11.07.2015 Views

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

VI. As artes e as confluências interculturais ou, destarte, a diferença ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>VI</strong> AS ARTES E AS CONFLUÊNCIAS INTERCULTURAIS...Categori<strong>as</strong> de diferenciação estético-culturalTudo depende de os responsáveis pela actual condiçãoe destino do homem, como pel<strong>as</strong> mais autêntic<strong>as</strong> significaçõesda verdade, em Portugal e na Europa, aceitaremque mítica, religião, poesia, saber secreto e secretosentido do saber científico, não são mer<strong>as</strong> instânci<strong>as</strong> dealeatória experiência humana d<strong>as</strong> quais possamos despedir-nospela razão judiciosa e pela acção de imediatoalcance. Tudo depende, afinal, de podermos compreenderque el<strong>as</strong> constituem, em todo o tempo, e paracada momento determinado, reiterad<strong>as</strong> form<strong>as</strong> comose manifesta a realidade ao homem, <strong>ou</strong> o homem a sipróprio, form<strong>as</strong> com <strong>as</strong> quais todo o pensamento subjectivamentese implica, form<strong>as</strong> de que a adequadaexplicação queda em graus diversos dependente.JOSÉ MARINHO,Verdade, Condição e Destino no PensamentoPortuguês Contemporâneo,Porto, Lello, 1976, p. 241.Pode não haver uma filosofia da cultura, como tal ordem de «representaçãomental» unitária, pode também não existir um pensamento estético integradorno âmbito cultural, m<strong>as</strong> há que, <strong>ou</strong>trossim, atender a uma reflexão filosófica diferencial e crítica, à denúncia d<strong>as</strong> fáceis «identidades culturais» que,antes, se despem no confronto substantivo do a fazer d<strong>as</strong> <strong>artes</strong>, e até menosdo que el<strong>as</strong> <strong>as</strong>sim formalmente <strong>ou</strong> esteticamente considerad<strong>as</strong>, d<strong>as</strong> técnic<strong>as</strong>e do gesto que faz sinal e constitui a semiótica de <strong>ou</strong>tra performance de estarno mundo 128 . É neste sentido que se aponta para uma inteligência criativa,para uma expressão estética que se constitui a partir dos quadros civilizacionaisd<strong>as</strong> raízes do ser português e manifesto nos autores e prátic<strong>as</strong> que reflectiramesta mesma aporética intercultural 129 .E, como numa «gramática» básica de tais <strong>artes</strong> civilizador<strong>as</strong>, <strong>as</strong>sim culturalmente reflectid<strong>as</strong> na nossa língua, poder-se-iam elencar, mais do que géneros<strong>ou</strong> estilos, categori<strong>as</strong> estétic<strong>as</strong> do sentir português que prospectivamentepodem ser relevantes para este questionamento intercultural:Em primeiro lugar, o que se diria por uma certa inclinação do «olhar», <strong>ou</strong>seja, uma geometria não ortogonal, quer pela influência sapiente e rotundi-222

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!