Recursos digitais no ensino da QuÃmica - Nautilus - Universidade de ...
Recursos digitais no ensino da QuÃmica - Nautilus - Universidade de ...
Recursos digitais no ensino da QuÃmica - Nautilus - Universidade de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CAPÍTULO 1 – (RE) PENSANDO A ESCOLA COM AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO5.2. Ensi<strong>no</strong> por <strong>de</strong>scobertaPor volta dos a<strong>no</strong>s 70, surge uma <strong>no</strong>va perspectiva para o ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong>s Ciências – aaprendizagem por <strong>de</strong>scoberta.Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> foi <strong>de</strong>senvolvido pelo construtivista Jerome Bruner(BRUNER et al., 1960; BRUNER, 1966). Este autor encorajou a aplicação <strong>da</strong>aprendizagem pela <strong>de</strong>scoberta, por consi<strong>de</strong>rar que esta é a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira e a única formaeficaz <strong>de</strong> aprendizagem. De acordo com MORAIS et al., (1989), "há uma regrafun<strong>da</strong>mental na aprendizagem por <strong>de</strong>scoberta: o alu<strong>no</strong> constrói o seu próprioconhecimento". Assim, o alu<strong>no</strong> na sala <strong>de</strong> aula faz Ciência e não lhe são transmitidos osprodutos <strong>da</strong> Ciência. Continua a não se consi<strong>de</strong>rar o que o alu<strong>no</strong> já sabe, o queacontece é que ele vai apren<strong>de</strong>r por sua conta, qualquer conteúdo científico. Parte <strong>da</strong>observação <strong>de</strong> factos que falam por si e com eles apren<strong>de</strong>: "(...) A activi<strong>da</strong><strong>de</strong> do alu<strong>no</strong>limita‐se, muitas vezes, à constatação <strong>de</strong> factos, <strong>no</strong> sentido <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scobertos, <strong>da</strong>í aimagem recorrente em manuais escolares <strong>de</strong> um alu<strong>no</strong> <strong>de</strong>tective, cujos factos apenasnecessitariam <strong>de</strong> esforço e concentração para serem encontrados" (CACHAPUZ e JORGE,2000). O alu<strong>no</strong>, segundo estes mesmos autores, assume um outro papel naaprendizagem, "( ...) passou a ser não apenas valorizado, mas tratou‐se <strong>de</strong> o colocar <strong>no</strong>centro do processo <strong>da</strong> aprendizagem, tratou‐se <strong>de</strong> o chamar a participar activamente,mesmo através <strong>da</strong>s suas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ain<strong>da</strong> que <strong>de</strong> uma forma guia<strong>da</strong> e conduzi<strong>da</strong>,tantas vezes habilmente pelos professores" (CACHAPUZ e JORGE, 2000).O professor <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter um papel tão prepon<strong>de</strong>rante, favorecendo‐se oprotagonismo do alu<strong>no</strong>, que se assume como investigador activo, apesar <strong>de</strong> serorientado nas suas acções pelo professor.Trata‐se <strong>de</strong> uma prática indutiva (do específico para o geral) que leva à<strong>de</strong>scoberta ou à sua ilusão, partindo <strong>de</strong> factos observáveis e não <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias soltas.5.3. Ensi<strong>no</strong> por mu<strong>da</strong>nça conceptualDepois <strong>de</strong> reconheci<strong>da</strong>s, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, algumas limitações <strong>da</strong> aprendizagempor <strong>de</strong>scoberta, valorizou‐se, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, o paradigma <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça conceptual. Jáfun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> em visões pós‐positivistas <strong>da</strong> Ciência, admite que o alu<strong>no</strong> tem um papelactivo, <strong>de</strong>terminado pelas suas i<strong>de</strong>ias prévias, <strong>no</strong> processamento do seu conhecimento.+ QUÍMICA DIGITAL 65