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LANAGRO-MG: EXCELÊNCIA E VALORIZAÇÃO DA ... - CRMV-MG

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1- IntroduçãoA leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose grave detransmissão vetorial e de grande importância em saúdepública (Brasil, 2006). Atualmente encontra-se presentenas cinco regiões brasileiras, em 21 Unidades Federadase os casos em humanos e caninos têm aumentado deforma significativa em áreas urbanas e capitais e regiõesmetropolitanas brasileiras (Oliveira et al., 2008). Em BeloHorizonte, nos últimos anos, ocorreu mais de 100 casosanuais com alta letalidade chegando, em 2009, a 21,8%.Este dado mostra a necessidade urgente da adoção denovas estratégias de controle para a LV.O vetor responsável pela transmissão da doença é um flebotomíneoconhecido popularmente como mosquito-palhaque se adaptou ao ambiente doméstico e peri-doméstico.São insetos pequenos que em posição de repouso, permanecemcom suas asas eretas e semi-abertas (CCD, 2006).Alimentam-se ao anoitecer do sangue de vários animais,especialmente galinhas, roedores e também dos cães e dohomem (Laison & Rangel, 2005). Durante o dia permanecemem lugares úmidos, sombrios e bem protegidos dovento (Rath, 2003). A borrifação dos imóveis é uma importantemedida de controle da doença humana, porémapresenta inúmeras dificuldades, especialmente relacionadasà recusa da população em permitir a entrada dos Agentesde Combate a Endemias (ACEs), dentro dos imóveispara tal prática, sobretudo em imóveis onde residem pessoasalérgicas, idosas ou acamadas. O impacto ambientale à saúde dos trabalhadores desta ação também precisaser revisto, principalmente quando se buscam novas alternativasde produtos para substituir os piretróides.Manter o ambiente limpo, livre de fezes, folhas secas e frutosem decomposição, ou de qualquer matéria orgânica éa principal maneira de evitar a LV de forma consistente econtinuada.O cão é o principal reservatório doméstico e as medidasde controle implicam no diagnóstico e eutanásia dos animaissororeagentes, além da proteção individual dos cãescom produtos repelentes específicos (Maroli et al., 2001;Mazloumi et al., 2002). Sabe-se que essa ação produz umimpacto negativo na população pelo fato de a maioria doscães com sorologia positiva não apresentar sinais clínicosda doença, além do forte vínculo emocional atribuído aoanimal de companhia em nossa sociedade. No entanto,sem a retirada de animais soropositivos, especialmente deáreas com características ambientais propícias a manutençãodo vetor, os casos de LV em humanos e cães poderiamser ainda piores. Estratégias que fortaleçam o conhecimentode todos os atores envolvidos no controle da LV -Serviço de Saúde, Médicos Veterinários, proprietários decães e população em geral – são fundamentais para promovera responsabilização dos mesmos na diminuição dosindicadores de incidência e letalidade, contribuindo principalmentepara a manutenção de animais saudáveis emambientes sem risco para a transmissão da doença.Baseado nesta perspectiva, este estudo envolveu proprietáriosde cães soronegativos para LV que receberam a visitade rotina dos ACEs para realização do inquérito sorológicocanino anual e objetivou avaliar o trabalho dessesagentes quanto ao repasse de informação sobre LV e PosseResponsável de animais junto aos proprietários e a qualidadeda técnica de contenção e coleta de sangue dos animais.2- Material e MétodosO Distrito Sanitário Noroeste (DISANO) de Belo Horizonteencontra-se dividido em 20 áreas de abrangência(AA), classificadas de baixo a muito alto risco de transmissãopara a LV, onde ações de controle são realizadas diariamentepor ACEs treinados, que realizam visitas nos domicílios,fazem a verificação do ambiente, coleta de sanguedos cães, borrifação dos imóveis e informam aos moradoressobre as formas de controle e prevenção da doençaalém da Posse Responsável de Animais. A AA do JardimMontanhês, de alto risco para LV, possui cerca de 2000cães e realiza anualmente o inquérito censitário caninopara a LV. Em 2009, foram confirmados três casos de leishmaniosevisceral humana e examinados 2.283 cães e destes,97 foram soro-reagentes para a doença, o que correspondea uma positividade de 4,2% - Figura 1.Figura 1 - Concentração (hot spot) de cães sororeagentes paraleishmaniose visceral na área de abrangência do Jardim Montanhêsem Belo Horizonte, 2009Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo com osproprietários cujos cães foram examinados, e apresentaramresultado soronegativo. Ao entregar o resultadosoronegativo, o grupo de pesquisadores devidamente treinadoaplicou um questionário semi-estruturado e validadopor Teste-Reteste (Griep 2003), contendo 11 questões referentesao conhecimento adquirido sobre LV após abordagemdo ACE (transmissão, prevenção/ controle da LV ePosse Responsável), condições do domicílio e a qualidadeARTIGO TÉCNICO 1V&Z EM MINAS11

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