11.07.2015 Views

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Carlos H. do C. Silvadade de caminhos do labirinto, quer pelo encosto semita de vi<strong>as</strong> curvad<strong>as</strong> ere curv<strong>as</strong> de uma subtil compreensão 130 . O que foi ainda referido à presençapor demais do mar, e desta «maré» de olhar, a «viagem do olhar», raramentede frente, <strong>ou</strong> de lado, m<strong>as</strong> pela diagonal de uma conjugação justamente dodiferente 131 . Sabedoria plástica esta que se repercute em especial pelo pitagorismocom que se olha o Oriente e diversa orientação recebida desta matemáticamarítima 132 ...Em segundo lugar, <strong>as</strong> latênci<strong>as</strong> rítmic<strong>as</strong> no alongamento do «eco» e da distância,por próxima que seja a tangência, numa espécie de horror ao contactodissolvente e necessário respeito da alteridade 133 . E seja na música, como nogesto <strong>ou</strong> no bailado… ainda no drama lento, na «hora parada»…, o que seno ta é a categoria do intervalo, qual intervalo categorial também, que dispõee se determina por certa escala de tempo e por certa mediania de número 134 .Em terceiro lugar, a <strong>as</strong>cese do sabor <strong>ou</strong> certa lonjura do pudor de saber e do seupa ra doxal regime de ignorar, <strong>ou</strong> querer e não querer ao mesmo tempo, em -bora sem contradição conceptual 135 . O que se detecta na dramática fruiçãoim possível da obra de arte, como da arte de viver: sempre num misto de palavrae de silêncio, de procurar o prazer e de o rejeitar, de desejar e de desejarnão desejar 136 ...Porém, mais do que inventariar est<strong>as</strong> categori<strong>as</strong> num mesmo âmbito psíquicode referência deve-se equacioná-l<strong>as</strong> a vári<strong>as</strong> escal<strong>as</strong> de espaço, de tempoe de relação, tornando certos confrontos <strong>interculturais</strong> como relacionamentosoblíquos entre planos diferentes de certa produção estética 137 . Por exemplo,que certa pintura chinesa possa constituir um eco rítmico e uma ressonânciana poesia portuguesa, <strong>ou</strong> que certa escala da arquitectura portuguesae sua vivência do habitar tenha inspirado modos da pintura br<strong>as</strong>ileira e cordo seu viver local; <strong>ou</strong> ainda que certo sabor oriental tenha inspirado <strong>as</strong> coresde certa pintura regional, etc. 138 Embora tudo isto ainda pertença à multiculturalidade<strong>as</strong>sumida e esteja longe d<strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> de escala que <strong>as</strong> <strong>artes</strong> <strong>ou</strong>virtualidades criativ<strong>as</strong> e técnic<strong>as</strong> virão a equacionar, a partir da situaçãonossa, seja numa compreensão europeia e ocidental de reptos análogos detipo fáustico, seja numa recuperação exótica e étnica que salvaguarde <strong>artes</strong>de África <strong>ou</strong> do Oriente 139 .Como reconhece, num mais amplo sentido, Rui Mário Gonçalves, deve-se àpin tura, mais propriamente aos saltos de cor, o que poderíamos considerar223

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!