11.07.2015 Views

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>VI</strong> AS ARTES E AS CONFLUÊNCIAS INTERCULTURAIS...posta relação entre os diversos âmbitos artísticos de diferentes cultur<strong>as</strong>, orad<strong>as</strong> possibilidades técnic<strong>as</strong> de contacto e relação de métric<strong>as</strong> e divers<strong>as</strong> ma trizesda arte em diferentes cultur<strong>as</strong> 71 . O que era «exótico», <strong>ou</strong> que se tra duzainda em novos sincretismos actuais, esclarece-se nos meios técnicos que permitemcomparar de <strong>ou</strong>tro modo <strong>as</strong> escal<strong>as</strong> do artístico em termos estéticos eno referencial demiúrgico já aludido.Do uniforme comparativismo à perspectiva diferencialA pluralidade inumerável d<strong>as</strong> consciênci<strong>as</strong>, no p<strong>as</strong>sadoe no futuro, tomad<strong>as</strong> como ponto de partida irredutível, constitui para nós o mundo do Espírito. Mun -do de estrutura multidimensional, atravessado pel<strong>as</strong>intenções infinit<strong>as</strong> que definem a existência da consciência,é impossível tratá-lo como um conteúdo material<strong>ou</strong> espiritual de evolução prevista <strong>ou</strong> previsível enotar sobre o único plano de acréscimo <strong>ou</strong> da diminuiçãoos seus progressos <strong>ou</strong> os seus regressos. Somatóriode qualidades e qualitativo ele mesmo, o mundo do es -pí rito cria, dentro de si, escal<strong>as</strong> divers<strong>as</strong> de valores,donde a quantidade está ausente.EDUARDO LOURENÇO,«Da Permanência no Mundo do Espírito», in Heterodoxia I e II,Lisboa, <strong>As</strong>sírio & Alvim, 1987, p. 25.Impõe-se, porém, ainda uma advertência preliminar quanto a esta situaçãodo questionamento d<strong>as</strong> <strong>artes</strong>, no âmbito intercultural, que tem justamente aver com <strong>as</strong> limitações do comparativismo, como estratégia sobretudo mentale sempre dependente dos seus mecanismos estereotipados pelo iluminismoocidental, justamente quando se trata do confronto com <strong>ou</strong>tr<strong>as</strong> cultur<strong>as</strong> e,melhor se diria, <strong>ou</strong>tros «universos» de organização do real em que o registomental não seja dominante 72 . A necessidade de comparação deriva ainda dofun damental desejo de comensurar uma identidade, seja ela depois pessoal,seja do grupo social, seja ainda de um cosmo de valores <strong>ou</strong> crenç<strong>as</strong>…, m<strong>as</strong>,ao contrário do antagonismo defensivo (ofensivo), referido na estruturaçãoda teoria dos contrários, da dialéctica do forte e do fraco, da contradição eluta intercultural 73 , o comparativismo gera a ilusão de uma neutralidade ede uma tolerância simétric<strong>as</strong> 74 .200

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!