong>do</strong> Parlamento da Câmara Municipal <strong>de</strong> São <strong>Paulo</strong>: trajetória e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>pleno da cidadania. Esta, ao nosso ver, é a tarefa mais importante das escolas <strong>do</strong> Legislativo,e, porque não dizer, a tarefa mais nobre <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo, que <strong>de</strong>veriaassumir a educação para a <strong>de</strong>mocracia como uma nova função.Faz senti<strong>do</strong> pensar que a tarefa <strong>de</strong> educação para a <strong>de</strong>mocracia - ou, comopreferia Norberto Bobbio (1986), a educação para a cidadania - <strong>de</strong>ve ser assumidapelo Po<strong>de</strong>r Legislativo como uma nova função, na medida em que o po<strong>de</strong>r que mais<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da <strong>de</strong>mocracia para sobreviver é ele próprio. Nem o Executivo e nem oJudiciário apresentam tal <strong>de</strong>pendência, e a história mostra isso, visto que em todasas vezes que a <strong>de</strong>mocracia foi substituída por regimes <strong>de</strong> exceção, o Parlamento foifecha<strong>do</strong> ou per<strong>de</strong>u totalmente suas funções.Promover a <strong>de</strong>mocracia, por meio da educação para a cidadania, <strong>de</strong>ve serfunção <strong>do</strong> Legislativo, porque, como argumenta<strong>do</strong> acima, é <strong>de</strong> seu interesse direto,conforme Cosson (2008, p. 72) ensina:A concepção <strong>de</strong> educação para a cidadania social, por sua vez, encontra lugar nopropósito <strong>de</strong> promover e fortalecer a <strong>de</strong>mocracia que leva as escolas a investirna aproximação <strong>do</strong> Legislativo com a socieda<strong>de</strong>. Os programas <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>spelas escolas nessa área não são muito diversifica<strong>do</strong>s – os mais comuns são asvisitas guiadas e a simulação <strong>de</strong> uma sessão plenária e voltam-se, quase que exclusivamente,para o público escolar. A justificativa usual para essa <strong>de</strong>limitaçãoé que os estudantes constituem um público previamente seleciona<strong>do</strong> e acessível.Há que se consi<strong>de</strong>rar que essa opção também revela que a educação para a cidadaniapolítica é vista como uma complementação da educação formal, logoesforços <strong>de</strong> integração com a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser dirigi<strong>do</strong>s prioritariamenteaos estudantes, assim como caberia a eles a compreensão <strong>de</strong> como funciona e aimportância <strong>do</strong> Legislativo para a <strong>de</strong>mocracia.A experiência internacional permite ilustrar, com proprieda<strong>de</strong>, o significa<strong>do</strong> eo alcance da promoção <strong>de</strong>ssa educação por meio <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo. Prova dissoé o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educação para a cidadania em países como:Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, Finlândia, México, Índia, Nova Zelândia, Panamá, Portugal, Singapura,Suíça e Suécia. Há também notícias <strong>de</strong> outros países que realizam a educação para acidadania, por meio <strong>de</strong> organizações não governamentais.Dentre as práticas analisadas por Cosson (2008, p. 107-109), <strong>de</strong>stacamos trêsprogramas. O primeiro é “Role Play Program at Parliament House” 7 , promovi<strong>do</strong> peloParlamentary Education Office 8 (PEO), órgão <strong>do</strong> Commonwealth Parliament of Aus-7 Para mais <strong>de</strong>talhes, vi<strong>de</strong> . “Programa da Encenação noParlamento” (tradução livre).8 Secretaria Parlamentar <strong>de</strong> Educação (tradução livre).RPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.158-181 jul./<strong>de</strong>z. 2012 161
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