José Guimar Cocco Junior | Simone Fantucciprofissionalização <strong>do</strong> corpo <strong>de</strong> apoio técnico e a fiscalização <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Executivo comfoco no <strong>de</strong>sempenho da gestão.A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> consultoria legislativa parlamentar se fundamentacom base em Bittencourt (2009):[...] a) na crescente complexida<strong>de</strong> das tarefas administrativas atribuídas aoPo<strong>de</strong>r Executivo (CF), com amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> interferências cada vez maior emto<strong>do</strong>s os ramos da vida social e econômica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, o que obriga, por viada divisão constitucional <strong>do</strong>s Po<strong>de</strong>res, o Legislativo a se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>brar em ativida<strong>de</strong>se a se multiplicar, tanto nas iniciativas das suas próprias proposiçõesmais fecundas e abrangentes, quanto no exame mais atento das mensagensprovindas <strong>do</strong> Executivo; b) na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s, usualmentesobrecarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> inúmeras atribuições <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política no atendimento <strong>de</strong>suas clientelas eleitorais, se <strong>de</strong>sincumbirem da apreciação técnica <strong>de</strong> proposiçõese mensagens.Nas palavras <strong>de</strong> Paiva (1995), em relação à função essencial <strong>do</strong> assessoramentono Po<strong>de</strong>r Legislativo, trata-se <strong>de</strong>:[...] suprir as <strong>de</strong>ficiências inerentes a um colegia<strong>do</strong> <strong>de</strong> parlamentares, cujas experiênciasprofissionais e formação sociocultural refletem, individualmente, aprópria pluralida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>mocracia representativa. Quanto mais complexa a ativida<strong>de</strong>legislativa [...] maiores serão a exigências <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> e especializaçãoque somente o assessoramento técnico po<strong>de</strong> propiciar.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a informação é um elemento vital para o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>Legislativo 22 e, consequentemente, para o trabalho da Consultoria institucional, algunsLegislativos têm investi<strong>do</strong> em sua capacida<strong>de</strong> técnica, sobretu<strong>do</strong>, pelo fato <strong>de</strong>que não po<strong>de</strong> ficar a mercê das informações produzidas no âmbito <strong>do</strong> Executivo:[...] verificou-se uma tendência entre os Legislativos mais institucionaliza<strong>do</strong>s<strong>de</strong> a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s técnicas em áreasestratégicas <strong>de</strong> atuação governamental, como o planejamento orçamentário. Issoreflete uma preocupação crescente <strong>do</strong>s Legislativos com o impacto das assime-22 Desempenho <strong>do</strong> Legislativo: capacida<strong>de</strong> institucional nas funções <strong>de</strong> legislar, representar e controlar. Oestu<strong>do</strong> “Direcionamento Estratégico da ALMG 2010-2020 Mapeamento <strong>de</strong> Tendências – Mudanças e Inovaçõesno Po<strong>de</strong>rLegislativo no Brasil e no Mun<strong>do</strong> aponta o uso <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> Legislativo– como procedimento <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas aos públicos externos e como suporte para a tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisões estratégicas pelos grupos internos. Para este artigo, conforme já fala<strong>do</strong>, nos interessa quanto aoestu<strong>do</strong> menciona<strong>do</strong>, a tendência encontrada na ampliação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização e controle sobreo Executivo, mediante a criação <strong>de</strong> órgãos especializa<strong>do</strong>s e a profissionalização <strong>do</strong> corpo técnico.136 RPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.124-157 jul./<strong>de</strong>z. 2012
A Capacida<strong>de</strong> técnica <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo: O papel das consultorias institucionais legislativastrias <strong>de</strong> informação sobre o seu Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> agenda e <strong>de</strong> controle. Tais assimetrias,no presente, <strong>de</strong>correm não somente <strong>do</strong> fortalecimento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais po<strong>de</strong>res noprocesso governamental, mas também <strong>de</strong> mudanças nos paradigmas da gestãopública. (INÁCIO, s/d, p. 140)Assim, para que qualquer parlamentar possa instruir-se para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisõespolíticas, há <strong>de</strong> ter disponíveis informações técnicas consistentes. É nesse contextoque entra a “figura” <strong>do</strong> consultor técnico Legislativo.A falta <strong>de</strong> especialização <strong>do</strong>s parlamentares é compensada pelo apoio técnico<strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos que compõem a equipe <strong>de</strong> assessoramento, colaboran<strong>do</strong>nos estu<strong>do</strong>s e na redação <strong>do</strong>s textos a ela submeti<strong>do</strong>s. Diante <strong>do</strong>s muitos problemasda vida social, o que se espera das Comissões, valen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> assessoriacompetente, é o aprofundamento <strong>de</strong> cada problema e a solução em causa. (CAS-SEB, 2008, p. 304).A Consultoria Técnica Legislativa cumpre o papel <strong>de</strong> subsidiar tecnicamenteo Parlamento nas suas prerrogativas constitucionais. Da mesma forma,contribui para um equilíbrio entre os Po<strong>de</strong>res, na medida em que, proporcionaa redução da assimetria informacional entre os mesmos e entre o próprio Parlamentoe a socieda<strong>de</strong>.Ou ainda:Um sistema a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> divulgação e utilização <strong>de</strong> informações pelo Po<strong>de</strong>rLegislativo prescin<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma assessoria técnica competente e diversificada queauxilie o parlamentar a reunir da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> que tem necessida<strong>de</strong>, ajudá-lo a <strong>de</strong>finiros problemas, acumular as alternativas <strong>de</strong> solução, a pesar suas vantagens einconveniências e, finalmente estabelecer a opção mais aconselhável. (LUCCI,1971, p.163)[...] o exercício da função <strong>de</strong> controle com base em critérios técnicos oulegais pressupõe uma estrutura <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conhecimento nestes <strong>do</strong>isuniversos que permita ao parlamentar recolher informação idônea capaz <strong>de</strong>subsidiar seu julgamento acerca <strong>do</strong>s atos que controla[...] (BITTENCOURT,op. cit., p. 29)3.3 Tipos <strong>de</strong> consultoriaCabe salientar que no Legislativo também existe a presença <strong>de</strong> consultoriainterna e/ou externa. Geralmente a externa é contratada, quan<strong>do</strong> em assuntos <strong>de</strong>extrema complexida<strong>de</strong> não há recursos humanos qualifica<strong>do</strong>s e/ou suficientes paraRPP São <strong>Paulo</strong> v.2 n.3 p.124-157 jul./<strong>de</strong>z. 2012 137
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