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Revista Biotecnologia

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principais o seqüenciamento e omapeamento (determinação da localizaçãodentro dos cromossomas) de todosos genes expressos pelo organismo emestudo.O primeiro PG lançado neste contextofoi o humano, iniciado oficialmenteem 1990 nos Estados Unidos e rapidamenteseguido por outros países doPrimeiro Mundo. O pleno conhecimentodo genoma humano, com cerca de cemmil genes expressos, possibilitará ummelhor conhecimento da diversidadegenética humana, permitirá o desenvolvimentode testes diagnósticose prognósticose guiará o desenvolvimentode novasdrogas efetivas para asmais diversas doenças.A conclusão deste projetorepresentará, semdúvida, a maior revoluçãobiotecnológicado próximo século.Uma conseqüência extremamentebenéficaque vem acompanhandoeste projeto é o desenvolvimentode novastecnologias relacionadasà análise genética,que são imediatamenterepassadas parao estudo dos mais diversosorganismos. AoPG humano surgiramvários outros PG dosmais diversos organismos,e dentre eles osPG de parasitas. Os primeiros PG deparasitas foram de imediato financiadospor laboratórios privados e entidadesgovernamentais, com óbvios interessesfinanceiros e estratégicos. Um exemploneste sentido pode ser dado pelo PG demalária, que objetiva o seqüenciamentodo genoma dos protozoários causadoresdesta doença. Atualmente, este projeto éfinanciado com cerca de 20 milhões dedólares recebidos de um consórcio formadopela Wellcome Trust, Burroughs-Wellcome Fund, Departamento de Defesae Instituto Nacional de Alergia e DoençasInfecciosas dos Estados Unidos.Um outro PG financiado por laboratóriosprivados é o de Toxoplasma gondii,causador da toxoplasmose. Impulsionadopela crescente importância da infecçãopelo T.gondii em pacientes aidéticosou imunodeprimidos em geral, o projetofinanciado pela Wellcome Trust e GlaxoResearch Group foi um dos que maiscresceram nos últimos dois anos. Em1994, na tentativa de estimular o progressode PG de parasitas extremamenterelevantes na saúde pública, mas semum financiamento substancial de entidadesprivadas, a Organização Mundial daSaúde (OMS), através do seu ProgramaEspecial de Pesquisa e Treinamento emDoenças Tropicais (TDR), começou aapoiar e financiar parcialmente algunsdestes PG. Foram escolhidos os parasitasrelacionados a cinco grupos de doenças:esquistossomoses (Schistosoma spp),filarioses (Brugia malayi, Wuchereria bancroftie Onchocerca volvulus), leishmanioses(Leishmania spp), doença de Chagas(Trypanosoma cruzi) e tripanosomíaseafricana (Trypanosoma brucei), quejunto com a malária e a toxoplasmoseconstituem as parasitoses mais graves ede maior prevalência no mundo (tabelaI).A iniciativa da OMS tinha como objetivosprincipais o desenvolvimento demapas detalhados do genoma de parasitas,a implementação de novastecnologias, o desenvolvimento de bancosde dados acessíveis aos pesquisadoresinteressados, o desenvolvimento demétodos de análise genética de parasitase o envolvimento e treinamento de pesquisadoresde países do Terceiro Mundo,onde estas parasitoses são endêmicas.Infelizmente, a verba disponível foi pequena(US$ 800.000/ano), tendo de serdividida entre os 30 laboratórios envolvidosnos 22 projetos aprovados.Um dos aspectos mais fascinantesdos diversos PG são os programas dedescobertas de genes. Nos PG de parasitas,estes programas oferecem a possibilidadeda descoberta de mecanismos deresistência a drogas, escape ao sistemaimune do hospedeiro, novos alvos paraquimioterapia ou produção de vacinas.A descoberta de genes também permiteuma melhor compreensão da históriaevolutiva do parasita e das suas relaçõescom seus hospedeiros. Com exceção dealguns projetos financiados por empresasprivadas, os PG em geral depositamas novas descobertas em bancos dedados de acesso público, como o dbEST(subdivisão do GenBank - o principalbanco mundial de seqüências de DNA).A evolução da descoberta de genes emdiversos organismos pode ser observadana tabela II. Esta tabela mostra o númerode seqüências disponíveis para os cincoorganismos mais seqüenciados, e tambémpara os parasitas. Pode-se perceberque, além do rápido crescimento donúmero de seqüências disponíveis (odbEST cresceu 2,7 vezes em 18 meses),a imensa maioria das seqüências disponíveisé de origem humana, seguidas pororganismos-modelo, como o nematódeoCaenorhabiditis elegans e vegetais. Onúmero de seqüências de parasitas, apesarde ainda ser pouco representativo,cresceu 5,5 vezes, num ritmo ainda maisacelerado que o restante do dbEST. Comopode ser observado, este crescimento foidevido principalmente ao trabalho dosgrupos de Brugia malayi, Toxoplasmagondii e Trypanosoma brucei. A variedadedo tamanho dos genomas dos diferentesparasitas, de 30-50 milhões debases (parasitas causadores das maláriase tripanosomíases) até cerca de 300 milhõesde bases (para os causadores dasesquistossomoses), faz com que diferentesestratégias de seqüenciamento venhama ser empregadas. Nos genomasde protozoários parasitas, o pequenotamanho e a densidade relativamente<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento 19

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