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Revista Biotecnologia

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PEIXE-DO-PARAÍSOMacropodus opercularisO controle biológico de larvas e pupas de mosquitos em bacias hidrográficas artificiais poluídasMarcia Jones da Costa, médica veterináriasanitarista, mestre em parasitologia e assistentetécnico da diretoria do Departamento de Controleda Qualidade Ambiental - Decont, da SecretariaMunicipal do Verde e do Meio Ambiente daPrefeitura do Município de São Paulo.Ocontrole biológico é um instrumentopresente na natureza,porém nem sempre conhecidoou disponível em determinadosmomentos. As formas devida envolvidas nessa ação são as maisvariáveis possíveis, constituindo-se desdemicrorganismos até formas consideradasaltamente evoluídas nos reinosvegetal e animal. Pode-se dizer o mesmodas formas controladas.Como conseqüência do crescimentodescontrolado dos grandes centrosurbanos, da necessidade de expansãoda população e da exploração econômicadas regiões silvestres, a fauna deinsetos que adapta-se às condições deurbanização torna-se cada vez maisdiversificada, ao mesmo tempo que osanimais já adaptados sofrem pressõesmais intensas de seleção, apresentandocaracterísticas mais resistentes comrelação aos métodos de controle químico,largamente utilizados nas últimascinco décadas.Os mosquitos, dípteros tambémconhecidos regionalmente pelas denominaçõesde muriçocas, pernilongose outros, vêm apresentando este comportamentoadaptativo de forma cadavez mais intensa e presente, causandogrande preocupação nas questões desaúde pública, seja pelo seu papelcomo vetor biológico de inúmeras doenças,ou ainda como potenciais agentesde incômodo, proporcionando quadrosalérgicos, noites de insônia ouacidentes de trabalho.As formas de controle maiscomumente empregadas, ou seja, ocontrole químico dirigido às formaslarvárias ou aladas,não têmapresentado aeficácia desejada,apesar dodesenvolvime n t otecnológicoaplicado nestesetor, em especialo controledirigidoaos culicídeos.Além da seleçãode mosquitosresistentes aos larvicidas e inseticidas,ainda há obstáculos tais como apresença de vegetação aquática flutuante,a qual atua como barreira físicaquando da pulverização ou aplicaçãode larvicidas, ou ainda a condição dealtos teores de matéria orgânica emdecomposição, o que inibe ou aceleraa degradação do agente de controleutilizado. Estas condições estão presentesprincipalmente nas baciashidrográficas artificiais, como reservatórios,represas, açudes, lagos, e coleçõeshídricas que recebem descargasorgânicas animais ou vegetais.Nas condições citadas, há intensaproliferação de culicídeos, diminuiçãodos teores de oxigênio dissolvido, variaçõesabruptas de temperatura, pH edemais parâmetros da água. Ao mesmotempo, a fauna aquática também apresenta-sereduzida, bem como a possibilidadede controle das larvas e pupaspor organismos onívoros ou carnívoros,que não encontram condições favoráveisà sua adaptação e sobrevivência,principalmente com relaçãoaos peixes.Em 1983, com vistas a este panoramana cidade de São Paulo, foi iniciadauma pesquisa de espécies de peixeslarvófagos, que apresentassem resistênciaàs águas poluídas. Assim, oMacropodus opercularis, peixe-do-paraíso,de origem asiática, começou aser estudado. Conhecido desde o séculoXVI na Europa, é tido como exemplarornamental não muito popular,uma vez que suas características, comocolorido e comportamento, alteram-seem ambientes extremamente confinadoscom água limpa. Este peixe depequeno porte - o macho adulto podechegar a até 10cm de comprimento - édotado, como outros da famíliaBelontidae, de um acessóriointracraniano denominado de labirinto.Este órgão permite o armazenamentode oxigênio retirado da superfície pelaboca, distribuindo-o lentamente pelacorrente sangüínea, quando não forpossível a respiração pelas guelras38 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento

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