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Revista Biotecnologia

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A produção de vacinas no próximoséculo será sem dúvida regido pelabiotecnologia, e nós não estamos preparadospara participar desta produção, naárea de vacinas humanas, com a mesmacapacidade que tivemos por mais dametade deste século que se encerra.Apesar do investimento em instalaçõese máquinas do Programa de Autosuficiência,falhamos no preparo denovos recursos humanos que deveriamter sido estimulados por programas dedesenvolvimento de médio e longo prazos,pela concessão de bolsas de treinamentoe programas de desenvolvimentoprofissional. Faltou igualmente atrair parao setor de desenvolvimento de vacinasnovos pesquisadores e tecnológos, atravésprogramas de financiamento de maisprojetos específicos para a áreatecnológica, a qual precisou disputarrecursos com outras áreas mais acadêmicas,com evidente desvantagem.Por outro lado, o mercado brasileirode vacinas, acrescido pelo Mercosul, éamplo, e temos uma grande tradição emexecutar campanhas de vacinação dealta qualidade, como as ações anuaiscontra a poliomielite, que chegam avacinar mais de 15 milhões de crianças,em um único dia. Correções no setorpodem ser feitas, em especial com ênfaseno preparo de recursos humanos e adisponibilidade de recursos financeirosespecíficos para projetos sobre novosprodutos e avanços tecnológicos nasvacinas existentes.A vacinação universal é compromissofundamental a ser alcançado no próximoséculo, existindo, portanto, amplomercado a ser conquistado. Não podemosaceitar o papel de importadores devacina, após termos sido auto-suficientespor décadas e investido tantos recursosda sociedade em nossos produtoresdo setor público.dução, como aquela em construção naFiocruz, para preparo de vacinasbacterianas, centralizando ainda todasas fases finais de produção das demaisvacinas produzidas na instituição. Conseguiu-seimplantar uma unidade paraprodução de vacina contra o sarampo,com tecnologia japonesa, e modernizaram-se,entre outras, as produções davacina anti-rábica, no Paraná, e da vacinaB.C.G., no Rio de Janeiro. Uma unidadede produção de vacina contra hepatiteB com uso de engenharia genética foiimplantada em São Paulo com tecnologiaobtida na Rússia, embora as quantidadesprevistas do produto sejam ainda inferioresàs nossas necessidades. Por outrolado, como se pode verificar da rápidarevisão apresentada, chegamos ao finaldo século com uma série de novosprodutos em desenvolvimento e umagrande mobilização internacional paraque se alcancem altos índices de vacinaçãono mundo, no próximo século.Como podemos avaliar hoje a situaçãode nosso parque produtor de vacinasde uso humano?O balanço não é favorável, a velocidadedas transformações tecnológicas edo surgimento de novos produtos contrastacom a lentidão do sistema públicoem decidir e em implantar suas decisões,esvaziando o poder dos gerentes dosprocessos; os sistemas de manutenção ereposição de equipamentos são burocratizados,atrasando compras e parandosetores e máquinas, e não há tradiçãona negociação de patentes nem na implantaçãode projetos associados a produtoresprivados. Estas associações, comunsna indústria de vacinas no setorprivado, têm-se mostrado de difícil implantaçãono setor público.<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento 43

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