José Guimar Cocco Junior | Simone Fantuccimente, sobre os trabalhos realiza<strong>do</strong>s pelo referi<strong>do</strong> setor, a que se fazer uma brevereferência 40 quanto à competência municipal no que tange às políticas sociais.Além da autonomia administrativa e política em que foram <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s os municípiosbrasileiros a partir da Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, houve concomitantemente,uma transferência <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s entre os três entes fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s (<strong>Governo</strong>sFe<strong>de</strong>ral, Estadual e Municipal), sobretu<strong>do</strong> no que diz respeito às áreas <strong>de</strong>educação, saú<strong>de</strong>, meio ambiente, entre outras, porém, sem uma coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> taiscompetências 41 .A partir <strong>de</strong> então passa a ter vigência a chamada “<strong>de</strong>scentralização”, em queas <strong>de</strong>cisões antes tomadas pelo <strong>Governo</strong> Fe<strong>de</strong>ral são transferidas para as arenas subnacionais,pois estas, estão muito mais próximas às <strong>de</strong>mandas e à fiscalização dasocieda<strong>de</strong> civil 42 .Até então, as transferências <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais para os municípios ocorriampor meio <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> participação <strong>do</strong> município. Havia o compartilhamento <strong>de</strong>competências e ao mesmo tempo a inexistência <strong>de</strong> como as mesmas <strong>de</strong>veriam seroperacionalizadas.Por conta da autonomia e pela busca <strong>de</strong> maiores recursos, houve tambémum aumento na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tributação <strong>do</strong>s municípios 43 . Por outro la<strong>do</strong>, muitasadministrações municipais promoveram uma inovação nas mais variadas políticaspúblicas, como saú<strong>de</strong>, meio ambiente, habitação, criança e a<strong>do</strong>lescente, entreoutras.A responsabilida<strong>de</strong> pela provisão <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> natureza social acabourecain<strong>do</strong> sobre os governos municipais, o que resultou na municipalização daspolíticas sociais <strong>de</strong> maneira heterogênea, pois, havia a diferenciação partidária,a opção por priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> políticas públicas e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> socioeconômicaentre os municípios.Para que houvesse, ao menos, a universalização <strong>do</strong> acesso às políticas <strong>de</strong> educação,saú<strong>de</strong> e assistência social, foram cria<strong>do</strong>s pelo <strong>Governo</strong> Fe<strong>de</strong>ral incentivos financeirostransferi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Fun<strong>do</strong>s Nacionais diretamente aos Fun<strong>do</strong>s Municipais apartir <strong>de</strong> uma pacto <strong>de</strong> gestão. Desta forma, conseguiu-se promover a a<strong>de</strong>são <strong>do</strong>sgovernos locais às Políticas Públicas nacionais.40 Isso se <strong>de</strong>ve a <strong>de</strong>scentralização das políticas sociais que responsabilizou, sobremaneira, os municípiospela execução <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> educação, saú<strong>de</strong>, assistência social, entre outras.41 Os artigos 23 e 24 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral elencam um rol <strong>de</strong> competências comuns entre o nível fe<strong>de</strong>ral,estadual e municipal..42 O chama<strong>do</strong> “pacto fe<strong>de</strong>rativo”, caracteriza<strong>do</strong> pelo compartilhamento <strong>de</strong> competências entre os entes fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>se pela <strong>de</strong>scentralização das políticas foi da<strong>do</strong> na época da re<strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong> País, asseguran<strong>do</strong>,na Constituição Fe<strong>de</strong>ral/88, tais princípios e também a participação da socieda<strong>de</strong> civil nas <strong>de</strong>cisõesgovernamentais.43 A alternativa conforme Franzese (2010) foi investir no aumento da arrecadação própria (...) e na disputapela atração <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s, conce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> benefícios fiscais a gran<strong>de</strong>s empresas.150 RPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.124-157 jul./<strong>de</strong>z. 2012
A Capacida<strong>de</strong> técnica <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo: O papel das consultorias institucionais legislativasAs áreas que propuseram uma agenda nacional para as políticas sociais forama Saú<strong>de</strong>, a Educação e a Assistência Social. As legislações fe<strong>de</strong>rais 44 correspon<strong>de</strong>ntese suas posteriores regulamentações possibilitaram a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> acessoà escola e a gratuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema público <strong>de</strong> ensino (Educação) e o estabelecimentoda universalida<strong>de</strong> da cobertura e <strong>do</strong> atendimento (Saú<strong>de</strong> e Assistência Social).Assim, concordante ao estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Franzese (2010) merecem ser aponta<strong>do</strong>s algunsavanços em relação às Políticas Sociais mencionadas anteriormente:Na Educação, os municípios, obrigatoriamente, <strong>de</strong>vem investir 25% no mínimo<strong>de</strong> seu orçamento. O FUNDEF 45 veio estabelecer <strong>de</strong> que forma <strong>de</strong>veriam ser realiza<strong>do</strong>sestes gastos, ou seja, 60% era para o ensino fundamental e <strong>de</strong>stes, 60% recursospara os professores. O que incentivou a universalização <strong>do</strong> ensino fundamental pormeio da vinculação <strong>do</strong>s repasses <strong>de</strong> verbas ao número <strong>de</strong> vagas ofertadas em cadare<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino. Para o município isso significou recuperar parte <strong>do</strong>s recursos reti<strong>do</strong>sno fun<strong>do</strong>, tanto quanto a ampliação <strong>do</strong>s créditos políticos aos Prefeitos.Depois <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos veio o FUNDEB 46 que passou a financiar toda a educaçãobásica (infantil ao médio), crian<strong>do</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços gerenciada principalmenteno município.Já o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>-SUS trouxe como princípio o acesso universale igualitário aos serviços oferta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira regionalizada e hierarquizada, compriorida<strong>de</strong> para as ativida<strong>de</strong>s preventivas e a participação da comunida<strong>de</strong>. A lei fe<strong>de</strong>ral8080/90 estabeleceu a função das três esferas <strong>de</strong> governo no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,assim o <strong>Governo</strong> Fe<strong>de</strong>ral torna-se regula<strong>do</strong>r e financia<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços e os Esta<strong>do</strong>s eMunicípios, os gestores da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>.Nesse caso, a transferência <strong>de</strong> recursos também serviu como incentivo à a<strong>de</strong>são<strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>s e Municípios ao Sistema Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, caben<strong>do</strong> lembrar que osmunicípios tem a obrigação constitucional <strong>de</strong> investir, no mínimo, 15% <strong>do</strong> seu orçamentona prestação <strong>de</strong>sses serviços.A política <strong>de</strong> Assistência Social, na Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 passou afazer parte da Segurida<strong>de</strong> Social e viabilizada a partir <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>scentralizadas eparticipativas, tornan<strong>do</strong>-se um direito <strong>do</strong> cidadão e um <strong>de</strong>ver <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Para queocorresse a transferência <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais, Esta<strong>do</strong>s e Municípios <strong>de</strong>veriam terFun<strong>do</strong>s, Conselhos <strong>de</strong> Direitos e Planos <strong>de</strong> Assistência Social.Em 2004, o Plano Nacional <strong>de</strong> Assistência Social divi<strong>de</strong> competências e responsabilida<strong>de</strong>sentre as três esferas <strong>de</strong> governo. O Sistema Único <strong>de</strong> Assistência So-44 Saú<strong>de</strong>: leis 8080/90 e 8142/90; Assistência Social: leis 8742/93 e 12.435/11 e Educação: leis (9394/96e 11.494/07)45 Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Manutenção e Desenvolvimento <strong>do</strong> Ensino Fundamental e Valorização <strong>do</strong> Magistério, cria<strong>do</strong> em1996 e substituí<strong>do</strong> em 2006 pelo FUNDEB.46 FUNDEB – Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e <strong>de</strong> Valorização <strong>do</strong>s Profissionaisda Educação – Fun<strong>de</strong>b foi cria<strong>do</strong> pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamenta<strong>do</strong> pela Leinº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007RPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.124-157 jul./<strong>de</strong>z. 2012 151
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